JOGOS INESQUECÍVEIS
1956 - Campeonato Carioca
FLAMENGO 1 x FLUMINENSE
0
1956 - Flamengo 1 x Fluminense 0.
Castilho defende com o,pé um chute de Paulinho. Ainda vemos Evaristo e Cacá.
A prova de que a
tentativa de adiamento havida pela manhã era injustificada, foi um jogo
corrido, bamboleante, de bola do chão – apesar da lama aqui e ali – de rapidez
sobretudo. Na etapa inicial o volume de jogo do Flamengo foi impressionante.
Notadamente nos primeiros vinte minutos. Aos 3 minutos Moacir consigna um tento
que foi anulado por impedimento. Marcação acertada do juiz Gama Malcher. A
partir dos 21 minutos o Fluminense reagiu. Equilibrou o jogou e passou a
dominar. Aos 40 minutos Léo perdeu uma oportunidade rara. O placar em branco na
fase inicial foi justo. E diga-se: foi um grande primeiro tempo.
Para a etapa
complementar o melhor marcador seria ainda de igualdade. Zero para cada um. O
principal lance surgiu aos 21 minutos, quando Pavão atingiu Valdo dentro da
área na cara do juiz que não deu nada. Sete minutos após tivemos o lance que
foi o mais emocionante do jogo: Moacir escapou, driblou sucessivamente vários
tricolores e atirou da entrada da área. Castilho defendeu, escorregou e largou.
A bola saiu raspando o posto direito com Índio patinando por perto. Se entrasse
seria um golaço. Um minuto após surgiu o lance mais engraçado: Malcher
escorregou e caiu sentado. Só não riu quem não quis. Aos 31 minutos o gol único.
Paulinho atirou atrasado. Castilho entrou no lance a bola bateu-lhe no peito e
escapuliu para a entrada da área. Dali, Evaristo cabeceou por cobertura. Estava
inaugurado o marcador. Do gol em diante, a pressão tricolor foi tremenda.
Pinheiro veio fuzilar da entrada da área e a bola passou raspando o travessão.
O lance valeu-lhe o deslocamento da clavícula. Não se pode negar a imensa garra
do Flamengo. E foi dela, justamente, que saiu a vitória no Fla-Flu que, no
fundo significou muito mais que uma simples vitória esportiva, significou o
ainda das esperanças quanto ao tetracampeonato.
Os dois times jogaram
assim:
Flamengo – Ari. Tomires e Pavão. Milton. Dequinha e Jordan.
Paulinho. Moacir. Índio. Evaristo e Zagalo.
Fluminense – Castilho. Altair e Pinheiro. Jair Santana.
Clóvis e Cacá. Telê Santana. Léo. Valdo. Jair Francisco e Escurinho.
Juiz: Alberto da Gama
Malcher. Foi apenas regular.
Da Manchete Esportiva.
5 de julho de 1978 - Decisão do segundo
turno de 1976
CRB 3 x CSA 2
Joãozinho Paulista.
Estava sorrindo pelos três gols que marcou no clássico.
Foi sensacional a decisão do segundo turno, culminando com uma
estupenda vitória do Regatas sobre o CSA por 3x2. Gols de Joãozinho Paulista
para os alvi rubros e Almir para o clube azulino. O jogo foi desenvolvido num
clima de suspense, já que o CSA jogava pelo empate e foi responsável pelo gol
inaugural, aos 24 minutos da fase inicial através de Almir. Joãozinho Paulista
empatou aos 35 minutos. Esse foi o resultado do primeiro tempo. O iluminado
Joãozinho Paulista fez 2x1 logo aos 8 minutos da etapa complementar e aumentou
para 3x1 aos 24 minutos. O CSA somente conseguiu diminuir aos 43 minutos com
outro gol de Almir. Foi um belo espetáculo que teve um excelente trabalho do
arbitro Sebastião Canuto, auxiliado por Pedro Rufino e Juarez Inácio. O clássico
rendeu 879.901 cruzeiros e foi realizado no Trapichão no dia 5 de julho de
1976.
Apesar de sofrer o primeiro gol,
o CRB teve a calma necessária para modificar o placar e chegar a uma grande
vitória que lhe valeu o titulo do segundo turno. O primeiro tempo foi
organizado pela parte do CSA, certo no meio campo e muito bom com às arrancadas
de Ferreti e Enio Oliveira. Quando fez 1x0, o clube azulino deu a impressão que
logo liquidaria o adversário. Entretanto, o CRB cresceu de produção, passou a
dominar o meio campo e começou a acionar seu artilheiro Joãozinho Paulista em tarde
inspiradissima. Ele foi o grande responsável pela conquista do titulo marcando
três belos gols quando demonstrou seu faro de goleador e o oportunismo dos
grandes artilheiros.
O CSA não foi o mesmo de outras
decisões, principalmente porque não existiu em termos ofensivos. Ferreti, seu
principal atacante, foi anulado pela firme marcação de Fifi. Enio Oliveira
passou a ser o atacante mais positivo dos azulinos, mesmo assim, sem muitas
oportunidades de gol. Ainda no primeiro tempo com 1x0 a seu favor, os azulinos
perderam o domínio do jogo e foram surpreendidos pelo oportunismo do jovem
Joãozinho Paulista, o dono da festa.
Quando terminou o jogo, a torcida
alvi rubra fez um verdadeira carnaval, comemorando o titulo e a queda da longa
invencibilidade do CSA. Com bandeiras e charanga, a torcida percorreu várias
ruas da cidade, aliviado com a sensacional vitória.
O CRB ganhou com César. Espinosa.
Pires. Fifi e Flávio. Deco. Djair e Alex. Roberval Davino (Antônio Carlos).
Joãozinho Paulista e Silva (Ditinho).
O CSA perdeu com Dida. Oliveira.
Zé Preta. Rogério e Valdeci. Bruno. Roberto Menezes e Almir. Enio Oliveira,
Ferreti (Helio) e Serginho (Jorginho).
(JORNAL DE HOJE)
22 de junho de 1988 - Campeonato carioca.
Vasco 1 x Flamengo 0.
ACÁCIO
Foi o grande goleiro do Vasco campeão.
Estava escrito que no dia 23 de junho de
1988 seria diferente para os cariocas. Uma força desconhecida dominou o Rio de
Janeiro naquela quinta feira. O comércio de ambulantes da cidade registrou um
movimento anormal. Nunca se venceu tanta cocada. Existia, é verdade, um motivo
para a febre carioca pelo doce. O vírus havia contaminado a torcida vascaína na
noite anterior, com o gol que deu ao Vasco a vitória de 1x0 sobre o Flamengo e
o bi campeonato estadual.
O autor? Cocada, para alegria da
irreverência carioca. Aquele petardo desferido aos 44 minutos do segundo tempo,
fatal para os sonhos flamenguistas, sacudiu a pacata economia dos
ambulantes. O Rio saboreou Cocada. E
Cocada sentiu o doce sabor da fama, até então uma exclusividade do irmão
Muller, o atacante que os italianos do Torino buscaram no São Paulo.
Ninguém, nem mesmo o técnico Lazaroni
esperava que Cocada fosse transformar o maracanã num imenso tabuleiro. O
competente treinador já trazia no currículo os títulos de 1986, com o Flamengo
e 1987 com o Vasco. Mas nem tudo estava tão saboroso na campanha. O desempenho
do time na Taça Guanabara e no começo da Taça Rio mostrou que faltava, no
mínimo, uma boa dose de tempero. Nesse período, o Vasco conheceu três derrotas
no campeonato. Lógico: como transformar em vitórias as discussões de Romário
com Lazaroni, os constantes atrasos do atacante aos treinos, o individualismo
em excesso de Geovani e as rixas dentro do elenco.
Mas a sorte do Vasco e dos vendedores de
cocada começou a mudar depois da inaceitável derrota de 1x0 para o Cabofriense
no dia 19 de abril. Na volta ao Rio, o
goleiro Acácio e o zagueiro Fernando sentaram-se á mesa de uma Churrascaria de
beira de estrada e, entre um pedaço e outro de picanha, concluíram que o grupo
teria que mudar radicalmente para manter as chances de disputar o título. Romário, o primeiro alvo da “operação
salvamento”, enfrentou uma tática cruel, mas necessária, para endireitar seus
passos. Todas as vezes que ele chegava atrasado para os treinos era recebido
com palmas pelos companheiros. O constrangimento fez surgir um Romário mais
consciente e pontual. Acabaram as festinhas em horário impróprio que embalavam
a turminha nova. Os jogadores mais experientes não economizaram puxões de
orelha. Não demorou muito para que as vitórias voltassem á rotina do clube. A
virada de 2x1 sobre o Fluminense chegou a empolgar a torcida. Era a hora de
aprimorar o comportamento tático de Geovani e Romário. O meia teria de corrigir
o individualismo e jogar para a equipe, ajudando na marcação por todo o
gramado. O artilheiro, que parecia uma estátua perdida entre os zagueiros,
recebeu e cumpriu orientação para se movimentar mais.
Outrora a pique, a nau vascaína estava pronta
para abordar o inimigo que ousasse interferir em sua rota. O último a afundar
foi o Flamengo, levando junto o orgulho exibido antes das finais. O esquadrão
vascaino tinha enfim a posse de mais um valioso tesouro. Este Vasco de muitos
talentos superou com bravura a ausência de Roberto Dinamite. A vitória do
futebol solidário marcou, entretanto, o triunfo pessoal do lateral Cocada, que
o destino colocou na ponta direita, nos minutos finais da partida, para fazer o
gol histórico em seu primeiro contato com a bola. Logo ele, dispensado três
anos antes pelo técnico do Flamengo Carlinhos, quando tentou a sorte no clube
da Gávea. Sentindo-se o próprio justiceiro em sua apimentada vingança, Cocada
se aproximou do banco do Flamengo e xingou Carlinhos, iniciando uma grande
confusão. Ele nem ligou para sua expulsão.
Que festa! Tanto que o saudoso Chacrinha,
vascaíno até a morte, poderia brincar com seus colegas portugueses e oferecer
cocada em vez de bacalhau. E sairia bem ao gosto do freguês. Que o digam os
felizes ambulantes cariocas daquela quinta feira gorda.
Detalhes da decisão –
22 de junho de 1988.
Decisão do campeonato carioca.
Local: maracanã.
Juiz: Aloísio Viug.
Renda: CR$ 11.698.100,00.
Publico: 31.816 pagantes.
Gol: Cocada aos 44 minutos do segundo tempo.
Expulsos: Renato. Alcindo (Flamengo).
Romário e Cocada (Vasco).
Vasco (campeão): Acácio. Paulo Roberto. Donato. Fernando e
Mazinho. Zé do Carmo. Geovani e Henrique. Vivinho (Cocada). Romário e Bismark.
Técnico: Sebastião Lazaroni.
Flamengo (vice campeão): Zé Carlos.
Jorginho. Aldair. Edinho e Leonardo. Andrade. Ailton (Julio César) e Alcindo.
Renato Gaúcho. Bebeto e Zinho.
Técnico: Carlinhos.
20.setembro de 1953
– Amistoso na Pajuçara
CRB 4 x
CSA 0
1953 - CSA.
Em pé: Dr. Carlos Miranda (Presidente). Paulo Mendes. Neu. Levino. Oscarzinho.
Zanélio. Piolho e Dr. Alfredo (médio).
Agachados: Cão. Dida. King. Deda e Géo.
Futebol é um esporte realmente
surpreendente. Uma autêntica caixinha de surpresa. Muitas coisas acontecem
dentro do gramado que não tem explicação. A propósito, isso nos faz lembrar um
clássico entre CSA e CRB, realizado na pajuçara, no dia 20 de setembro de 1953.
Era aniversário do Clube de Regatas Brasil e para comemorar a data, o CRB
convidou o eterno rival para um amistoso. Um ano antes, tinha acontecido um
clássico em que o CSA aplicou um tremendo “Xaxado” que culminou com uma goleada
de 4x0. Pois bem, um ano depois, os dois clubes voltavam a se defrontar na
pajuçara para comemorar os 41 anos do clube da pajuçara. E desta vez, a tarde
se tornou festivamente alvi rubra.
Algo inexplicável aconteceu
naquele clássico. Primeiro, o CRB inaugurou o marcador com um gol de Eraldo.
Logo depois, o juiz Hildebrando Codá assinalou um pênalti contra o CRB.
Encarregado da cobrança, Piolho chutou para fora. Antes de terminar o primeiro
tempo, o árbitro marcou outra penalidade máxima contra o clube da pajuçara.
Quem cobrou foi o ponta direita Cão. Ele chutou com violência, mas para fora.
Era o segundo pênalti perdido pelo CSA.
Veio o segundo tempo, e o CRB
aumentou o marcador para 2x0 através de Miro. Logo após, chegou aos 3x0 com um
belo gol de Santa Rita. Para completar o desespero dos azulinos, o zagueiro Neu
marcou contra suas próprias redes o quarto gol do CRB. Acontece que, antes de
terminar o jogo, outro pênalti é marcado contra o CRB. Desta vez, quem fez a
cobrança foi o tranqüilo capitão azulino Paulo Mendes. E ele também perdeu.
Como pôde acontecer tudo isso, ninguém consegue explicar. Três pênaltis
perdidos. Três chances maravilhosas para, pelo menos, tornar honrosa a derrota.
Fica difícil encontrar uma explicação e muito mais difícil ainda entender. Mas
aconteceu.
O CRB festejou seu aniversário
goleando o velho rival jogando com Luiz. Divaldo e Miguel Rosas. Joab. Itamar
Dengoso e Mourão. Miro. Eraldo. Bemvindo. Santa Rita e Zeca. O CSA perdeu com
Levino. Neu e Paulo Mendes. Oscarzinho. Zanélio e Piolho. Cão. Dida. King. Deda
e Géo. O interessante, também, foi que Itamar Dengoso foi personagem do
clássico “Xaxado”, atuando pelo CSA e marcando dois gols, atuou pelo CRB e o
goleiro Levino que também atuou no “Xaxado” defendendo a meta do CRB. Coisas do
clássico. Coisas do futebol.
1965 - Amistoso na
Pajuçara, em Maceió.
CRB 1 x
Corinthians 3 – 1965
Rivelino.
No começo de sua brilhante carreira de jogador de futebol.
Numa tarde chuvosa de
janeiro de 1965, o Corinthians Paulista enfrentava, na pajuçara, o Clube de
Regatas Brasil em partida amistosa. O clube paulista estava realizado uma
temporada pelo Nordeste, e vinha de boas exibições no Recife. No Corinthians
estava escalado, pela primeira vez como titular, um atacante que mais tarde
viria ser um dos maiores jogadores da Copa de 1970: Rivelino. Não foi um bom
jogo. O terreno molhado não dava condições para se jogar um bom futebol. O CRB
fez um bom primeiro tempo com o reaparecimento do volante Paulo Nylon.
Entretanto, seu ataque falhava nas conclusões. E quando o Regatas era melhor, o
Corinthians conseguiu fazer dois gols. O velho ditado voltou a se confirmar.
Quem não faz, leva. Mesmo sem jogar um grande futebol, os corinthianos marcaram
dois gols no primeiro tempo: Rivelino e Ferreirinha.
No
segundo tempo e com a vantagem de dois gols, o clube paulista voltou mais tranqüilo
e conseguiu realizar uma melhor exibição. O CRB esteve mal, principalmente com
seu meio campo, Paulo Nylon e Cabo Jorge, não rendendo como em seus melhores
dias. O Corinthians envolveu o time alagoano e marcou mais um gol através de
Lima. Canhoto fez o gol de honra do CRB. Rivelino foi o melhor jogador em
campo. Canhoto, Naldo e Wailton foram os melhores do CRB.
Detalhes
técnicos da partida.
Dia:
24.janeiro.1965
Campo:
Pajuçara
Corinthians
3 x CRB 1
Gols
de Rivelino. Ferreitrinha e Lima (Corinthians). Canhoto (CRB)
Juiz:
Eraldo Quirino (Alagoano)
Corinthians:
Cabeção. Amaro. Mendes. Clóvis e Edson. Dino Sani (Sergio) e Bazani (Silva).
Ferreirinha. Flávio (Ney). Rivelino e Lima.
CRB:
Dirceu. Aguiar. Zé Luiz. Marcio (Chita) e Lourival. Paulo Nylon e Cabo Jorge.
Naldo. Dão (Pinga). Canhoto e Wailton.
Campeonato Carioca de 1941.
Botafogo 5 x Flamengo 2
Heleno de Freitas assinalou dois gols no clássico.
Consultando nossos arquivos em
suas páginas amarelecidas pelo tempo, encontramos um jogo Botafogo e Flamengo
disputado em General Severiano pelo campeonato carioca de 1944. Lá estava o
marcador: Botafogo 5 x Flamengo 2 com arbitragem de Aristides Figueira,
conhecido como Mossoró. Era uma tarde de novembro e o Botafogo jogou com Ari.
Laranjeiras e Ladislau. Ivan. Papeti e Negrinhão. Lula. Geninho. Heleno. Valsechi e Valter. O Flamengo com Jurandir. Nilton e Quirino.
Biguá. Bria e Jaime. Nilo. Zizinho. Pirilo. Sanz e Jarbas.
O Flamengo seguia seu caminho
para conquistar o primeiro tetra de sua história. Naquela tarde foi
surpreendido com a boa atuação do Botafogo , que aos 29 minutos do segundo
tempo já vencia por 4x2, com gols de Heleno de Freitas dois. Valsechi e Valter.
Aos 30 minutos com um chute violente da entrada da área, Geninho marcou o
quinto gol do Botafogo. Tudo teria corrido normalmente se a bola impulsionada
por Geninho, tivesse sido amparada pela rede da baliza à direita das sociais. Mas isso não aconteceu. A bola
bateu no ferro que sustentava a rede e voltou, com força, para dentro do campo,
dando a impressão de que se chocara com a trave. Foi ai que começou a confusão.
O juiz Mossoró não hesitou em
confirmar o quinto gol do Botafogo apesar das reclamações dos jogadores do
Flamengo. De repente veio a ordem do banco do clube rubro negro – O Flamengo
deve abandonar o campo. Sem jeito, alguns jogadores pedem para continuar a
partida, mas os dirigentes estão firmes em sua decisão. No entanto, pouco
depois, surge uma solução não tão radical, mas ao mesmo tempo inédita: os
dirigentes da Gávea mandam seus jogadores sentarem em campo e esperar o termino
do jogo. Como a saída era do Flamengo, o jogo não teve seu recomeço. Os jogadores do Botafogo ficaram batendo bola
durante 15 minutos, enquanto o juiz passeava pelo gramado esperando que a mesa
do cronometrista indicasse o fim dos 90 minutos. Tranqüilos, sentados em
grupos, os jogadores do Flamengo ficaram assim até que, finalmente, o tempo
terminou.
No meio da semana, a Federação
oficializou os 5x2 para o Botafogo e aplicou uma multa ao Flamengo. Nada mais
que isso.
Novembro de 1956 – Campeonato
Carioca -
Botafogo x Flamengo
1956 - Vasco da Gama, campeão carioca.
Em pé: Carlos Alberto. Paulinho. Belini. Laerte. Orlando e Coronel.
Agachados: Sabará. Vavá. Livinho. Valter e Pinga.
O Botafogo não impôs a
resistência que se esperava ao Vasco da Gama. Na verdade, dentro do jogo e
salvo algumas passagens esporádicas, o alvi negro quase entregou-se de braços
abertos. Rubens em duas oportunidades falhou clamorosamente, propiciando ao
Vasco os lances que culminara com os gols iniciais do Vasco. Bob deu “de graça”
a Valter o passe do terceiro gol. Assim, quando se esperava que pelo menos na
defensiva o Botafogo aguentasse firme, foi justamente aquele o seu primeiro
compartimento a falhar. E na sua dianteira, salvo Canete nos minutos iniciais e
Garrincha em raras oportunidades, os outros se perderam. O Vasco explorou com
maestria as oportunidades que teve, converteu três gols advindos de falhas
adversárias. Mas, saliente-se, sua dianteira pressionou bastante e cavou as
chances. Nos parece que o calor prejudicou mais ao Botafogo que ao Vasco. Em
síntese, o calor prejudicou o espetáculo e cenas de pugilato, empurra-empurra,
etc., marcaram todo o final da contenta.
O escore foi inaugurado
aos 13 minutos de luta. Laerte centrou, Amauri saiu pessimamente do gol,
enquanto Bob se confundiu com Livinho, permitindo, assim, que Pinga fugindo à
bisonha marcação de Rubens, que ficou parado, desviasse para o fundo das redes.
Aos 23 minutos o Botafogo empatou com o gol mais bonito da tarde. Didi deu a
Bauer, este Ganete que centrou. Alarcon de cabeça serviu a Paulinho, que ainda
de cabeça consignou o gol. Aos 32 minutos Livinho colocou o Vasco em vantagem,
aproveitando falha de Rubens e Orlando Maia. Aos 35 minutos, Valter recebendo
de ”presente” (falha de Bob), atirou por cima, encobrindo todo mundo e marcando
o terceiro gol. Aos 21 minutos da fase final, Belini calçou Paulinho dentro da
área e o juiz assinalou o pênalti. Cobra Didi e converte com grande categoria.
Aos 42 minutos surgiu o lance que serviu de estopim para o tumultuo. Livinho
meteu o pé em Bob que o seguia de perto numa bola. O médio passou correndo pelo
atacante, e, segundo se observou da Tribuna de Imprensa, agrediu-o no rosto.
Formou-se uma confusão tremenda. Empurrões, gestos, bolos. Serenados os ânimos
a muito custo, dez minutos após, Frederico Lopes (péssimo juiz) ordenou a
expulsão de Valter, Orlando Maia e Bob apontados como principais protagonistas
do tumulto. Aos 52 minutos, Vavá sofreu violentíssima falta de Rubens, e, levantando-se,
aplicou potente gancho na cara do médio botafoguense, formando-se nova
confusão. Vavá foi expulso da cancha, também. Foi, portanto, melancólico, o
final de Vasco e Botafogo, por culpa, exclusivamente, nos parece, da má
arbitragem.
Os times jogaram assim:
Vasco da Gama – Carlos Alberto, Paulinho e Belini. Laerte.
Orlando e Coronel. Lierte. Livinho. Vavá. Valter e Pinga.
Botafogo – Amauri.
Rubens e Orlando Maia. Bauer. Bob e Nilton Santos. Garrincha. Didi. Paulinho.
Alarcon e Canete.
21 DE ABRIL DE 1957 –
ELIMINATÓRIA PARA A COPA DO MUNDO DE 1958.
BRASIL 1 x PERU 0 – NO
MARACANÃ.
1957 - Seleção Brasileira que venceu o Peru.
Em pé: Djalma Santos. Belini. Zózimo. Nilton Santos. Gilmar e Roberto Batagleiro.
Agachados: Garrincha. Evaristo. Índio. Didi. Joel e Mário Américo.
Com um melancólico 1x0,
o selecionado brasileiro ganhou o direito de ir à Suécia. Ou melhor dizendo:
uma folha sêca de Didi nos levará à uma Copa do Mundo.
Não se poderá dizer que
raras vezes se tem visto o selecionado verde e amarelo jogar tão mal. Do jogo
com o Uruguai para cá, no Sul Americano, ele esteve sempre assim. Apático, sem
nenhum objetivo, desarmado na meia mancha, ineficiente no ataque. Não fora o
gol de Didi, no Maracanã (e ele jogou muito bem), e agora estaríamos às portas
da “melhor de três”. É possível que se pense em votar certa condescendência à
fraca atuação tida no Maracanã contra os peruanos. Não havia o que se poderia
chamar de “clima ideal” para uma partida tranquila. Mas aí, objeta-se, é que se
vô uma seleção nacional a que sabe jogar em todos os momentos, que sabe se
recuperar, que independe de uma série vitoriosa para um novo sucesso.
Já o Peru melhorou
muito. Alargou seu jogo, fazendo correr a bola. Mais uma vez não demonstrou
plano definido de ação. Não teve um ataque penetrante e na defesa parou os
nossos atacantes mais por força de faltas do que por qualquer outra coisa.
Não é possível dizer
que o empate serie o resultado mais lógico, porque assim estaríamos mentindo.
Jogando mal, o Brasil teve muito mais volume de jogo. Perdeu gols incontáveis,
alguns deles, quase feitos. Apesar do apertadíssimo, 1x0, que fez sofrer até o
fim, o único time que mereceu vencer foi o da representação do Brasil.
O gol solitário de
Didi, foi marcado aos 11 minutos da etapa inicial. O meio, numa tarde
inspirada, cobrou um tiro livre da entrada da área peruana. A bola saiu
enviesada, cheio de efeito e bateu Asca inapelavelmente. Foi uma autêntica
“Folha Seca”. Daí para frente, nada mais. Chutamos na trave (Garrincha).
Perdemos muitos gols, Índio. Garrincha. Evaristo, Didi, todo mundo. E Gilmar
quase deixou passar uma bola que foi chutada do meio campo (Lazon).
Como figuras
individuais, pode-se apontar Didi como o maior homem da seleção brasileira,
seguido de perto por Belini, o Leão de sempre, Garrincha esteve bom,
perdendo-se, todavia, nos driblings e entre os outros merecem menção Nilton
Santos e Joel. Pelo espirito de luta.
A arbitragem esteve a cargo de Estebam Marino (bom),
coadjuvado por Cross (bom) e Heigger (bom). A arrecadação foi de
Cr$1.425.795,00. Brasil e Peru jogaram assim:
Brasil – Gilmar. Djalma Santos. Belini e Nilton Santos.
Zózimo e Roberto Balangero. Garrincha. Evaristo. Índio. Didi e Joel.
Peru – Asca. Fleming. Benitez e
Rovay. Lazon. Calderon. Gomes Sanches. Mosquera.
Rivera. Terry e
Seminário.
01 DE JULHO DE 1957 - BRASIL 2 X ITÁLIA 0
1956 - A Seleção Brasileira que venceu a Itália.
Em pé: Djalma Santos. Zózimo. Nilton Santos. Edson. Gilmar e Formiga.
Agachados: Mário Américo (massagista). Canário. Zizinho. Leônidas da Selva. Didi e Ferreira.
Não terá sido uma das
mais brilhantes exibições da seleção brasileira de futebol. Todavia, foi uma
vitória convincente, em nenhum momento posta em perigo iminente. Muito pelo
contrário, poderia ter sido um triunfo mais amplo, se o senhor Husband tivesse
marcado o pênalti que Ferreira sofreu, o pênalti que Luizinho sofreu, o pênalti
que Benasaoni cometeu defendendo de tapa um chute de Leônidas. Ao todo, foram
três faltas máximas evitada pelo juiz inglês. Qualquer placar acima de dois
seria, portanto, justificável.
Os italianos tiveram
momentos brilhantes, outros dispersivos e muitos nervosos. Virgili perdeu dois
gols, um certíssimo. Numa outra oportunidade arrematou brilhantemente para
Gilmar fazer a maior defesa do jogo. Mostrando-se firmes na zaga os italianos,
bons no apoio intermediário e regulares no ataque. A defesa brasileira teve
fases excepcionais. Neste particular destaquem-se Edson, Djalma Santos e Nilton
Santos. Na ofensiva foi o mago. Aliás, o maestro da festa, dando um show
inesquecível de fintas, dribilings, passes, bamboleios de autêntico craque.
Jogadas mais adornadas do que algumas que Zizinho fez nesse jogo, são difícil
de se ver muitas vezes em futebol.
O Brasil começou
aproveitando-se do nervosismo natural que se apossava da “Azzurra”. Em três escapadas consecutivas Ferreira,
Leônidas e Canário, quase marcaram. Posteriormente, os visitantes
recuperaram-se um pouco. Mas o Brasil mandou no jogo, na etapa inicial. E com
categoria, sofrendo apenas uma ou duas situações de perigo real.
O primeiro gol do
Brasil foi marcado aos 29 minutos por Ferreira. Zizinho centrou a meia altura para a área. Fecharam
Ferreira, Canário e Leônidas, enquanto Viola deixou o arco para a defesa, mas
amorteceu mal. Entrou Canário, roubou-lhe a bola e estendeu curto para
Ferreira, que livrando-se da defesa cerrada, chutou inapelavelmente. Aos 321
minutos da etapa complementar surgiu o segundo gol brasileiro. Luizinho recebeu
de Zizinho e escapou pelo centro e dentro da área soltou para Canário, na ponta
direita. Este, na corrida, controlou e fuzilou Viola, que não conseguiu evitar
o tento.
As duas equipes atuaram assim constituídas:
Brasil – Gilmar. Djalma Santos e Edson. Formiga. Zózimo e
Nilton Santos. Canário. Zizinho. Leônidas. Didi (Luizinho) e Ferreira.
Itália – Viola. Magnini
e Bernasconi. Cervallo. Chiapella e Segato. Mucinelli. Cervelastti. Graton.
Boran. Virgili. Montuori e Prigni.
A arbitragem esteve a
cargo do inglês Husband, auxiliado pelos seus compatriotas Kelly e Cross.Seria
uma ótima arbitragem não fossem as falhas lamentáveis da não marcação dos pênaltis, que existiram
visivelmente, inclusive ao parecer da grande maioria dos cronistas italianos
presentes. A arrecadação, que foi fornecida pelos altos falantes, somou CR$ 3.733. 670,00, tendo o público pagante de somado exatamente 117.998 pessoas.
29 DE JUNHO DE 1'958 - DECISÃO DA COP DO MUNDO
O BRASIL GANHA
UMA COPA E UM REI É COROADO - BRASIL 5 X SUÉCIA 2
A Seleção Brasileira da decisão contra a Suécia.
Em pé: Djalma antos. Zito. Belini. Nilton Santos. Orlando e Gilmar.
Agachados: Garrincha. Didi. Pelé. Vavá. Zagalo e Mário Américo.
Dias antes da decisão os brasileiros recebiam todas
essas previsões com bom humor e na maior tranqüilidade. O único problema era o
zagueiro De Sordi que se mostrava irrequieto, apreensivo e tenso. Ele não
conseguiu dormir na noite que antecedeu ao jogo. O problema foi passado para
Dr. Hilton Gosling. O médico ficou sem saber o que fazer. Manter a escalação de
De Sordi, mesmo depois de uma noite de insônia ou simplesmente contar o fato ao
Feola e solicitar sua substituição. Entretanto, dr. Hilton pensou rapidamente
na questão e partiu para uma decisão inteligente e elegante. Primeiro conversou
com Djalma Santos que estava tranqüilo e com muita vontade de jogar. Depois
mandou chamar De Sordi que, logo após o jogo contra a França, reclamava de
dores nas pernas. Embora o médico soubesse que as dores cessariam tão logo o
jogador fossem massageados para entrar em campo, examinou o zagueiro e, com
ares de quem estava preocupado, perguntou se ele ainda sentia dores nas pernas.
De Sordi disse que sim. Então, dr. Hilton Gosling sentenciou: “Bem, não podemos
nos arriscar. Pode ser um principio de distensão e não queremos ficar sem você
no meio do jogo. Sinto muito, De Sordi, mas infelizmente desta vez você está de
fora”.
Choveu muito no dia da final e o
campo ficou encharcado como os suecos queriam. O Brasil teve que mudar a camisa
amarela pela azul, também como os suecos queiram. E o primeiro gol, logo no
inicio da partida, foi feito por Liedholm, ainda como os suecos queriam. Além
disso, mais um titular do Brasil não jogaria. De Sordi cederia seu lugar a
Djalma Santos. Mas, a Copa do Mundo de 1958, desta feita, premiou a melhor
equipe do campeonato, contrariando os entendidos do futebol. Ainda mais por uma
goleada, o maior placar de uma final de Copa do Mundo.
Com uma atuação perfeita,
técnica, física e psicologicamente, os brasileiros se tornaram campeões
mundiais pela primeira vez. Tinha um goleiro frio como Gilmar. Uma linha de
zagueiros com Djalma Santos que anulou o craque da Suécia Skoglund. O atlético
Belini que jogava de peito estufado e liderava o time e o clássico Nilton Santos
esbanjando talento. Um meio campo com o dinâmico Zito e o genial Didi que
garantiam todo o equilíbrio do time. E um ataque no qual a magia de Garrincha,
a coragem de Vává, o sangue novo de Pelé e o aplicado Zagalo, formavam um
quarteto irrestível. Terminado o jogo, o Rei Gustavo da Suécia entregou a taça
de ouro ao capitão Belini que a ergueu num gesto histórico. E concluiu que a
Copa do Mundo estava em boas mãos.
A Copa do Mundo estava realmente
em boas mãos, apesar de muitas ironias que marcaram sua conquista pelo Brasil.
Ironia de saber que Pelé, Garrincha e Zito saíram daqui como meros reservas,
sendo escalados em Hindas, praticamente por acaso. Ironia de se saber que muito
do êxito brasileiro se atribui ao plano de Paulo Machado de Carvalho, um plano
que quase toda a imprensa esportiva criticou, ridicularizou e tentou destruir.
Ironia de se saber que esse mesmo plano levou muito em conta aquele “relatório
sigiloso”, falando da emotividade do jogador de cor, de sua vunerabilidade, de
seus nervos frágeis, para que, no dia da grande final, fosse justamente a
bravura, a personalidade, o caráter do negro Djalma Santos a única solução que
o Brasil encontrou para substituir, os nervos tensos do branco De Sordi.
16 DE JUNHO DE 1950- INAUGURAÇÃO DO MARACANÃ
PAULISTAS 3 X CARIOCAS 1
Ainda nos vestiários, jogadores cariocas
Carlayle e Didi assinam uma das bolas do jogo
O Rio de Janeiro viveu um
dia de glória. A torcida carioca deu provas do seu entusiasmo pelo futebol
comparecendo em massa para a inauguração do maior estádio do mundo. Assim,
contribuiu para que fosse estabelecido um recorde de publico em qualquer
época. Foi desta forma que o povo
mostrou seu agradecimento à aqueles que idealizaram e construíram um majestoso
estádio que recebeu o nome do prefeito do Rio de Janeiro, General Ângelo Mendes
de Moraes.
Ao
povo não foi entregue apenas um monumental estádio para o desportista
brasileiro. O programa organizado foi magnifico e se juntava as emoções de ver
o gigante completamente lotado vibrando na sua primeira tarde. A revoada dos
pombos, o coro orfeônico das escolas, as Bandas de Musicas, o desfile das
representações de clubes e entidades, até que todos, de pé, assistiram a
cerimônia de hasteamento do Pavilhão Nacional.
Tudo fazia parte de uma tarde certamente gloriosa.
O
fecho da festa foi o jogo entre as seleções de novos do Rio e de São Paulo. Era
o primeiro jogo no maracanã e acontecia no dia 16 de junho de 1950. Os
paulistas demonstraram melhor entrosamento e condicionamento físico. Tinham uma
linha média eficiente e um ataque habilidoso. Os cariocas se resguardaram na
defesa e assim permaneceram ao longo do primeiro tempo. Mesmo jogando na defesa
foi Didi quem abriu a contagem para o Rio de Janeiro. O jovem Didi assinalou o
primeiro gol no estádio do maracanã. Jogando melhor, os paulistas empataram no
final no primeiro tempo através de Augusto. Na segunda etapa do jogo, os
paulistas continuaram melhores e marcaram mais dois gols através de Ponce de
Leon e Augusto. A vitória foi um prêmio ao bom desempenho dos bandeirantes.
Dois árbitros apitaram o primeiro jogo no maracanã. No primeiro tempo, Alberto
da Gama Malcher. Na etapa final Mário Vianna. Os paulistas jogaram com Osvaldo.
Homero e Dema. Djalma Santos. Brandãozinho e Alfredo. Renato. Rubens
(Luizinho). Augusto. Ponce de Leon (Carbone) e Brandãozinho II (Leopoldo. Os
cariocas com Ernani (Luiz Borracha). Laerte e Wilson. Mirim. Irani e Sula. Aloisio (Alcino). Didi
(Ipojucan). Silas (Dimas). Carlayle (Simões) e
Esquerdinha
(Moacir).
Este é o time de 1973 que reconquistou o título de 1971.
Em pé: Mendes. Dida. Bibiu. Dudu. Zé Preta e Jaminho.
Agachados: Peu (mascote). Manoelzinho. Girando. Batoré. Misso e Castanha (massagista).
UM CAMPEONATO GANHO
DUAS VEZES
(publicado no Jornal de
Alagoas no dia 24 de setembro de 1981).
Na última rodada do
campeonato de 1971, o São Domingos venceu o CRB por 1x0. Este resultado deu o
título de campeão da temporada ao CSA. Entretanto, o São Domingos havia
colocado um jogador irregular e deu margem para que o CRB protestasse o
resultado partida. Acusaram os dirigentes do São Domingos de terem feito a
substituição de propósito para beneficiar o CRB. O São Domingos preferiu sair fora do bolo. O
CSA, interessado diretamente do assunto, procurou defender seus interesses. No
julgamento do TJD da Federação Alagoana de Desportos, o CRB venceu por 5x2. Os
azulinos recursaram. No TJD do Conselho Regional dos Desportos, o CSA venceu
também por 5x2. No Conselho Regional de Desportos, o CRB ganhou.
Esta decisão ocorreu em
1973, e o Presidente da Federação Alagoana de Desportos, Cleto Marques,
resolveu programar logo a decisão do campeonato de 1971 em uma melhor de três,
conforme mandava o regulamento. Houve, inclusive, um acordo entre dirigentes do
CSA e CRB para se utilizar de qualquer jogador com vinculo nos clubes em 1973.
Com o acordo assinado, Cleto Marques que havia assumido a Presidência da
Federação em janeiro, marcou para o dia 15 de março o primeiro jogo. O
treinador do time da Pajuçara era Dida e o orientador do clube do Mutange, Barbosa.
Primeiro jogo.
15 de março de 1973 – CSA 0 x CRB 0.
Local: Trapichão.
Juiz: Carlos Floriano Vidal.
Auxiliares: Luiz Digerson e Claudeonor Tenório.
Expulsos: Ademir (CRB) e Misso (CSA).
CSA: Dida. Mendes. Bibiu. Zé Preta e Jaminho. Dudu e Batoré.
Fernando Carlos (Beto). Giraldo. Soareste e Misso.
CRB: Vermelho. Ademir.
Major. Adevaldo e Eraldo. Tadeu e Capeta. Mano. Carlinhos (Reinaldo). Orlandinho
e Silva.
No dia 17 a manchete do
Jornal era a seguinte: “Empate sem gols no clássico da garra e da violência”. E
continuavam no comentário: “Um grande público estive no Estádio Rei Pelé com o
torcedor não pagando ingresso, pois o jogo foi um presente do Governador
Afrânio Lages, que completava seu segundo ano de administração. Tecnicamente, o
clássico foi de nível fraco, porém as duas equipes demonstraram muita garra do
principio ao fim do jogo. O CSA durante
todo jogo sempre foi o mesmo time aguerrido, aparecendo com mais interesse na
partida embora sua equipe não tivesse qualquer esquema tático definido. O CRB
armado dentro de um sistema para trazer o adversário para seu campo e usar o
contra-ataque, não teve muito sucesso na primeira fase, tendo apenas uma
oportunidade de finalizar através de Capeta que atirou alto uma bola que o
goleiro Dida empalmou e ficou totalmente batido. No primeiro tempo, os azulinos
forçara mais o arco do Vermelho”.
E o repórter continuou:
“Na etapa complementar, o CSA veio com mais disposição para liquidar logo a
fatura. Mas a equipe falhava no setor avançado onde Giraldo, Fernando Carlos e Misso não sabia sair da marcação
para receber os lançamentos preciosos de Soareste, que foi a melhor figura em
campo. Os praianos permaneciam no mesmo esquema do primeiro tempo e pouco
conseguiram na bem armada e rígida retaguarda maruja. A partir dos vinte
minutos, o jogo descambava para a violência sob os olhares complacentes do
árbitro carioca Carlos Floriano Vidal. A partida ficou mais quente quando Ademir atingiu violentamente o
atacante Misso que revidou e foram expulsos. Terminado o jogo tudo continuou no
mesmo. Nem azulinos, nem alvi bros estavam em vantagem. Talvez tenha sido melhor
assim”.
(Continua).
UM CAMPEONATO GANHO
DUAS VEZES
(publicado no Jornal de
Alagoas no dia 24 de setembro de 1981.
DUDU E MANOELZINHO
DOIS CAMPEÕES PELO CSA EM 1973.
1
Segundo Jogo.
18 de março de 1973 – CSA 1 x CRB 0.
Gol de Giraldo.
Juiz: Rubens Cerqueira.
Expulsos: Mendes e Manoelzinho (CSA). Orlandinho (CRB).
CSA: Dida. Mendes. Bibiu. Zé Preta e Jaminho. Dudu. Soareste
e Batoré. Beto (Manoelzinho). Giraldo e Fernando Carlos.
CRB: Vermelho. Tadeu.
Major. Adevaldo e Eraldo. Roberto Meneses e Orlandinho. Mano. Capeta
(Roberval). Carlinhos e Silva.
Ganhando o segundo
jogo, o CSA deu o primeiro passo para reconquistar o título de campeão de 1971,
já que os tribunais haviam decidido que o CRB ficaria com os dois pontos
perdidos para o São Domingos. A manchete do Jornal consagrava uma vitória justa
e merecida: “Estupenda vitória deixou CSA mais perto do título”.
E segue sobre no comentário: “Justa sob todos os aspectos a
vitórias de 1x0 alcançada pelo CSA sobre o CRB, domingo à tarde, no Estádio Rei
Pelé, na segunda partida válida pela série de melhor de três do certame de
1971. Indiscutivelmente foi o clube marujo uma equipe superior tecnicamente, e
acima de tudo, mais garra e entusiasmo para chegar ao triunfo. O Regatas
novamente esteve irreconhecível, parecendo ter perdido
Todo seu bom futebol
apresentado no supercampeonato de 1972.”
E o repórter continuou: ”No cômputo geral do espetáculo, o CSA foi
superior ao CRB. O time do Mutange mandou na partida, levando sérios perigo a
meta de Vermelho. Já o CRB não conseguiu penetrar na área azulina, com seus
jogadores errando passes e não tendo muita ação no combate com o adversário. No
segundo tempo, o CSA continuou com as rédeas da partida, saindo bem da defesa
para o ataque, e ameaçando com mais insistência a meta de Vermelho. O CRB
parecia batidos dentro da cancha. Na altura dos vinte minutos, o lateral Mendes
foi expulso por atingir o ponteiro Silva sem bola. Mesmo inferiorizado, o CSA
ainda era melhor. Após trinta minutos Manoelzinho vislumbrou a penetração de
Giraldo e deixou o atacante na frente de Vermelho. Giraldo dominou a bola e
colocou como muita calma no canto esquerdo da meta alvirrubra. Dai para a
frente as duas equipes lutaram com muita disposição. O CSA fazendo catimba e
irritando o adversário. O CRB perturbado com a desvantagem no marcador, chegou
a apelar para a violência. Manoelzinho e Orlandinho foram expulsos por trocarem
pontapés. Para garantir a vitória, o CSA ficou trocando a bola, conseguindo o
trinfo necessário. ”A vitória azulina valeu para cada jogador 250 cruzeiros”.
Sobre arbitragem, o
Jornal comentou: ”No comando da arbitragem esteve o apitador Rubens Cerqueira
com ótima atuação, auxiliado Por José Minervino e Claudeonor Tenório”.
Depois da derrota no
segundo jogo, os dirigentes do CRB resolveram dispensar o treinador Dida que
teve um único pecado: ter sido jogador do CSA da década de 50. Jorge
Vasconcelos assumiu o cargo.
(continua).
1947 - 13 DE JUNHO UM FLA-FLU NA ILHA DO RETIRO.
FLAMENGO 1 X FLUMINENSE 1
TIME DO FLAMENGO QUE EMPATOU O FLUMINENSE
Em pé: Norival. Luiz Borracha. Nilton. Biguá. Bria e Jaime. Agachados: Adilson. Tião. Pirilo. Jair e Vevé (Perácio).
No ano de 1947, a torcida
pernambucana assistiu a um clássico inédito na Ilha do Retiro. Flamengo e
Fluminense, que estavam realizando temporadas do Nordeste, jogaram em Recife
para um publico que lotou o campo do Sport. Nunca se viu tanta gente na Ilha
como naquela tarde de 13 de junho.
O Fluminense era supercampeão
carioca. Ademir, o grande artilheiro, e Orlando, eram pernambucanos, e as
atrações da partida. Todos queria ver os tricolores e seus craques. O Flamengo
estava com seu time titular, menos Zizinho, que tinha quebrado a perna numa
jogada com o banguense Adauto. A torcida do rubro negro já era grande, e a Ilha
do Retiro ficou pequena para todos aqueles que queriam assistir o mais famoso
clássico do futebol carioca.
O Flamengo começou jogando bem. O
goleiro Robertinho se transformava na grande figura do jogo. Jair da Rosa Pinto
comandava o clube da Gávea. Mas, foi o Fluminense que abriu a contagem. Um tiro
de meta mal cobrado pelo zagueiro Newton, a bola caindo diante de Simões, que surpreendeu
o goleiro Luiz Borracha com um chute de fora da área. O empate aconteceu de
forma sensacional. Uma jogada genial de Jair da Rosa Pinto, um centro para a
área tricolor e uma cabeçada de Perácio que havia entrado no lugar de Vévé.
O juiz foi o pernambucano
Argemiro Felix, o popular Serlock, com uma boa atuação. Biguá foi a grande
figura da partida. O jogador do Flamengo deu um show de bola. Jair da Rosa
Pinto também esteve muito bem. No Fluminense, além do goleiro Robertinho,
Ademir e Orlando também agradaram os torcedores que estiveram na Ilha do
Retiro.
O Fluminense jogou com
Robertinho. Gualter e Haroldo. Pascoal (Beracochéia). Telesca e Bigode. Pedro
Amorim. Ademir. Simões. Orlando e Rodrigues.
O Flamengo com Luiz Borracha. Newton e Norival. Biguá. Bria e Jayme.
Adilson. Tião. Pirilo. Jair e Vévé (Perácio).
1972 – BOTAFOGO 6 x
FLAMENGO 0
JAIRZINHO
O ARTILHEIRO DO JOGO.
No dia 15 de novembro.
Se a torcida do
Botafogo já tinha o hábito de contar a três para rimar com freguês, depois
passou a contar até seis para lembrar sempre a goleada histórica. Se pudéssemos
acreditar em previsões, poderíamos ter aconselhado aos rubros negros para nem
irem ao Estádio Mário Filho, pois Carlito Rocha disse que tivera um sonho e que
Nossa Senhora da Aparecida profetizara a goleada.
E logo aos 2 minutos
perdia um feito através de Carlos Roberto. Aos 8, que perdeu foi Ademir. Era um
massacre. O primeiro gol não demoraria. E veio aos 15 minutos, Jairzinho não
desperdiçou uma sobra de bola de Tinho e tocou no ângulo esquerdo. O Flamengo
se desesperou e começou a errar passes seguidamente. A defesa do Flamengo
estava totalmente perdida e começou a errar passes para o ataque botafoguenses.
E por falar em ataque, o Flamengo deu apenas quatro em todo jogo, com somente
um levando perigo: uma cobrança cobrada por Paulo Cesar da intermediária, aos
22 minutos do primeiro tempo. Os alvinegros continuaram na frente. Aos 35
minutos, Jairzinho tocou para Zequinha, que centrou para Fischer fazer Botafogo
2x0. Seis minutos depois o mesmo Fischer manda de cabeça para fazer 3x0. A
torcida do Botafogo fazia um verdadeiro carnaval.
Zagalo, sentindo a
goleada, fez duas substituições. Tirou o ponta Rogério e colocou e colocou O
centro avante Caio e fez o lateral esquerdo Mineiro entrar no lugar de Zanata.
A emenda foi pior que o soneto. Chegou-se ao ponto de Jairzinho e Fischer terem
apenas Chiquinho a marca-los. Aos 12 e 14 o Botafogo poderia ter ampliado, mas
isso só aos 23 minutos, quando o Flamengo já tinha dez homens, Tinho tinha
saído machucado. Jairzinho recebeu de Zequinha, virou rápido e chutou no canto
direito do Renato. Aos 38, Jairzinho, se letra, fez 5 a 0. O sexto e último
aconteceu os 42 minutos. Marinho chutou forte, Renato rebateu e Ferreti, que
substituíra Fischer, mandou para o fundo da rede.
Escalações -
Botafogo: Caio. Mauro Cruz. Valtencir. Osmar e Marinho
Chagas. Nei Conceição e Carlos Roberto. Zequinha. Fischer (Ferreti). Jairzinho.
Ademir Vicente (Marco Aurélio.
Flamengo: Renato. Renato. Monteira e Rodrigues Neto. Liminha
e Zanata (Mineiro). Rogério. Fio.;
Humberto e Paulo Cesar.
Juiz: José Assis
Aragão.
1959 - AMISTOSO NO MARACANÃ - BRASIL 2 X INGLATERRA O
A MAIOR VAIA NO MARACANÃ
O PRIMEIRO GOL DO BRASIL
JULINHO DEPOIS DA VAIA DOS TORCEDORES CARIOCAS
Irritado com a barração de
Garrincha o torcedor passou a perseguir seu substituto, o ponta Julinho,
provocando a maior vaia da história do Maracanã. Na tarde de 13 de maio de
1959, o Brasil enfrentou a Inglaterra em partida amistosa. Mais de cem mil
torcedores foram surpreendidos quando os altos falantes do estádio anunciaram a
escalação do time brasileiro. Julinho no lugar de Garrincha.
Muito
se especulou a respeito daquela substituição inesperada momentos antes do jogo.
Dirigentes da CBD explicaram que o Mané sentiu uma contusão, além de que não
estar no melhor de sua forma. A verdade,
porém, é que Garrincha escapou da concentração para mais uma de suas aventuras
amorosas. Como não tinha condições de correr os noventa minutos foi barrado. A
torcida não sabia de nada e explodiu numa vaia quando o nome de Julinho foi
anunciado pelo locutor do maracanã que, esperou que a vaia terminasse para
continuar a escalação do Brasil.
Durante
a história do maracanã jamais um jogador foi vaiado com tanta intensidade. E o
pior é que Julinho não tinha nenhum culpa do que estava acontecendo. À medida
que o tempo foi passando, Julinho foi se enchendo de confiança. Passava como
queria por seu marcador, chegava à linha de fundo e cruzava para Pelé e
Henrique. As vaias começaram a cessar. Mais confiante ainda, Julinho resolveu
humilhar o lateral inglês. A torcida começava a vibrar com as grandes jogadas
do numero sete do Brasil. Quem tinha pago para ver Garrincha, estava vendo
Julinho, o melhor jogador em campo. Quando ele marcou o primeiro brasileiro, o
torcedor aplaudiu de pé. Ao final da partida, Julinho chorou por tudo que
passou naquele dia 13 de maio de 1959.
Este
episódio serviu para mostrar como a torcida é volúvel. As mãos que apedrejam, são as mesmas que
aplaudem.
1947 - AMISTOSO NA PAJUÇARA
CRB 6 x GALÍCIA 1
ARÉDIO
ELE FEZ OS DOIS PRIMEIROS GOLS DO CRB.
A delegação do Galícia
de Salvador chegou a Maceió para realizar dois jogos amistosos contra CRB e
CSA. O clube baiano estava entre os melhores do futebol da Boa Terra. Esperava
conquistar duas boas vitórias e voltar para Salvador mostrando a superioridade
dos baianos no futebol. Dizem que quando os jogadores do Galícia passeavam pela
Rua do Comércio, em Maceió, e encontraram em uma vitrine de uma loja com duas
taças, eles teriam comentado. A que tinha CRB x Galícia, diziam – essa pode
embrulhar que a gente leva agora. A outra, CSA x Galícia, comentavam – vamos
lutar para levar também. Isso porque o clube azulino tinha voltado do Ceará
onde realizou três amistosos. Venceu dois e empatou um.
No dia 14 de setembro
de 1947, com o estádio da Pajuçara completamente cheio, aconteceu o primeiro
jogo com arbitragem de Waldomiro Brêda. Os comentários dos baianos foram
explorados pelo treinador Zequito Porto na preleção antes da partida. Seus
jogadores entraram em campo jogando com técnica, raça e disciplina. Laxinha foi
uma das grandes figuras do jogo. Com suas jogadas individuais, tenacidade e
persistência, assinalou quatro gols. A defesa do CRB também jogou bem,
principalmente, Miguel Rosas e Walfrido Vieira. Os baianos foram surpreendidos
e não tiveram como reagir a grande atuação dos alagoanos.
Logo aos 8 minutos,
Arédio abriu a contagem e aos 15 Breno empatou. No final do primeiro tempo Arédio
fez o segundo do CRB. Os 45 minutos finais foram de Laxinha. Ele marcou quatro
gols. Aos 7, 20, 30 e 36 minutos. Foi realmente uma vitória sensacional. Foi o
maior marcador que um clube baiano sofreu dos alagoanos. O interessante é que o
jogador Falabaixinho, do Galícia, deixou o gramado aos 39 minutos, sem
explicação, e deixou seu rime com apenas dez.
O CRB venceu com Quincas. Alziro (Dé) e Miguel Rosas.
Walfrido Vieira. Tomires e George (Euclides). Arédio. Zé Cicero (Oscarzinho).
Laxinha. Santa Rita e Fumaça.
O Galícia perdeu com
Zébinga. Bartolomeu e Daruada. Neversini. Falabaixinho e Walter. Louro. Breno
(Pequeno). Americano. Joãozinho e Dino (Dedé).
Depois da desastrosa
derrota para o CRB, dirigentes do Galícia enviaram ordem de embarque para
quatro jogadores que ficaram em Salvador: Jaime. Tuta. Joel e Silva. Eram os
reforços para o jogo com o CSA que terminou com um empate de um a um.
(matéria do Jornal dos
Sports e escritas por Floriano Ivo Junior).
1951 - AMISTOSO NO MARACANÃ
VASCO 2 x PENAROL O
1951 - O Vasco que venceu o Penarol no Maracanã.
Em pé: Eli. Barbosa. Danilo. Clarel e Alfredo.
Agachados: Tesourinha. Ademir. Friaça. Maneca. Djair e Mário Américo.
Depois do Brasil ter
perdido a Copa do Mundo de 1950 para os uruguaios, havia uma grande expectativa
em tornou dos jogos entre o Vasco da Gama, base da seleção brasileira, e o
Penarol, base da seleção uruguaia. O Vasco ganhou o primeiro jogo realizado em Montevidéu
por 3x0.
No
dia 22 de abril, no maracanã, O Vasco voltou a vencer por 2x0. Um imenso
publico foi o maior estádio do mundo para ver quase os mesmos artistas do drama
final da Copa do Mundo, apenas com novos sentimentos e com alguns novos colegas
que não estiveram naquele dia 16 de julho de 1950. E a torcida ficou satisfeita
como que viu porque o jogo agradou pela movimentação e pela técnica. Quando a
partida foi iniciada, os primeiros movimentos pertenceram ao clube brasileiro
que mostrava pinta de vencedor. Quando
os uruguaios conseguiam penetrar na defesa vascaina, encontravam o goleiro
Barbosa em grande tarde.
Aos
16 minutos Friaça recebeu a bola, avançou e quando chegou no risco da grande área
arriscou o chute. A bola saiu fraca e, aparentemente, sem possibilidade de êxito,
mas ganhou efeito no terreno iludiu o arqueiro Maspoli que ficou sem entender
como não conseguiu fazer a defesa. Deste gol para frente, sempre com o Vasco no
ataque, a partida foi ficando definida. A questão era saber de quanto seria a
vitória vascaina. A emoção da torcida passava para os jogadores brasileiros que
sentiam um gostinho todo especial naquela segunda vitória. Aos jogadores do
Penarol restavam a fibra tradicional e sempre dispostos a reagir contra o
marcador adversos. Gighia era seu melhor jogador. Mesmo assim, encontrava em
Alfredo um ótimo marcador. Obdulio Varela disputou um bom primeiro tempo. Na
segunda etapa cansou, começou a apelar para a violência e terminou expulso. Sua
expulsão se deve mais pelo deboche contra a torcida brasileira e as reclamações,
do que a jogada violenta sobre Maneca. Entretanto, o Vasco estava muito bem,
onde Barbosa jogava com nos seus grandes dias. A defesa bem postada e um ataque
onde Ademir era a grande figura do jogo.
Era uma equipe homogênea e que dava a torcida brasileira a tranqüilidade
para viver as emoções que não teve em 1950. Era a valorização de um trabalho
coletivo do conjunto campeão carioca com uma defesa sem falhas e um ataque
insinuante e goleador.
O
1x0 do primeiro tempo não disse bem o que foi o desenrolar da partida, apesar
da bravura com que a defesa do Penarol se comportava suportando a pressão
vascaina. A superioridade vascaina foi confirmada aos 30 minutos através de um
gol sensacional de Ademir que aproveitou um bom lançamento em profundidade. A
partida, de um modo geral, foi disputada em meio a cordialidade entre os
jogadores. O único momento em que a violência esteve presente foi no segundo
tempo quando Obdulio Varela entrou deslealmente em Maneca e, quando foi marcada
a falta, o capitão uruguaio desrespeitou o publico e o juiz. Por isso, terminou
expulso.
Jogo
realizado no dia 22 de abril de 1951 no maracanã.
Vasco
da Gama 2 x Penarol 0.
Gols
de Friaça e Ademir.
Juiz:
Carlos de Oliveira Monteiro, o popular Tijolo.
Vasco:
Barbosa. Augusto (Laerte) e Clarel. Eli. Danilo e Alfredo. Tesourinha. Ademir.
Friaça (Ipojucan). Maneca e Djair.
Penarol:
Maspoli. Matias Gonzalez e Romero. J.C. Gonzales. Obdulio Varela e Etchegayon (Abadye). Gighia. Piuepoff. Falero
(Miguez), Schiafino e Vital.
Depois do Brasil ter
perdido a Copa do Mundo de 1950 para os uruguaios, havia uma grande expectativa
em tornou dos jogos entre o Vasco da Gama, base da seleção brasileira, e o
Penarol, base da seleção uruguaia. O Vasco ganhou o primeiro jogo realizado em Montevidéu
por 3x0.
No
dia 22 de abril, no maracanã, O Vasco voltou a vencer por 2x0. Um imenso
publico foi o maior estádio do mundo para ver quase os mesmos artistas do drama
final da Copa do Mundo, apenas com novos sentimentos e com alguns novos colegas
que não estiveram naquele dia 16 de julho de 1950. E a torcida ficou satisfeita
como que viu porque o jogo agradou pela movimentação e pela técnica. Quando a
partida foi iniciada, os primeiros movimentos pertenceram ao clube brasileiro
que mostrava pinta de vencedor. Quando
os uruguaios conseguiam penetrar na defesa vascaina, encontravam o goleiro
Barbosa em grande tarde.
Aos
16 minutos Friaça recebeu a bola, avançou e quando chegou no risco da grande área
arriscou o chute. A bola saiu fraca e, aparentemente, sem possibilidade de êxito,
mas ganhou efeito no terreno iludiu o arqueiro Maspoli que ficou sem entender
como não conseguiu fazer a defesa. Deste gol para frente, sempre com o Vasco no
ataque, a partida foi ficando definida. A questão era saber de quanto seria a
vitória vascaina. A emoção da torcida passava para os jogadores brasileiros que
sentiam um gostinho todo especial naquela segunda vitória. Aos jogadores do
Penarol restavam a fibra tradicional e sempre dispostos a reagir contra o
marcador adversos. Gighia era seu melhor jogador. Mesmo assim, encontrava em
Alfredo um ótimo marcador. Obdulio Varela disputou um bom primeiro tempo. Na
segunda etapa cansou, começou a apelar para a violência e terminou expulso. Sua
expulsão se deve mais pelo deboche contra a torcida brasileira e as reclamações,
do que a jogada violenta sobre Maneca. Entretanto, o Vasco estava muito bem,
onde Barbosa jogava com nos seus grandes dias. A defesa bem postada e um ataque
onde Ademir era a grande figura do jogo.
Era uma equipe homogênea e que dava a torcida brasileira a tranqüilidade
para viver as emoções que não teve em 1950. Era a valorização de um trabalho
coletivo do conjunto campeão carioca com uma defesa sem falhas e um ataque
insinuante e goleador.
O
1x0 do primeiro tempo não disse bem o que foi o desenrolar da partida, apesar
da bravura com que a defesa do Penarol se comportava suportando a pressão
vascaina. A superioridade vascaina foi confirmada aos 30 minutos através de um
gol sensacional de Ademir que aproveitou um bom lançamento em profundidade. A
partida, de um modo geral, foi disputada em meio a cordialidade entre os
jogadores. O único momento em que a violência esteve presente foi no segundo
tempo quando Obdulio Varela entrou deslealmente em Maneca e, quando foi marcada
a falta, o capitão uruguaio desrespeitou o publico e o juiz. Por isso, terminou
expulso.
Jogo
realizado no dia 22 de abril de 1951 no maracanã.
Vasco
da Gama 2 x Penarol 0.
Gols
de Friaça e Ademir.
Juiz:
Carlos de Oliveira Monteiro, o popular Tijolo.
Vasco:
Barbosa. Augusto (Laerte) e Clarel. Eli. Danilo e Alfredo. Tesourinha. Ademir.
Friaça (Ipojucan). Maneca e Djair.
Penarol:
Maspoli. Matias Gonzalez e Romero. J.C. Gonzales. Obdulio Varela e Etchegayon (Abadye). Gighia. Piuepoff. Falero
(Miguez), Schiafino e Vital.
1976 - DECISÃO DO SEGUNDO TURNO DO CAMPEONATO ALAGOANO
Joãozinho Paulista
O herói do jogo assinalando os três gols do CRB.
Foi sensacional a decisão do
segundo turno, culminando com uma estupenda vitória do Regatas sobre o CSA por
3x2. Gols de Joãozinho Paulista para os alvi rubros e Almir para o clube
azulino. O jogo foi desenvolvido num clima de suspense, já que o CSA jogava
pelo empate e foi responsável pelo gol inaugural, aos 24 minutos da fase
inicial através de Almir. Joãozinho Paulista empatou aos 35 minutos. Esse foi o
resultado do primeiro tempo. O iluminado Joãozinho Paulista fez 2x1 logo aos 8
minutos da etapa complementar e aumentou para 3x1 aos 24 minutos. O CSA somente
conseguiu diminuir aos 43 minutos com outro gol de Almir. Foi um belo
espetáculo que teve um excelente trabalho do arbitro Sebastião Canuto,
auxiliado por Pedro Rufino e Juarez Inácio. O clássico rendeu 879.901 cruzeiros
e foi realizado no Trapichão no dia 5 de julho de 1976.
Apesar de sofrer o primeiro gol,
o CRB teve a calma necessária para modificar o placar e chegar a uma grande
vitória que lhe valeu o titulo do segundo turno. O primeiro tempo foi
organizado pela parte do CSA, certo no meio campo e muito bom com às arrancadas
de Ferreti e Enio Oliveira. Quando fez 1x0, o clube azulino deu a impressão que
logo liquidaria o adversário. Entretanto, o CRB cresceu de produção, passou a
dominar o meio campo e começou a acionar seu artilheiro Joãozinho Paulista em tarde
inspiradissima. Ele foi o grande responsável pela conquista do titulo marcando
três belos gols quando demonstrou seu faro de goleador e o oportunismo dos
grandes artilheiros.
O CSA não foi o mesmo de outras
decisões, principalmente porque não existiu em termos ofensivos. Ferreti, seu
principal atacante, foi anulado pela firme marcação de Fifi. Enio Oliveira
passou a ser o atacante mais positivo dos azulinos, mesmo assim, sem muitas
oportunidades de gol. Ainda no primeiro tempo com 1x0 a seu favor, os azulinos
perderam o domínio do jogo e foram surpreendidos pelo oportunismo do jovem
Joãozinho Paulista, o dono da festa.
Quando terminou o jogo, a torcida
alvi rubra fez um verdadeiro carnaval, comemorando o titulo e a queda da longa
invencibilidade do CSA. Com bandeiras e charanga, a torcida percorreu várias
ruas da cidade, aliviado com a sensacional vitória.
O CRB ganhou com César. Espinosa.
Pires. Fifi e Flávio. Deco. Djair e Alex. Roberval Davino (Antônio Carlos).
Joãozinho Paulista e Silva (Ditinho).
O CSA perdeu com Dida. Oliveira.
Zé Preta. Rogério e Valdeci. Bruno. Roberto Menezes e Almir. Enio Oliveira,
Ferreti (Helio) e Serginho (Jorginho).
(JORNAL DE HOJE)
1965 - DECISÃO DO CAMPEONATO ALAGOANO
CSA 3 x CAPELENSE 0
Elias. Chico e Bibiu
O trio do CSA que venceu o Capelense em 1965.
Era a finalíssima do
campeonato alagoano de 1965. CSA e Capelense disputavam a segunda partida de
uma série de melhor de três para decidir quem seria o campeão. O clube azulino
havia ganho o primeiro encontro e bastava um empate para conquistar o titulo.
A
partida não chegou a agradar. O próprio CSA não repetiu suas atuações
anteriores. Jogou mal e sofreu tremendamente durante o primeiro quando quase
era surpreendido por um Capelense lutador e cuidadoso. Foi uma luta difícil,
principalmente porque o clube do interior jogava retrancado e explorando os
contra-ataques. Por isso, o primeiro tempo foi amarrado, monótono e com poucos
lances de emoção. Entretanto, a sorte que protege os campeões estava do lado do
CSA. Num lance praticamente sem querer,
Tonho Lima marcou o primeiro gol da partida. O atacante azulino tentou fazer um
lançamento para Arcanjo a bola pegou mal e terminou enganando o goleiro
Capitão.
No
segundo tempo, o Capelense fez entrar Bodega no lugar de Paulo. O time melhorou
nas ações ofensivas, já que o novo jogador passou a fazer lançamentos para
Carol e Wailton que exploravam a fragilidade do zagueiro Chico. Sentindo que o
Capelense poderia chegar ao empate, Roberto Mendes procurou corrigir certos
defeitos de sua equipe, aproveitando os piques do ponteiro Canhoteiro que aos
poucos foi dominando inteiramente o lateral Massangana. A partir dos vinte e
cinco minutos o CSA passou de dominado a dominador. O tempo corria e nada do
segundo gol. Somente aos trinta e oito minutos é que Arcanjo se aproveitou de
um lançamento de Tonho Lima e ampliou o marcador. O terceiro gol veio no minuto
final através de Eric na cobrança de uma penalidade máxima. No apito final do
juiz a torcida azulina explodiu e fez um verdadeiro carnaval. Era a festa dos
campeões do sesquecentenário.
Detalhes
técnicos.
Data:
13. 02. 1965
Local:
Pajuçara
CSA
3 x Capelense 0
Gols
de Tonho Lima. Arcanjo. Eric
Juiz:
Sebastião Rufino (pernambucano)
CSA:
Elias. Chico. Bibiu. Zé Cláudio e Flávio. Roberto Mendes e Eric.
Ratinho.
Arcanjo. Tonho Lima e Canhoteiro
Capelense:
Capitão. Paulo (Bodega). Lula. Janancy e Massangana. Tesourinha e Jório.
Bernardino. Corino. Carol e Wailton
1962 - DECISÃO DO TORNEIO RIO SÃO PAULO.
SANTOS 5 x BOTAFOGO
Antes do jogo, aconteceu a
entrega de faixas de campeão carioca e paulista. Na foto aparecem Garrincha e
Pelé com suas faixas.
Em noite de gala o Santos
conquistou mais um titulo de campeão brasileiro. Na noite de 2 de abril de
1963, Santos e Botafogo decidiam o titulo da Taça Brasil de 1962, com 11
campeões mundiais em campo. Na teoria, havia um equilíbrio de forças. Mas na
prática, o Santos de Pelé acabou impondo uma goleada histórica ao Botafogo: 5 a
0.
A taça Brasil era um torneio
disputado no esquema do mata-mata, com uma fórmula parecida com a Copa do
Brasil dos dias de hoje. Os Estados eram representados por seus campeões. Os do
Rio e São Paulo entravam direto nas semifinais. O Botafogo eliminou o
Internacional de Porto Alegre e o Santos afastou o Sport Recife.
No primeiro jogo da decisão,
disputado no dia 19 de março no Pacaembu, o Santos venceu por 4x3. No segundo,
realizado no dia 31 de março, no maracanã, o Botafogo ganhou por 3x1. A
terceira partida, a verdadeira decisão, seria também no maracanã. Naquela
noite, o Santos esbanjou beleza e eficiência. Dorval abriu a contagem aos 14
minutos do primeiro tempo. Pelé ampliou aos 39. No segundo tempo, Coutinho fez
3x0 aos 9 minutos. E Pelé completou os 5x0 com mais dois gols aos 29 e 34
minutos. Como se não bastasse, o time de Santos ainda se deu ao luxo de correr
a bola de pé em pé, por quase cinco minutos sem que os jogadores do Botafogo
interrompessem com alguma falta violenta. Outros tempos. Tempos em que a arte
era valorizada. Tempos em que a insensibilidade e a estupidez de alguns
jogadores de hoje com certeza não aceitariam.
O time de Santos foi campeão
jogando com Gilmar. Lima. Mauro. Calvert e Dalmo. Zito e Mengalvio. Dorval.
Coutinho (Tite). Pelé e Pepe.
O Botafogo perdeu com Manga.
Rildo (Joel). Zé Maria. Nilton Santos (Jadir) e Ivan. Airton e Edson.
Garrincha. Quarentinha. Amarildo e Zagallo.
1960 - DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA
AMERICA 2 X FLUMINENSE 1
1960 - América campeão carioca.
Em pé: Ari. Jorge.Djalma Dias. Amaro. Wilson Santos e Ivan.
Agachados: Calazans. Antoninho. Quarentinha. João Carlos e Nilo.
Dizem os estrategistas que a guerra vai até a última
batalha, e de nada valem as vitórias nas diversas escaramuças se, no final,
cede-se o terreno que defendia, deixando o inimigo fixar o marco de uma
conquista na fortaleza que era necessário manter incólume. E foi isso que
aconteceu naquele dia 18 de dezembro de 1960 no maracanã. O Fluminense foi a
prova viva de que os generais do passado tinham sua dose de razão.
O Fluminense liderou o campeonato carioca de 1960 desde de
sua primeira rodada. Somente perdeu a última batalha quando deixou cair por
terra todos os sonhos do bicampeonato em apenas doze minutos. De fato, quando o
América assinalou o gol do titulo que perseguia há 25 anos, o relógio marcava
trinta e três minutos do segundo tempo. E o Fluminense, embora lutando até o
final, não encontrou mais o rumo certo para desfazer os 2x1. Com o empate, os
tricolores ganhariam uma guerra que venceu tantas e tão gloriosas batalhas.
O Fluminense começou cauteloso, esperando que o América
partisse para o ataque. Aos americanos somente a vitória interessava. Os
tricolores tinham uma defesa bem postada e impedia as avançadas do adversário. Aos
vinte e seis minutos, Telê Santana encobriu o goleiro Ari e colocou a bola no
angulo direito da meta do América. O zagueiro Wilson Santos saltou e defendeu
com a mão. Penalti. Pinheiro cobrou a abriu a contagem para o Fluminense. Os
tricolores jogavam bem e parecia o começo do fim para os rubros.
Entretanto, duas modificações mudaram o panorama do jogo.
No Fluminense, saiu Paulinho, contundido, e entrou Jair Santana. No América,
Fontoura substituiu a Antoninho. Os tricolores perderam no meio campo e seu
ataque ficou sem municiamento. Os americanos ganharam no ataque e passar a
pressionar a defensiva do Fluminense. Aos quatro minutos do segundo tempo,
Fontoura deu um passe para Ivan que cruzou para a área do Fluminense. O
ponteiro Nilo entrou rápido e empatou o jogo. O empate ainda servia para o
clube de Álvaro Chaves. Mas, os americanos acreditavam na vitória e jogavam
melhor. O Fluminense se encolheu para manter o resultado. Aos trinta e três
minutos, cobrando uma falta fora da área, Nilo chutou forte e de efeito. O
goleiro Castilho pegou e largou nos pés de Jorge que marcou o gol do titulo. No
final, o América fez por merecer a vitória. No segundo tempo dominou o jogo,
aproveitou as oportunidades e as falhas da defesa do Fluminense. O treinador
Jorge Vieira foi um estrategista que soube ganhar a guerra.
Jogo realizado no maracanã, no dia 18 de dezembro de 1960.
América 2 x Fluminense 1 –
Gols de Nilo e Jorge (América). Pinheiro (Fluminense)
Juiz: Wilson Lopes de Souza.
Renda: 3.973.606,00
América: Ari. Jorge. Djalma Dias. Wilson Santos e Ivan.
Amaro e João Carlos. Calazans. Antoninho (Fontoura). Quarentinha e Nilo.
Fluminense: Castilho. Jair
Marinho. Pinheiro. Clovis e Altair. Edmilson e
Paulinho (Jair Francisco).
Maurinho. Telê Santana. Valdo e Escurinho.
(Jornal O GLOBO)
1950 - AMISTOSO EM MACEIÓ NO CAMPO DO MUTANGE
ALAGOAS 3 x
FLAMENGO 3
Combinado Alagoano.
Em pé: Tenente Elisio. Benício Monte. General Mário Lima. Cão. Arédio. Zé Maria. Dario. Santa Rita. Não identificado e Doquinha Santa Rita.
Ajoelhados: Euclides. Tomires e Severino.
Sentados: Jader. Epaminondas e Miguel Rosas.
Antes da copa do mundo de
1950, o Flamengo do Rio de Janeiro acertou um jogo para Maceió. Era a primeira
vez que o clube da Gávea jogava em gramados alagoanos. A eufórica torcida
alagoana se fez presente ao estádio do mutange para assistir um dos mais
queridos clubes do futebol carioca enfrentar um combinado alagoano.
Um
combinado alagoano que foi armado as pressas não poderia fazer frente ao
poderoso Flamengo que vinha com grandes craques, mas três desfalques: Zizinho.
Juvenal e Bigode estavam na seleção brasileira. Entretanto, naquele 05 de junho
de 1950, jogando na base da raça, do entusiasmo e muita vontade, o combinado
alagoano se superou e somente permitiu o empate através de um gol irregular
confirmado pelo juiz carioca Aristocílio Rocha. Com o estádio cheio e um
publico vibrante, o jogo não teve um bom começo. O Flamengo, apesar de tudo,
era melhor e chegou a envolver o combinado alagoano. Mesmo assim, os alagoanos
se firmavam na defesa e atrapalhavam as ofensivas dos cariocas. Com o passar dos minutos, equilibramos o meio
campo e o ataque passou a produzir melhor.
Foi
Zé Maria quem abriu a contagem. Um gol que nos deu a sensação que poderíamos
vencer o Flamengo. Ainda no primeiro tempo, Arlindo empatou para o Flamengo. A
etapa complementar foi igual em todos os sentidos. No campo e no marcador.
Durval fez o segundo gol do Flamengo. Novamente Zé Maria empatou o jogo e Cão
fez 3x2 para os alagoanos. O terceiro gol fez com que muitos torcedores
invadissem o gramado para comemorar junto aos jogadores. O Flamengo partiu para
tentar o empate de qualquer maneira. O combinado recuou para manter o
resultado. O jogo ficou violento e perigoso. Quase no final da partida Esquerdinha
fez um passe para Eliezer que, se apoiando em Jader, cabeceou para Durval fazer
o gol de empate. Houve protesto dos jogadores e da torcida. Mas o arbitro
manteve o gol. É bom lembrar que o juiz veio com a delegação do Flamengo. No
final, o resultado foi justo. A torcida ficou feliz com o espetáculo, mas
decepcionado com a atuação do juiz carioca.
Detalhes
do jogo.
Dia:
05 de junho de 1950
Amistoso:
Combinado Alagoana 3 x Flamengo do Rio 3
Gols
de Zé Maria dois e Cão (Alagoas). Durval dois e Arlindo (Flamengo)
Estádio:
Mutange
Juiz:
Aristocilio Rocha
Combinado:
Epaminondas (Bandeira). Jader e Miguel Rosas. Severino. Tomires e Euclides
(Dirson). Cão. Arédio. Zé Maria (Laxinha). Dario e Santa Rita (Hilton).
Flamengo:
Claudio. Job e Newton. Biguá. Bria e Walter (Dequinha). Aluizio (Eliezer). Arlindo.
Durval. Lero e Esquerdinha.
O time do CSA que venceu o quarto jogo
Em pé: Mendes. Dida. Bibiu. Dudu. Zé Preta e Jaminho.
Agachados: Peu (mascote). Manoelzinho. Giraldo. Batoré. Soareste. Misso
e Castanha (massagista)
UM CAMPEONATO GANHO
DUAS VEZES
(publicado no Jornal de
Alagoas no dia 24 de setembro de 1981).
Na última rodada do
campeonato de 1971, o São Domingos venceu o CRB por 1x0. Este resultado deu o
título de campeão da temporada ao CSA. Entretanto, o São Domingos havia
colocado um jogador irregular e deu margem para que o CRB protestasse o
resultado partida. Acusaram os dirigentes do São Domingos de terem feito a
substituição de propósito para beneficiar o CRB. O São Domingos preferiu sair fora do bolo. O
CSA, interessado diretamente do assunto, procurou defender seus interesses. No
julgamento do TJD da Federação Alagoana de Desportos, o CRB venceu por 5x2. Os
azulinos recursaram. No TJD do Conselho Regional dos Desportos, o CSA venceu
também por 5x2. No Conselho Regional de Desportos, o CRB ganhou.
Esta decisão ocorreu em
1973, e o Presidente da Federação Alagoana de Desportos, Cleto Marques,
resolveu programar logo a decisão do campeonato de 1971 em uma melhor de três,
conforme mandava o regulamento. Houve, inclusive, um acordo entre dirigentes do
CSA e CRB para se utilizar de qualquer jogador com vinculo nos clubes em 1973.
Com o acordo assinado, Cleto Marques que havia assumido a Presidência da
Federação em janeiro, marcou para o dia 15 de março o primeiro jogo. O
treinador do time da Pajuçara era Dida e o orientador do clube do Mutange
Barbosa.
Primeiro jogo.
15 de março de 1973 – CSA 0 x CRB 0.
Local: Trapichão.
Juiz: Carlos Floriano Vidal.
Auxiliares: Luiz Digerson e Claudeonor Tenório.
Expulsos: Ademir (CRB) e Misso (CSA).
CSA: Dida. Mendes. Bibiu. Zé Preta e Jaminho. Dudu e Batoré.
Fernando Carlos (Beto). Giraldo. Soareste e Misso.
CRB: Vermelho. Ademir.
Major. Adevaldo e Eraldo. Tadeu e Capeta. Mano. Carlinhos (Reinaldo). Orlandinho
e Silva.
No dia 17 a manchete do
Jornal era a seguinte: “Empate sem gols no clássico da garra e da violência”. E
continuavam no comentário: “Um grande público estive no Estádio Rei Pelé com o
torcedor não pagando ingresso, pois o jogo foi um presente do Governador
Afrânio Lages, que completava seu segundo ano de administração. Tecnicamente, o
clássico foi de nível fraco, porém as duas equipes demonstraram muita garra do
principio ao fim do jogo. O CSA durante
todo jogo sempre foi o mesmo time aguerrido, aparecendo com mais interesse na
partida embora sua equipe não tivesse qualquer esquema tático definido. O CRB
armado dentro de um sistema para trazer o adversário para seu campo e usar o
contra-ataque, não teve muito sucesso na primeira fase, tendo apenas uma
oportunidade de finalizar através de Capeta que atirou alto uma bola que o
goleiro Dida empalmou e ficou totalmente batido. No primeiro tempo, os azulinos
forçara mais o arco do Vermelho”.
E o repórter continuou:
“Na etapa complementar, o CSA veio com mais disposição para liquidar logo a
fatura. Mas a equipe falhava no setor avançado onde Giraldo, Fernando Carlos e Misso não sabia sair da marcação
para receber os lançamentos preciosos de Soareste, que foi a melhor figura em
campo. Os praianos permaneciam no mesmo esquema do primeiro tempo e pouco
conseguiram na bem armada e rígida retaguarda maruja. A partir dos vinte
minutos, o jogo descambava para a violência sob os olhares complacentes do
árbitro carioca Carlos Floriano Vidal. A partida ficou mais quente quando Ademir atingiu violentamente o
atacante Misso que revidou e foram expulsos. Terminado o jogo tudo continuou no
mesmo. Nem azulinos, nem alviubros estavam em vantagem. Talvez tenha sido melhor
assim”.
(Continua).
UM CAMPEONATO GANHO
DUAS VEZES
Segundo Jogo.
18 de março de 1973 – CSA 1 x CRB 0.
Gol de Giraldo.
Juiz: Rubens Cerqueira.
Expulsos: Mendes e Manoelzinho (CSA). Orlandinho (CRB).
CSA: Dida. Mendes. Bibiu. Zé Preta e Jaminho. Dudu. Soareste
e Batoré. Beto (Manoelzinho). Giraldo e Fernando Carlos.
CRB: Vermelho. Tadeu.
Major. Adevaldo e Eraldo. Roberto Meneses e Orlandinho. Mano. Capeta
(Roberval). Carlinhos e Silva.
Ganhando o segundo
jogo, o CSA deu o primeiro passo para reconquistar o título de campeão de 1971,
já que os tribunais haviam decidido que o CRB ficaria com os dois pontos
perdidos para o São Domingos. A manchete do Jornal consagrava uma vitória justa
e merecida: “Estupenda vitória deixou CSA mais perto do título”.
E segue sobre no comentário: “Justa sob todos os aspectos a
vitórias de 1x0 alcançada pelo CSA sobre o CRB, domingo à tarde, no Estádio Rei
Pelé, na segunda partida válida pela série de melhor de três do certame de
1971. Indiscutivelmente foi o clube marujo uma equipe superior tecnicamente, e
acima de tudo, mais garra e entusiasmo para chegar ao triunfo. O Regatas
novamente esteve irreconhecível, parecendo ter perdido todo seu bom futebol
apresentado no supercampeonato de 1972.”
E o repórter continuou:
”No cômputo geral do espetáculo, o CSA
foi superior ao CRB. O time do Mutange mandou na partida, levando sérios perigo
a meta de Vermelho. Já o CRB não conseguiu penetrar na área azulina, com seus
jogadores errando passes e não tendo muita ação no combate com o adversário. No
segundo tempo, o CSA continuou com as rédeas da partida, saindo bem da defesa
para o ataque, e ameaçando com mais insistência a meta de Vermelho. O CRB
parecia batidos dentro da cancha. Na altura dos vinte minutos, o lateral Mendes
foi expulso por atingir o ponteiro Silva sem bola. Mesmo inferiorizado, o CSA
ainda era melhor. Após trinta minutos Manoelzinho vislumbrou a penetração de
Giraldo e deixou o atacante na frente de Vermelho. Giraldo dominou a bola e
colocou como muita calma no canto esquerdo da meta alvirrubra. Dai para a
frente as duas equipes lutaram com muita disposição. O CSA fazendo catimba e
irritando o adversário. O CRB perturbado com a desvantagem no marcador, chegou
a apelar para a violência. Manoelzinho e Orlandinho foram expulsos por trocarem
pontapés. Para garantir a vitória, o CSA ficou trocando a bola, conseguindo o
trinfo necessário. ”A vitória azulina valeu para cada jogador 250 cruzeiros”.
Sobre arbitragem, o
Jornal comentou: ”No comando da arbitragem esteve o apitador Rubens Cerqueira
com ótima atuação, auxiliado Por José Minervino e Claudeonor Tenório”.
Depois da derrota no
segundo jogo, os dirigentes do CRB resolveram dispensar o treinador Dida que
teve um único pecado: ter sido jogador do CSA da década de 50. Jorge
Vasconcelos assumiu o cargo.
(continua).
UM CAMPEONATO GANHO
DUAS VEZES
(Publicado no Jornal de
Alagoas 24 de setembro de 1981).
Terceiro jogo.
21 de março de 1973 – CRB 1 x CSA 0
Gol de Capeta.
Juiz: Sebastião Rufino.
CRB: Vermelho. Ademir. Major. Adevaldo e Eraldo. Roberval
(Ronaldo Brito) e Roberto Meneses. Mano. Capeta (Tadeu). Carlinhos e Silva.
CSA: Dida. Gilvan.
Bibiu. Zé Preta e Jaminho. Dudu. Batoré (Adeildo). Soareste. Fernando Carlos
(Beto). Giraldo e Misso.
A vitória do CRB neste
terceiro jogo colocou tudo em igualdade novamente. A festa azulina foi adiada.
A torcida saiu decepcionada, mas ainda acreditava em seus jovens jogadores para
o quarto jogo. Depois da vitória do CRB, a manchete do Jornal de Alagoas foi
essa: CRB CHEGA AO JOGO EXTRA DE 1971 COM JUSTA VITÓRIA.
O comentário segue nas páginas do Jornal – “O clássico de
ontem reeditou o mesmo clima de entusiasmo dos anteriores, com os clubes
jogando sem permitir a armação de jogadas, desprezando a técnica e substituindo
pela raça. E o CRB foi melhor. Os alvirrubros não permitiram aos azulinos
fazerem seu estilo de jogo habitual, resolvendo marcar sempre de perto. O
pecado do CSA foi pensar que o empate estava garantido, antes do jogo começar.
Colocou a raça de lado, virtude que sempre lhe apareceu com bom resultado.
Faltou também a vontade de vencer. O CRB aproveitou as falhas do CSA e
assinalou seu único gol através de Capeta ainda no primeiro tempo.
A reação do CSA veio nos
minutos finais quando resolveu ir à frente, mas sem coordenação e finalização.
A defesa adversária estava atenta e não permitiu o ataque azulino chegar muito
perto do goleiro Vermelho”.
Sobre a arbitragem de
Sebastião Rufino, o Jornal comentou – “Foi um juiz traquilo, beneficiado pelo
bom clima do espetáculo”.
Este resultado deu nova
vida aos alvirrubros que decidirão o título na próxima partida. Um empate na
quarta partida, daria condições para uma prorrogação de trinta minutos. Se
empate persistir, o campeão será conhecido através de penalidades máximas.
UM CAMPEONATO GANHO DUAS VEZES
(publicado no Jornal de
Alagoas no dia 24 de setembro de 1981.
Quarto jogo.
25.março.1973 – CSA 3 x CRB 2.
Tempo regulamentar: 1x1.
Gols de Soareste (CSA) e Carlinhos (CRB).
Prorrogação: CSA 2 x CRB 1.
Gols de Beto e Giraldo (CSA). Reinaldo (CRB).
Juiz: Sebastião Rufino.
Expulso: Jaminho (CSA).
CSA: Dida. Mendes. Bibiu. Zé Preta e Jaminho. Dudu. Soareste
e Batoré (Otávio).
Manoelzinho (Beto). Giraldo e Misso.
CRB: Vermelho. Ademir.
Major. Adevaldo e Eraldo. Roberto Menezes e Capeta (Roberval). Mano.
Orlandinho. Carlinhos (Reinaldo) e Silva.
1956 – CAMPEONATO
CARIOCA
FLAMENGO 6 X FLUMINENSE 1
Segundo gol do Flamengo. O artilheiro Dida recebe de Paulinho e desviou de Veludo.
Naquela tarde de 18 de dezembro de 1956, a torcida do
Fluminense sofreu um dos maiores vexames de sua história. É preciso que se diga
que, em nenhum momento dos noventa minutos, o Fluminense foi um time, um
conjunto, um adversário. Nem mesmo quando, por um instante, vencia por 1x0,
graças a um lindo gol de Didi. O Fluminense já entrou em campo com a alma
derrotada. Enquanto isso, o Flamengo realizou sua melhor apresentação no
campeonato.
O
primeiro tempo terminou com 3x1. Aos 24 minutos Telê bateu uma falta para Didi
que matou a bola no peito e fez um gol de alta categoria. Um minuto depois,
Joel escapou pela direita e chutou sem angulo. A bola entrou entre a trave e o
goleiro Veludo. Mais três minutos e Dida recebendo de Paulinho desvia de Veludo
e marca o segundo gol. Dominando a partida com certa tranqüilidade, o Flamengo
somente chegou aos 3x1 no ultimo minuto do primeiro tempo. Paulinho chutou,
aparentemente a bola ia para fora, quando o goleiro Veludo saltou
espetacularmente defendeu mas largou a bola nos pés do próprio Paulinho que
mandou para as redes. Na etapa complementar a goleada começou a se desenhar aos
24 minutos através de um golaço do artilheiro Dida. Aos 38 Paulinho recebe de
Zagalo e faz 5x1. Aos 44 novamente Paulinho completa o marcador de 6x1.
Como
explicar a goleada de um time candidato ao título de campeão? Podemos dizer que
o Fluminense sofreu um colapso não só técnico como também psicológico. Não teve
o mesmo élan, o menor espirito de luta e não acusou nem mesmo o desespero das
grandes derrotas. O Flamengo apresentou um grande futebol. Com entrosamento em
todos os setores o rubro negro não deu nenhuma chance ao adversário. Ao longo
dos noventa minutos o Flamengo foi sempre fiel a sua legenda de sangue, de
paixão, de garra. Mesmo quando Didi abriu a contagem no maracanã, era ainda o
Flamengo que tinha autoridade de ganhador. Não se pode destacar nomes no clube
rubro negro porque todos jogaram muito bem. O time foi um bloco solidário,
harmonioso, irresistível. A defesa liquidou os ataques do adversário, não
permitindo que, jamais, a ofensiva tricolor ameaçasse a meta de Anibal. Quanto
ao ataque do clube da Gávea, justiça se faça, foi uma máquina admirável. Soube
criar o espetáculo. Dida e Paulinho foram os grandes nomes da tarde.
Este foi o jogo que acabou com a carreira do goleiro Veludo
acusado de venal por dirigentes do Fluminense. Sobre este caso, falaremos em
“Dramas do Futebol Brasileiro” quando contaremos a história de Veludo.
O Flamengo goleou com Anibal. Servilho e Pavão. Jadir.
Dequinha e Jordan. Joel. Paulinho. Indio. Dida e Zagalo.
O Fluminense perdeu com Veludo. Benê e Pinheiro. Vitor.
Clóvis e Bassú. Telê Santana. Didi. Valdo. Robson e Escurinho.
1950 - COPA DO MUNDO
BRASIL 6 x ESPANHA 1
Seleção Brasileira que goleou a Espanha.
Em pé: Augusto. Barbosa. Danilo. Juvenal. Mário Américo (massagista). Bauer e Bigode.
Agachados: Jonhson (massagista). Maneca. Zizinho. Ademir. Jair e Chico.
Ao longo dos anos, as
torcidas, no maracanã, cantaram singelas marchinhas, paródias cheias de
picardia, palavrões repletos de desabafo. Mas os torcedores nunca esqueceram
aquela tarde em que 200 mil vozes cantaram “As Touradas de Madri” no jogo Brasil e Espanha pelo campeonato
mundial de 1950.
João
de Barros, o Braguinha, compositor famoso, comenta aquela tarde de 13 de julho
de 1950,
-
No maracanã inteiro cantando Touradas de Madri, só uma pessoa não conseguia
cantar: eu. Quando o povo se levantou no estádio em festa, a única coisa que eu
consegui fazer foi chorar. Nunca esperei que Touradas de Madri, a marchinha que
fiz com meu amigo Alberto Ribeiro pudesse um dia ser cantada por 200 mil
pessoas de uma só vez. Por isso não cantei. Apenas chorei. Foram lágrimas
doces, suaves.
Naquela
tarde o coro brotou espontâneo da multidão que balançava de mãos unidas no anel
da arquibancada, da geral, das cadeiras, como se fosse um único ser. Nunca mais
o maracanã deixaria de ser palco da cantoria de marchas, sambas, paródias,
palavrões ritmados que, longe de ofender, transformaram o futebol carioca numa
festa inigualável das torcidas.
Uma
festa que começou ali, às vésperas da tragédia de 16 de julho, naquela quinta
feira em que, entre as quatro linhas do maracanã ainda não concluído, com os
sinais das obras recentes visíveis por toda parte, a seleção brasileira
destroçou a seleção espanhola com um goleada de 6x1, que nem o mais otimista
dos torcedores ousaria prever. Duas horas antes do início da partida, marcada
para as 3 horas da tarde, o maracanã parecia não caber mais ninguém. Quando se
anunciou que não havia mais ingressos a venda nas bilheterias, a massa humana
começou a se jogar sobre os frágeis muros de tijolos da construção inacabada, e
por seus destroços passou às carreiras rumo à geral, último território onde o
menor espaço seria disputado palmo a palmo. Acomodada sobre a ponta dos pés,
ondulando e desequilibrando-se com os vaivéns da bola de um gol a outro por
falta de espaço para plantar os pés com firmeza, a multidão não se perturbava
com nada. O aperto, os empurrões, os gritos dos que, perdendo o pé de apoio,
caíam no fosso entre a geral e as cadeiras.
Toda
essa excitação e essa inquietação germinaram o coro que em pouco explodiria
como uma só voz. Não eram apenas os gols, dois de Ademir, dois de Chico, um de
Jair e outro de Zizinho, diante dos
espanhóis tão exaltados pela crônica, a seleção brasileira produzia a mais fina
exibição de futebol que o maracanã já
testemunhou em qualquer tempo. Barbosa. Augusto e Juvenal. Bauer. Danilo e
Bigode. Maneca. Zizinho. Ademir. Jair e Chico não era apenas um time de
futebol, e sim uma orquestra com o luxo de reunir quatro primeiros violinos:
Bauer. Danilo. Zizinho e Jair.
Marcamos
seis gols em cima do goleiro Ramalhets, a maravilha espanhola.
O
coro surgiu e cresceu e dominou todas as bocas não se sabe como. De repente, o
mar de lenços brancos levantou-se mavioso, denso, forte, o coral gigantesco –
-
Eu fui às touradas em Madri
Parara tibum, bumbum
E quase não volto mais aqui-i-i
Pra ver Peri-i-i
Beijar Ceci
Parara tibum, bum bum.....
O
torcedor testemunhou, naquela tarde, o nascimento de um novo movimento no
futebol brasileiro. A era do futebol cantado, que surgia no maracanã e depois
atingiu quase todos os estádios do Brasil. Ao contrário dos antigos campos do
Rio, o maracanã deu às torcidas um sentido de unidade antes impossível.
Revista placar - 1977.
1963 - DECISÃO DO CAMPEONATO ALAGOANO
CSA 4 x
CRB 2
Time do CSA quando venceu o CRB na decisão de 1963.
Em pé: Flávio. Bá. Zé Cláudio. Sinval. Marinho e Batista.
Agachados: Roberto Mendes. Pinga. Jair. Charuto e Deda.
Foto de Roberto Pleche
Vamos
continuar registrando os acontecimentos da longa história do futebol alagoano.
Jornadas sensacionais e inesquecíveis foram vividas anos atrás. E através de um resumido relato procuramos
transportá-los para os dias de hoje.
No
campeonato de 1963, o CRB ganhou o primeiro turno e o CSA conquistou o segundo.
Houve necessidade de uma melhor de três para decidir o titulo de campeão. No primeiro
jogo, o CSA venceu por 3x2. Na segunda partida, houve um empate de 0x0. A
grande decisão ficou para o terceiro encontro que se tornou inesquecível para a
grande torcida azulina.
A
partida foi realizada no mutange em abril de 1964. Ao CRB somente interessava a
vitória. Por isso mesmo, sempre procurou jogar no ataque. No primeiro tempo
onde o clube da pajuçara chegou a dominar as ações e marcador em 2x1, o CRB
estava sempre mais perto da vitória. Sentindo que jogando recuado poderia
perder o jogo, os jogadores do CSA partiram para uma estupenda reação. Ajudados
por sua grande torcida que gritava e incentivava seus atletas, os azulinos
chegaram ao empate no final dos quarenta e cinco minutos iniciais.
No
segundo tempo, com a experiência do treinador Pinguela, os jogadores do CSA se
mantiveram no ataque e conquistaram uma vitoria consagradora por 4x2. É bem
verdade que o CRB lutou bastante e valorizou a vitória dos azulinos. Quando o
juiz apitou o final da partida, a torcida invadiu o campo para festejar com os
jogadores mais um campeonato conquistado. Muitos motivos davam fortes razões
para que os torcedores, atletas e dirigentes não contivessem às lágrimas de
felicidade. É que todos venceram também as crises, as adversidades e o descrédito.
Era um desabafo justo e compreensível. Afinal, todos os obstáculos foram
ultrapassados. Todos se lembravam que no primeiro turno, o CSA havia ficado em
quarto lugar, atrás de CRB, Capelense e Estivadores. Ninguém se esquecera de
que o inicio do segundo turno foi cheio de incertezas. Por tudo isso, foi necessário
muita união. Muita força de vontade. Muita raça para superar a tudo e a todos.
E um pequeno grupo que sempre acreditou nas tradições azulinas, viram a virada
sensacional. Gigantesca. Heróica. Reabilitadora. E aquela tarde de 12 de abril
de 1964 se tornou inesquecível para a história do Centro Sportivo Alagoano.
Outros
detalhes da decisão.
Data:
12 de abril de 1964
Local:
Mutange
CSA
4 x CRB 2
Gols
de Jair dois. Pinga e Charuto para o CSA. Canhoto dois para o CRB
Juiz:
Louraber Monteiro (pernanbucano)
Expulso:
Márcio do CRB
CSA:
Batista. Flávio. Sinval. Zé Cláudio e Marinho. Charuto e Bá. Roberto Mendes.
Pinga. Jair e Deda
CRB:
Moacir (João Carlos). Aguiar. Márcio. Bernardo e Paulo Brandão. Paulo Nylon e Cahú.
Miro. Edinho. Canhoto e Canário.
1948 - DECISÃO DO TORNEIO MUNICIPAL
FLUMINENSE 1 X VASCO 0
Este foi o gol do título. Um gol espetacular de Orlando.
O
Torneio Municipal era uma competição que antecipava ao campeonato carioca. Em
1948, o Fluminense foi o campeão depois de vencer a finalíssima contra o Vasco
da Gama. Como o clube de São Januário participava do campeonato sul-americano
de clubes em Santiago do Chile, deixou sua equipe reserva para disputar o
Torneio Municipal. E o time foi muito bem. Ganhou todos os jogos chegando ao
final em igualdade de condições com o Fluminense. Para decidir, três jogos. No primeiro, o
Fluminense venceu por 4x0. No segundo, o Vasco ganhou por 2x1. Sempre o Fluminense
com seu melhor time e o Vasco com os aspirantes.
E
veio o terceiro jogo. O Vasco tinha tudo para ser o campeão. Regressou ao
Brasil com o titulo de campeão sul-americano, cheio de troféus e consagrado.
Mas, todos esperavam que os aspirantes vascainos participassem do jogo final. A
surpresa aconteceu pouco antes do inicio da decisão que foi realizada no dia 30
de junho de 1948. O Vasco entrou em campo com seu time titular. O poderoso
campeão das Américas. Apesar disso, o Vasco era um time cansado pela maratona
de jogos no Chile, pela viajem e pelas comemorações do titulo. Mesmo assim,
Flávio Costa colocou o time em campo, surpreendendo até o próprio Fluminense.
E
por incrível que possa parecer, a decisão ficou boa para o Fluminense. Se
perdesse, perderia para os campeões sul-americanos. A obrigação de vencer era
do Vasco. Os tricolores não tinham um time de estrelas, mas era uma equipe que
se aplicava com muita dedicação as ordens de seu treinador Ondino Vieira. A
força dos tricolores estava no coletivo e no alto sentido de sacrifício, coisa difícil
de se encontrar em clubes cheio de estrelas. Flávio Costa que conhecia muito
bem de futebol, acreditava que seu time, campeão carioca invicto em 1947,
campeão dos campeões sul americano no Chile, não teria dificuldade para vencer o
“timinho” do Fluminense. Como o “castigo anda a cavalo”, o Vasco perdeu por
causa de uma bicicleta sensacional de Orlando, o Pingo de Ouro tricolor. Foi
uma derrota estratégica. Um titulo valorizado pela audácia.
O
jogo realizado em General Severiano e foi ganho pelo Fluminense por 1x0. Os
campeões do Torneio Municipal de 1948 jogaram com Castilho. Pé de Valsa e
Haroldo. Índio. Mirim e Bigode. l09. Simões. Rubinho. Orlando e Rodrigues. Os
vascainos atuaram com Barbosa. Laerte e Wilson. Eli. Danilo e Jorge. Djalma.
Maneca. Friaça. Ademir e Chico.
1948 - DECISÃO DO CAMPEONATO MINEIRO
AMÉRICA 3 x ATLÉTICO 1
Carlayle e Lusitano antes da decisão.
Para
cronistas da época, muito da mística que envolveu esta partida se deve ao fato
de que exatamente em 1948 começava a nascer o verdadeiro profissionalismo em Minas. O Atlético
armou uma equipe poderosa, hoje somente comparada ao Cruzeiro de Tostão e
Dirceu Lopes. O América não ficou atrás: mandou buscar jogadores no Rio,
juntando-os aos bons valores que já possuía. A mocidade do presidente americano
Alair Couto, levou-o a empreendimentos arrojados. Do acanhado estadinho
Otacilio Negrão de Lima, construiu um palco para 15 mil torcedores. Para
motivar ainda mais a disputa do titulo, havia a presença do Cruzeiro, que só
abandonou o páreo uma semana antes da grande decisão, afastado pelo Atlético
num 2x2 em que o gol do galo só foi obtido aos 43 minutos do segundo tempo. O
resultado além de tirar as chances do Cruzeiro, elevava o América a
vice-liderança, um ponto atrás do Atlético, isolado e cantando o tri
campeonato.
Na semana da decisão, o
presidente do América, Alair Couto, resolveu convocar a torcida mineira com
palavras candentes, elevadas às manchetes em jornais como Diário da Tarde,
Estado de Minas e Folha de Minas: “Torcidas do Cruzeiro, Vila Nova, Sete de
Setembro, Metalusina e Siderúrgica, unam-se em torno do América. Não podemos
permitir a festa do tricampeonato em nossas barbas”. Uma declaração de guerra.
No dia 22 de novembro de 1948, o presidente do Atlético, Gregoriano Canedo,
rompeu com o Departamento de Árbitros. Só aceitaria um juiz: Alcebíades de
Magalhães Dias, o Cidinho. Acontece que Cidinho tinha a fama de atleticano. O
América reclamou: “Mas logo o Cidinho, a bola é nossa!”. No mesmo dia, enquanto
se preocupava em vetar o juiz indicado pelo Atlético, o América vivia uma grave
crise interna. O técnico Iustrich por pouco não atira o titulo pela janela e
exatamente no ano em que estreava como técnico. Brigou com o jogador argentino
Valsechi, um dos ídolos da equipe, acusando-o de chegar á concentração depois
da hora. A crise foi contornada pelo Conselho Deliberativo do clube. E a guerra
continua. O presidente do América garantia que daria o total da renda aos
jogadores. A resposta do presidente do Atlético foi imediata: “Daremos o
dobro!”. No dia 26, a
pedido do América, a Federação Carioca de Futebol liberou o juiz inglês, Mr.
Barrick para apitar o clássico mineiro. No mesmo dia, o Atlético enviou um
oficio a Federação Mineira, solicitando que um dos bandeirinhas fosse o
Cidinho. América entra na jogada e diz que só aceita se o outro auxiliar fosse
Willer Costa.
No dia do jogo, 28 de
novembro, o tempo amanheceu chuvoso e clima tenso. Ás 13 horas o campo já
estava completamente lotado. Policia e Corpo de Bombeiros chegaram juntos para
evitar que a torcida, que ficou de fora, forçasse os portões. O América entra
em campo primeiro com seus jogadores confiantes: Tonho. Didi e Lusitano. Jorge.
Lazarotti e Negrinhão. Helio. Elgem. Petrônio. Valsechi e Murilinho. A fumaça
dos fogos era sufocante quando Atlético entrou em campo: Kafunga. Murilo e
Ramos. Mexicano. Zé do Monte e Afonso. Lucas. Lauro. Carlayle. Alvim e Nivio.
Foi um dos espetáculos mais emocionantes já vividos pela torcida mineira e os
atletas que participaram daquela decisão.
No primeiro tempo, logo aos 3
minutos, Lusitano desarma Carlayle, leva a bola até o meio campo e entrega para
Elgem, que aproveita uma falha de Ramos e enfia para Murilinho: América 1x0.
Carlayle vai buscar a bola. Fala com Zé do Monte e se sente que os atleticanos
não se abateram com o gol. Afinal, possuíam um time superior tecnicamente. A
reação era questão de tempo e tempo era o que não faltava. Mas os minutos
começavam a passar e nada do empate. O América se superava com incrível
espírito de luta, acabando por se premiar, aos 42 minutos com o segundo gol.
Lazarotti passa a bola para Helio que chuta e vence o goleiro Kafunga: América
2x0. Enfim, a resposta do Atlético. O América ainda comemorava o seu gol quando
Lucas chutou forte, Tonho não conseguiu segurar a bola que sobrou para Nivio
marcar o primeiro gol atleticano. Primeiro tempo: América 2x1.
Vem o segundo tempo. Petrônio,
artilheiro comprado ao Vila Nova, passa pelo zagueiro Murilo e chuta rasteiro
para marcar mais um gol americano. Os jogadores do Atlético partiram para cima
do Mr. Barrick. O primeiro foi Zé do Monte que tenta explicar que a bola não
entrou. Batera nos pés de um policial que estava junto á trave e saíra. Mas
como fazer o juiz entender? Aos 22 minutos, nova confusão. Nívio passa por
Jorge e bate forte. Era o segundo gol atleticano. A torcida festeja, antevendo
a reação e o empate. Mas Mr. Barrick anula o gol, dando impedimento de Nívio.
Carlayle, desta vez, chega primeiro e seu inglês não é suficiente para fazer o
juiz mudar de opinião. Então, resolve se reunir com o resto do time. Não dentro
do campo, mas nos vestiários. O galo não voltou e Mr. Barrick apenas fez
cumprir o regulamento. A paralisação aconteceu aos 23 minutos do segundo tempo.
O juiz esperou mais 15 minutos pelo retorno do Atlético, resolvendo dar a
partida por encerrada, enquanto a policia tratava de impedir que torcedores
alvi-negro invadissem o campo. Mesmo assim, o juiz levou alguns sopapos.
O enterro do Galo foi até o
Parque Municipal, no centro de Belo Horizonte. Um enterro que acabou em pancadaria. O caso
foi para o Tribunal. O Atlético queria disputar o restante do jogo. O América,
muito justamente, exigia que o considerasse o campeão. Os americanos somente
puderam comemorar o titulo de verdade, seis meses depois.
1949 - PRIMEIRO TURNO DO CAMPEONATO CARIOCA.
VASCO 5 X FLAMENGO 2
Ataque do Vasco que venceu o Flamengo por 5x2.
Nestor. Maneca. Ademir. Ipojucan e Mário.
No
primeiro turno do campeonato carioca de 1959, uma goleada do Vasco da Gama
abriu uma grande crise no Flamengo. Naquela tarde, desfalcado do seu centro
avante Heleno de Freitas, o Vasco se limitou a jogar seu grande futebol e
superar seu adversário tecnicamente mais fraco. A crise foi porque alguns
dirigentes achavam que teriam possibilidades de derrotar o Vasco em São Januário.
E como estavam confiantes, os 5x2 foi demais. E foi preciso arranjar uma
desculpa.
E
tudo começou com a extrema confiança do grande rubro negro Ary Barroso, às
vésperas do clássico. Ninguém sabe, até hoje, porque o velho narrador
esportivo, tarimbado por tantas outras batalhas, estava tão confiante, tão
otimista. Time por time, o Vasco era muito melhor. Não há resposta cabível. Até
porque, Ary Barroso sempre foi paixão pelo Flamengo e paixão não se explica nem
se justifica. O fato é que vislumbrando a possibilidade de vitória, Ary deu um
pulinho até a concentração do Flamengo para conversar com seus craques. E saiu
de lá com muita raiva. Ficou irritado porque Jair da Rosa Pinto lhe disse que o
Flamengo não teria a menor chance contra o Vasco com aquela tática de basquete
que iria utilizar. Jair se referia ao esquema inovador de Kanela, técnico do
clube e que tinha sido treinador da seleção brasileira de basquetebol. Jair
chamou Ary a um canto e aconselhou a não apostar um tostão no Flamengo. Isso
aconteceu no sábado.
No
domingo veio o jogo e com a tática de basquete, o Flamengo saiu na frente com
2x0 no marcador, entusiasmando sua torcida. Na cabine destinada as emissoras de
rádio, Ary Barroso estava eufórico com os gols do seu clube. Mas, aos poucos, o
Vasco reencontrou seu melhor futebol e foi fazendo gols um atrás do outro até
chegar 5x2. Para Ary, o mínimo que teria acontecido foi uma sabotagem. Depois
do jogo, nos vestiários do Flamengo, as discussões começaram de maneira
acaloradas. Ouvindo as acusações do narrador torcedor, os dirigentes acusaram
Jair da Rosa Pinto que nunca mais vestiu a camisa do clube rubro negro. Na quarta
feira já estava no Palmeiras de São Paulo. Tudo isso aconteceu nos bastidores.
No
campo, o Flamengo fez dez minutos de um futebol que deu esperanças a sua
torcida. Marcou 2x0, aproveitando falhas de Augusto e Barbosa, até o momento em
que Jair perdeu um gol frente a frente da meta vascaina. Mal sabia Jair que
aquela seria sua última chance perdida no Flamengo. Por ter perdido aquele gol,
iniciou também uma derrocada total da equipe e que, certamente, a culpa do
fracasso caiu sobre Jair.
Mas,
de fato, depois daquele momento, o Vasco tomou pulso da partida, encontrou seu
verdadeiro futebol, e caminhou firme para massacrar a meta do goleiro Garcia.
Quando terminou o primeiro tempo o placar já era de 2x2 com os vascainos
dominando amplamente o jogo. O Flamengo tentava equilibrar as ações, mas o
Vasco era um time muito superior e sua vitoria transformava em cores vivas de
uma realidade que ninguém mais duvidava. Os 5x2 finais foram bem o espelho de
um triunfo justo do melhor time do Brasil naquela época.
O
Juiz foi o inglês Mr. McPherson Dundas. Os foram marcados na seguinte ordem:
Augusto contra. Gringo. Danilo. Maneca. Maneca. Nestor e Ipojucan.
O
Vasco jogou com Barbosa. Augusto e Sampaio. Eli. Danilo e Jorge. Nestor.
Maneca. Ademir. Ipojucan e Mario.
O
Flamengo com Garcia. Job e Juvenal. Valdir. Bria e Jaime. Luizinho. Zizinho.
Gringo. Jair e Esquerdinha.
1979 - DECISÃO DO CAMPEONATO ALAGOANO.
CRB 2 X CSA 0
O craque Silva, autor do segundo gol e o melhor jogador do jogo.
A vitória valia para o Clube de Regatas
Brasil o título de tetracampeão alagoano, o segundo da sua história. O Centro
Sportivo Alagoano queria de qualquer maneira impedir a conquista regateana. O
time da pajuçara dirigido por Jorge Vasconcelos tinha um excelente conjunto e
muitos bons valores. Sua base era a prata da casa. Todos tinham lutado para
chegar a grande decisão que valia um tetracampeonato, e não seria naquela
partida que deixariam a peteca cair.
No começo do jogo, o CRB parecia
nervoso, inibido, se deixando envolver pelo CSA. Depois dos dez minutos, o jogo
ficou igual e com o decorrer do tempo, os alvirubros passaram a comandar as
ações. Mesmo assim, os azulinos perderam uma grande chance através do perigoso
Almir. O clube da praia também teve suas oportunidades com Jorge da Sorte e
Alberto. Com mais vontade de vencer o jogo, o CRB abriu a contagem através de
um lance infeliz. Um desencontro entre o goleiro Samuel, que saiu mal de sua
meta, e o zagueiro Zé Luiz, que atrasou a bola no meio do gol. Samuel havia saído
para o lado e a bola entrou mansamente nas redes azulinas. A torcida comemorou
como se já tivesse conquistado o titulo. A confiança era tanta que já se ouvia
o grito de: ”é campeão”. Um era pouco. A torcida queria mais.
No segundo tempo, houve mudanças apenas
no CSA. Saiu Ezio e entrou Peu, o garoto revelação. O CRB jogava bem e o
treinador Jorge Vasconcelos manteve os mesmos jogadores. Precavido na defesa, o
CRB esperou o desespero do CSA para em contra-ataques rápido com o trio Jorge
da Sorte. Alberto e Silva, selar o destino do campeonato. E foi o ponteiro
Silva quem marcou o segundo gol depois de boa trama do ataque alvirubro. O
titulo era mais que um prêmio para seu treinador Jorge Vasconcelos que
acreditou nos valores da casa e usou nada mais nada menos do que nove jogadores
da terrinha.
Detalhes da partida:
Competição: Campeonato alagoano de 1979
Data: 21.setembro,1979
Local: Trapichão
Jogo: CRB 2 x CSA 0
Gols: Zé Luiz contra e Silva
Juiz: Arnaldo Cesar Coelho
CRB – tetracampeão: Cesar. Cicero
Besouro. Flavio. Marcus e Carlinhos do Pontal. Enéas e Patinha. Jorge da Sorte.
Alberto e Silva.
CSA: Samuel. Evaristo. Zé Luiz. Beto e
Luizinho. Belisco (Luis Carlos) e Ezio (Peu). Enio Oliveira. Almir e Gilmar.
1944 - DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA
FLAMENGO 1 x VASCO O
Final do lance que culminou com o gol do título de tri campeão
Foto da revista Esporte Ilustrado.
De
um lado, o Flamengo com a maior torcida. Do outro lado, o Vasco da Gama que
tinha o melhor time do campeonato, mas com alguns jovens valores que
despontavam como craques. O Flamengo com um time que tinha sido estruturado em
1939 e tinha a experiência que faltava ao Vasco. Para complicar as coisas, o clube da Gávea estava
sem Domingos da Guia, transferido para o Corinthians e Perácio, que lutava na
Itália como pracinha da FEB, na Segunda Guerra Mundial. Mantinha apenas a sua
intermediária com Biguá. Bria e Jaime de Almeida. Valido tinha parado, mas o
treinador Flavio Costa pediu para que jogasse sua última partida na decisão.
Pirilo, machucado, entrou no sacrifício. O Vasco com uma equipe cheia de
craques. Ademir era o grande artilheiro. Lélé. Isaias e Jair, adquiridos ao
Madureira, eram a sensação do campeonato. Rafanelli. Chico e Djalma eram outras
feras de São Januário. No Flamengo, o técnico Flavio Costa que sempre
concentrava seu time no interior de São Paulo, preferiu deixar os jogadores no
Rio, livres da concentração. Ondino Vieira, treinador do Vasco, levou seus
atletas para Uruçanga, uma localidade perto do Rio de Janeiro. O Flamengo tinha
problemas médicos, e o Dr. Nilton Paes Barreto, lutava para colocar em campo
alguns dos contundidos. No Vasco, os jogadores passavam da monotonia ao tédio.
Ler jornais, ouvir musica na vitrola, era o principal passa tempo dos vascainos.
O
jogo foi realizado na Gávea, campo do Flamengo. Os remadores do clube se
juntaram para evitar que a torcida do Vasco se manifestasse nas gerais e
arquibancadas. Nas sociais, nenhum vascaino entraria. Luis Vinhaes, chefe do
departamento de árbitros, armou um esquema para despistar a todos. Escalou
Guilherme Gomes, mas pediu a Solon Ribeiro
que entrasse em campo com uma bola, um apito na boca e chamasse os dois
times. Assim, Guilherme Gomes se livraria do foguetório que receberiam os dois
times e apareceria se surpresa. Os portões da Gávea foram fechados duas horas
antes do inicio da partida. E naquele dia 29 de outubro, o Vasco entrou em
campo com Barqueta. Rubens e Rafanelli. Berachochéia. Alfredo e Argemiro.
Djalma. Lélé. Isaias. Ademir e Chico. O Flamengo também estava em campo com sua
formação que tinha de melhor. Jurandir. Nilton e Quirino. Biguá. Bria e Jayme.
Valido. Zizinho. Pirilo. Tião e Vévé.
A
torcida do Flamengo já era inflamada. Vai na Bola, um torcedor símbolo, corria
pelo campo com dois pratos de metal nas mãos, batendo sem parar. Jaime de
Carvalho, chefe da Charanga do Flamengo, começou a comandar seus músicos. A
torcida do Vasco gritava para incentivar seus jogadores. Seus gritos eram
abafados pelos flamenguistas e atrapalhados pelos remadores do clube.
O
Vasco começou melhor. Atacou mais. Jurandir fez grandes defesas. O Flamengo
equilibra o jogo e o primeiro tempo termina com um zero a zero. Valido estava
com 39 de febre e Pirilo mal podia caminhar. Mesmo assim, o clube rubro negro comandava
o meio campo com Zizinho fazendo uma partida impecável. Faltam cinco minutos.
Faltam quatro minutos. Vévé cobra uma falta na esquerda. Valido cabeceia e
Barqueta manda para escanteio. Vévé vai cobrar. Ele manda a bola na área
vascaina, Valido sobe por cima de Argemiro e cabeceia para a meta. Barqueta não
consegue defende e a bola entra. É gol do Flamengo. A torcida invade o campo.
Valido é abraçado e beijado. Argemiro e alguns jogadores do Vasco correram para
o juiz afirmando que Valido subiu nas costas do zagueiro vascaino para cabecear
o marcar o gol do titulo. Guilherme Gomes não viu nada de anormal na jogada, e
sua preocupação era limpar o campo.
Quando
o jogo recomeçou, o Vasco tinha três minutos para empatar a partida. Vai todo
para o ataque. Mas time algum tiraria o titulo do Flamengo naquela tarde. A
torcida, atrás do gol de Jurandir, estava pronta para entrar em campo e
desarmar qualquer atacante vascaino. Todos recuaram e formaram uma barreira em
preto e vermelho. Quando a bola estava com o centro avante Isaias do Vasco, o
juiz apitou o fim do jogo. O Flamengo era tri campeão carioca. A Gávea foi
pequena para conter a alegria de tanta gente. Em uma emissora de rádio, Flavio
Costa dizia “Se o Flamengo não costuma esquecer seus campeões, para os de hoje,
deve reservar uma gratidão especial”. No dia seguinte, explodiu a bronca
vascaino – o gol de Valido tinha sido ilegal. Ele havia trepado nas costas de
Argemiro para cabecear. Os jornalistas se dividiam. Uns levaram a reclamação a
sério. Outros passaram a gozar os vascainos. O tempo se encarregou de matar a
questão. Para os flamenguistas, vencer o Vasco com um gol legal é bom, mas
ganhar com um gol irregular é muito melhor.
(revista
placar)
1966- DECISÃO DA TAÇA BRASIL.
CRUZEIRO 6 x SANTOS 2 E CRUZEIRO 3 X SANTOS 2
Cruzeiro campeão da Taça Brasil
Em pé: Neco. Pedro Paulo. Willians. Procópio. Wilson Piazza e Raul.
Agachados: Natal. Tostão. Evaldo. Dirceu Lopes e Hilton Oliveira.
O Cruzeiro se classificou para
disputar a Taça Brasil de 1966 ao conquistar o título de Campeão Mineiro de
1965, o primeiro disputado no Mineirão. Depois de superar o Americano, Grêmio e
Fluminense, chegou à final contra o poderoso Santos, pentacampeão do torneio. Foram
necessárias duas partidas para se conhecer o campeão.
O primeiro jogo foi no Mineirão.
E mesmo em Belo Horizonte, vencer o time de Pelé, Gilmar, Zito, Pepe e Carlos
Alberto era uma tarefa quase impossível nos anos 60. No início do jogo, o
Santos sentiu a força do Cruzeiro e, com cinco minutos, já perdia por 2 a 0. A
preocupação do time paulista cresceu quando Dirceu Lopes aumentou a vantagem do
Cruzeiro para 3 a 0. Aos 42 minutos, Tostão marcou, de pênalti, o quinto gol do
time celeste. Placar do primeiro tempo: Cruzeiro 5 x Santos 0. No segundo
tempo, o Santos esboçou uma reação com dois gols de Toninho Guerreiro. Mas, em
seguida, Dirceu Lopes fez 6 a 2 e consolidou a derrota mais contundente do
esquadrão de Pelé.
Humilhados, os jogadores do
Santos prometiam a vingança no jogo de volta no Pacaembu. Uma vitória simples
garantiria a marcação de um novo jogo decisivo. Nesta partida, logo no primeiro
tempo, Pelé e Toninho Guerreiro fizeram dois a zero. A certeza da vitória foi
tanta que o então presidente da federação paulista, Mendonça Falcão, desceu aos
vestiários para informar aos dirigentes do Cruzeiro que o sorteio da data para
a terceira partida seria no dia seguinte, às dez da manhã.
Mas o Cruzeiro voltou com tudo no
segundo tempo e, com a raça de um campeão, partiu para cima do Santos. Logo de
cara Tostão desperdiçou um pênalti, mas marcou em seguida cobrando uma falta
totalmente sem ângulo. Aos 28 minutos, Dirceu Lopes concluiu uma grande jogada
e decretou o empate. Atônitos com o resultado, os jogadores do Santos buscaram
a vitória, mas o ponta Natal marcou o gol da virada histórica aos 43 minutos.
Festa azul-celeste em São Paulo.
Cerca de 10 mil torcedores cruzeirenses estavam no estádio e foram ao delírio
com a conquista histórica. O primeiro título nacional de um clube mineiro
conquistado fora de casa.
CRUZEIRO 6
SANTOS 2
Data: 30/11/66
Local: Mineirão
Gols: Zé Carlos (contra). Natal. Dirceu
Lopes e Tostão no primeiro tempo. Toninho e Dirceu Lopes no segundo tempo.
Público: 77.325 pagantes
Juiz: Armando Marques
Cartão vermelho: Procópio e Pelé.
Cruzeiro: Raul. Pedro Paulo.
William. Procópio e Neco. Piazza. Dirceu Lopes. Tostão. Natal. Evaldo e Hilton Oliveira.
Técnico: Airton Moreira.
Santos: Gilmar. Carlos Alberto
Torres. Mauro. Oberdan e Zé Carlos. Zito
e Lima. Pelé. Dorval. Toninho e Pepe.
Técnico: Lula.
SANTOS 2
CRUZEIRO 3
Data: 07/12/66
Local: Pacaembu
Gols: Pelé e Toninho no primeiro
tempo. Tostão. Dirceu Lopes e Natal no
segundo tempo.
Juiz: Armando Marques.
Santos: Cláudio. Lima. Haroldo.
Oberdan e Zé Carlos. Zito e Mengálvio.
Amauri (Dorval). Toninho. Pelé e Edu.
Técnico: Lula.
Cruzeiro: Raul. Pedro Paulo.
William. Procópio e Neco. Piazza e Dirceu Lopes. Tostão. Natal. Evaldo e Hilton
Oliveira.
Técnico: Airton Moreira.
1969 –
DECISÃO DO CAMPEONATO ALAGOANO DE 1968
CSA 3 x CRB 2
Lance na área do CRB. O atacante do CSA, Duda, chuta para a meta do goleiro Pompéia.
O zagueiro do CRB Zé Julio, tenta impedir o chute. Mais atrás, Ademir apenas observa,
A tarde de 3 de
fevereiro de 1969 foi realmente inesquecível para o CSA que derrotava mais um
adversário e conquistava o título de tetracampeão. Era um título inédito no
regime profissional em Alagoas. E tudo se tornou mais valorizado porque o
último obstáculo da campanha foi o CRB, que pela tradição e pelo valor moral,
duplicou a glória ao título conquistado.
O CSA parecia disposto
a vencer a partida logo no primeiro tempo. Partiu para cima do adversário e já
aos seis minutos marcava seu primeiro gol que era anulado pelo árbitro Erilson
Gouveia. Perturbado com o gol anulado, o CSA terminou sofrendo um gol através
do Beba. Logo depois aconteceu o empate com um gol do volante Zé Luiz. Antes de
terminar o primeiro tempo, o CRB passou a frente do marcador através de um gol
contra de Erivaldo.
No segundo tempo, o
treinador Pinguela mexeu no time. Ciro e Petruce entraram nos lugares de
Catatau e Déo. O CSA começou a jogar melhor e o empate aconteceu aos vinte e um
minutos. Novamente outro gol de Zé Luiz. O gol da vitória, o gol de
tetracampeonato só veio aos trinta minutos depois de uma jogada e Giraldo e
conclusão do Petruce. Nessas alturas, o CSA já dominava o jogo com Zé Luiz e
Eric aparecendo como os donos do espetáculo.
Os quinze minutos finais
foram realmente dramáticos. O clube do Mutange estava bem no jogo e procurava
manter o resultado. A agremiação da Pajuçara, desesperada, buscava o empate de
qualquer maneira. Seu ataque era desordenado e a defesa do CSA estava bem
postada. A torcida azulina somente se sentiu aliviada quando árbitro apitou o
final da partida. A alegria tomou conta de todos e fizeram um verdadeiro
carnaval em pleno campo da Pajuçara. A vitória do CSA foi maiúscula em todos os
sentidos, porque foi conquistada sobre um adversário valente, lutador que soube
valorizar a vitória do CSA.
Final: CSA 3 x CRB 2.
Juiz: Erilson Gouveia (pernambucano).
CSA: Zé Galego. Catatau (Ciro). Paranhos. Tadeu e Erivaldo.
Zé Luiz e Eric. Ratinho. Giraldo. Duda e Déo (Petruce).
CRB: Pompéia. Ademir.
Nadinho. Zé Julio e Helio. Paulo Nylon e Beba (Erb). Haroldo. Canhoto. Roberto
e Silva.
1958 – COPA DO MUNDO NA SUÉCIA
Brasil 2 x URSS 0
Time do Brasil que venceu a URSS.
Em pé: Desordi. Zito. Belini. Nilton Santos. Orlando e Gilmar.
Agachados: Garrinha. Didi. Pelé. Vavá. Zagalo e Mário Américo.
O
Brasil havia ganhado da Áustria e empatado com a Inglaterra. O jogo mais difícil
seria contra a União Soviética. Pressionado pelos jogadores Nilton Santos, Didi
e Belini, o técnico Vicente Feola, resolveu fazer três modificações no time
brasileiro. Entrariam Garrincha, Zito e Pelé.
Antes
da entrada das duas equipes, o supervisor Carlos Nascimento foi até o vestiário
do russo, numa vista de cordialidade, e sentiu que seus jogadores estavam
nervosos. Nascimento passou a noticia a Feola que às pressas, reuniu os
jogadores.
-
Vamos
surpreendê-los com a velocidade. Todas as bolas para
Garrincha.
Temos que marcar um gol logo nos primeiros minutos – determinou o técnico.
De
ouvidos colados aos aparelhos de rádio, 60 milhões de brasileiros acompanhavam,
ansiosos, o início da partida. E o que se ouvia era espantoso. Pela voz de
Edson Leite, da Rádio Bandeirante de São Paulo, vinha a descrição de uma
epopéia.
-
Atenção Brasil! Saída
russa. Centro alto para Pelé, passa por três
Adversários,
dá a Vavá, Vavá para Zagalo, que rola para Garrincha, que chuta na trave. Zito
para Garrincha, passa pelo primeiro, pelo segundo, pelo terceiro, solta parta
Pelé, chuta, na trave outra vez. Nova bola na trave, quando meu cronometro
marca dois minutos de jogo. E lá vai Didi para Vavá, que entra na área, vai
atirar, atira e goooooool! Vavá! Gooool do Brasil! Um início irresistível do
Brasil. Placar na Suécia:1x0, o Brasil vence, com um gol sensacional de Vavá e
duas bolas na trave, uma de Garrincha e outra de Pelé.
Não
foi só o início. Durante o jogo todo, o Brasil esteve deslumbrante. Embora
empregasse uma severíssima marcação homem-a-homem, com Igor Neto na sobra, a
União Soviética não conseguia segurar Didi, Pelé, Valva e, sobretudo,
Garrincha, que a cada arrancada deixava o lateral Kuznetsov caído no chão. Aos
20 minutos do segundo tempo, mesmo perdendo, os soviéticos começaram a tocar a
bola. Haviam desistido de procurar o empate, conformados com a derrota por contagem
apertada. Mas, aos 30 minutos, Vavá entrou na área com uma fúria empolgante,
dividiu com dois zagueiros, cortou o pé e marcou o segundo gol. Um massacre,
simplesmente. O Brasil chutou 36 vezes ao gol e Gilmar praticou apenas uma
defesa difícil.
“Foi
a maior exibição de futebol que vi até hoje”, escreveu o mais famoso jornalista
esportivo da Europa, o francês Gabriel Hanot.
“Depois
de hoje não preciso mais ver futebol”, garantia o português Cândido de
Oliveira.
“Jamais
pensei que algum time do mundo pudesse jogar um futebol tão lindo como esse”,
afirmava Alan Hoby, do Sunday Express de Londres.
No
eufórico vestiário brasileiro, Garrincha era o centro das atenções.
-
Azar deles –
explicava o Mané – é que eu estava com fome de bola. Deram sopa...
- E o marcador? – perguntaram.
Que
marcador? – respondeu.
-
O Kuznetsov.
-
Ah, era esse é?
Naquele
dia, a seleção brasileira redescobriu a magia do futebol. E começou a ser pentacampeão
do mundo.
Dia
15 de junho de 1958 – Brasil 2 x URSS 0.
Gols
de Vavá aos três do primeiro tempo e aos 30 do segundo.
Local:
Estádio Nya Ullevi em Gotemburgo.
Juiz:
Maurice Guigue (francês).
Brasil:
Gilmar. Desordi. Belini. Orlando e Nilton Santos. Zito e Didi. Garrincha. Vavá.
Pelé e Zagalo.
URSS:
Yashin. Kessarev. Krijevski. Kuznmetsov. Voinov. Tsarev. A Ivanov. V Ivanov.
Simonian. Igor Neto e llyin.
(Da
Manchete Esportiva)
1949
– AMISTOSO EM MACEIÓ
CRB 1 x
OLARIA DO RIO DE JANEIRO 0
TIME DO CRB QUE VENCEU O OLARIA
Em pé: Pedrosa. Tomires. Walfrido Vieira. Bandeira. Miguel Rosas e Divaldo Lindoso.
Agachados: Santa Rita. Zé Cicero. Laxinha. Severino e Paulo.
Vitória maiúscula alcançou o
Clube de Regatas Brasil sobre o Olaria Atlético Clube do Rio de Janeiro.
Triunfo da raça sobre a classe para que o prestigio do futebol alagoano, já
conhecido no Maranhão e na Bahia, chegue até a Capital da Republica, porque
vencemos um quadro acostumados a lutar contra os grandes, um quadro que faz
parte da primeira divisão do futebol carioca e que nos últimos anos vem
realizando boas campanhas no campeonato do Rio de Janeiro.
Toda aquela massa que se
comprimia do estádio da pajuçara, talvez não pensasse que os Galos de Campina
vencessem o prélio. Talvez uma leve desconfiança chegada a alguém: O CRB vai
vencer. Mas as apostas eram favoráveis ao Olaria, coisa natural, pois íamos
enfrentar uma equipe do Distrito Federal. No final, muita gente perdeu
dinheiro, quando o marcador acusava 1x0 para o Clube de Regatas Brasil, gol de
Carlos Santa Rita.
Pouca gente poderá compreender
porque o Regatas foi um gigante, na tarde de domingo ultimo, quando enfrentou o
Olaria. Gigante do pontapé inicial ao apito do cronometrista, dando por
encerrado o match. Longe de se diminuir e sem tentar estudar o quadro
visitante, porque talvez não chegasse a compreendê-lo, partiu o CRB ao ataque
mal começou o jogo. Não quis saber do cartaz de time do sul. Foi lá, ao arco de
Zezinho, tentar a vitória, que chegou como uma dádiva do céu.
Depois de tirar a saída,
caminhou o CRB para o ataque. Jogo rápido e firme. A bola foi à direita com
Paulo que cruzou pra seu irmão Carlos. Entretanto, a pelota ainda esteve dentro
da área olariense, antes de ir ao ponteiro canhoto que atirou de maneira
espetacular para Zezinho tentar interceptar e afinal deixar que o placar
passasse a 1x0. Eram decorridos um minuto e cinco segundos de jogo e a vitória
do Regatas estava assinalada, embora muitos momentos de emoção foram vividos ao
longo do restante dos minutos do prélio com defesas sensacionais do goleiro do
CRB Bandeira.
Decorridos dez minutos de
partida equilibrada, já como placar a seu favor, seguiram os alvirubros a
orientação de Zequito Porto e passaram a fazer uma defesa cerrada, marcação
perfeita, homem a homem com elementos isolados no ataque. O Olaria se manteve
na perseguição do gol do empate, em luta desesperada contra o sistema defensivo
do CRB, tentando com filigranas vencer a fibra dos nossos rapazes. Não
conseguiu, embora dominasse bom período do jogo, porque o CRB foi um gigante.
O time do CRB: Bandeira.
Divaldo e Miguel Rosas. Walfrido Vieira. Tomires e Pedrosa (Fontino). Paulo. Zé
Cícero (Macaquinho). Laxinha. Severino e Santa Rita (Wilton) (Dirson).
O time do Olaria: Zezinho.
Osvaldo (Lamparina) e Haroldo. Amaro. Olavo e Ananias. Alcino. Alves. Maxwell.
Mical e Esquerdinha.
O juiz foi Doca Loureiro com
um bom trabalho.
1957 - DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA
BOTAFOGO 6 x FLUMINENSE 2
1957 - Time do Botafogo que goleou o Fluminense.
Em pé: Adalberto. Tomé. Servilho. Nilton Santos. Pampolini e Berto.
Agachados: Garrincha. Paulinho Valentim,. Didi.; Rossi e Quarentinha.
Não foi, positivamente,
uma decisão de campeonato como todas as circunstâncias faziam esperar. A
verdade é que não houve aquela movimentação equilibrada, aquela disputa renhida
com a vitória pendendo para um lado ou para o outro. O que se viu, desde dos
primeiros minutos, foi um Botafogo se apresentando em tarde de gala, pegando
firme na defesa e com um ataque arrasador. No outro lado, um Fluminense
desbotado, com uma defesa cometendo falhas desastrosas e um ataque não
recebendo o apoio do meio campo.
O
maracanã recebeu um publico de 87.100 pagantes. Todos aguardavam muita luta,
muita movimentação, muita dificuldade na vitória de um ou de outro. Entretanto,
o campeão começou a se desenhar logo nos primeiros minutos através de um gol do
artilheiro Paulinho Valentim. Naquela tarde, Garrincha, Didi, Nilton Santos e
Paulinho fizeram a diferença. O centro avante foi o artilheiro da partida com
cinco gols. Os campeões do mundo ajudaram seu clube a jogar os noventa minutos
sem falhas. Com isso, a vitória e o titulo foram absolutamente justos.
Competente na defesa, eficiente no meio campo e um ataque goleador, o Botafogo
não teve dificuldades para conquistar o titulo de campeão carioca de 1957.
Foi um verdadeiro show de bola. Nem mesmo o grande goleiro
Carlos Castilho conseguiu evitar a goleada. O gramado do maracanã se
transformou num grande palco onde o baile do Botafogo foi assistido
passivamente pelos jogadores do Fluminense.
O jogo foi realizado no dia 22 de dezembro de 1957 com uma
arrecadação de 3.247.639,00. Paulinho fez 1x0. Paulinho marcou 2x0. Paulinho
assinalou 3x0. Escurinho diminuiu para 3x1. Novamente Paulinho fez 4x1. Garrincha
5x1. Paulinho 6x1 e Valdo marcou o segundo gol do Fluminense. O juiz foi
Alberto da Gama Malcher. O Botafogo foi campeão jogando com Adalberto. Beto.
Tomé. Servilho e Nilton Santos. Panpolini e Didi. Garrincha. Edson. Paulinho
Valentim e Quarentinha. O Fluminense perdeu com Castilho. Cácá. Pinheiro.
Clóvis e Altair. Jair Santana e Jair Francisco. Tele Santana. Valdo. Robson e
Escurinho. (Jornal O Globo)
1970 - INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO REI PELÉ
AMISTOSO - ALAGOAS 5 X SELEÇÃO ALAGOANA 0
Seleção Alagoana que perdeu para o Santos.
Em pé: Ciro. Cocorote. Dida. Aranha. Djalma Sales e Lourival.
Agachados: Zezinho. Canavieira. Adeildo. Zito e Canhoteiro.
Era um sonho que se
transformava em realidade. O Estádio Rei Pelé estava para ser inaugurado. E uma
grande equipe do futebol brasileiro veio para enfrentar a nossa seleção. Um
estádio construído para o torcedor alagoano expandir seus sentimentos, abrir as
comportas da alma para o alívio das pressões da vida cotidiana, aplaudindo e
vaiando a glória efêmera de uma vitória ou amargando as derrotas que educam e
ensinam, criando o sentimento cívico da compreensão e entendimento de que a
grande diretriz da vida não é, apenas vencer, ganhar, dominar, mas competir.
Os torcedores que cruzaram os portões do Estádio Rei
Pelé naquela tarde, por certo, ficaram satisfeitos com a exibição do Santos
diante da seleção alagoana, que para muitos, não era a nossa força máxima. O
Santos, este sim, com todos seus grandes jogadores, não teve dificuldades em
vencer o jogo por 5x0, gols assinalados no primeiro tempo. O primeiro gol no novo
e majestoso estádio, foi marcado pelo atacante Douglas depois de recebeu um
lançamento do ponteiro Abel. Depois, Pelé fez o segundo após jogada individual.
Nenê marcou o terceiro e o quarto gol santista. Outra vez Pelé encerrou a
goleada. A partida valeu pelas jogadas do time santista. A seleção alagoana,
senão agradou, pelo menos, não apelou.
Detalhes técnicos da partida –
Dia: 25.outubro.1970
Local: Estádio Rei Pelé (Trapichão)
Santos 5 x Seleção Alagoana 0
Gols de Douglas. Pelé. Nenê, Nenê e Pelé
Juiz: Armando Marques
Auxiliares: Sebastião Canuto e Edvan Tenorio
Renda: Cr$ 285.490,00
Publico: 45.865 pagantes
Santos: Cejas (Edward), Carlos Alberto Torres
(Turcão). Djalma Dias (Ramos Delgado). Marçal (Joel Camargo) e Rildo. Clodoaldo
(Lima) e Nenê. Davi. Douglas. Pelé (Luis Carlos) e Abel.
Alagoas: Cocorote (Zé Luiz). Ciro (Walter). Dida.
Djalma Sales (Ednelson) e Lourival. Aranha e Zito. Zezinho (Bite). Canavieiro
(Brás). Adeildo e Canhoteiro.
1963 - DECISÃO DO CAMPEONATO GAÚCHO
GRÊMIO 4 X INTERNACIONAL 2
Sérgio Moacir Torres Nunes
Bruxaria, uma renda
recorde, um Gre-Nal de desespero. Começa aqui a história do Super-Grêmio – A
Arrancada para o Penta.
Durante anos, o Inter
lutou para esquecer esse vexame. Correndo seis pontos à frente do Grêmio,
acabou, em duas rodadas, entregando o ouro. Um Gre-Nal que ficou, para
Joãozinho, Ivo Diogo e Vieira – todos gremistas – como a maior emoção de suas
vidas.
Uma coisa nunca vista.
Por mais de trinta minutos - enquanto aguentou o empate – as torcidas de Grêmio
e do Internacional só rompiam o silêncio para raros gritos de raiva e
impotência. Uma coisa para não esquecer. Era o orgulho ferido de Ivo Diogo, um
grande atacante que o Inter vendeu ao Newell’s Old Boyus da Argentina em 196. E
que, de volta, se encaixou no Grêmio com uma quase irracional sede de vingança.
- Vamos lutar sem
parar. Vamos acabar com a banca deles, pelo amor de Deus. Nem que eu me
arrebente, mas vou ganhar esse jogo.
Outros desejos de
vinganças, algumas loucuras e alguns fiascos amadureceram o clima de guerra que
explodiria em euforia tricolor, nessa noite de 8 de fevereiro de 1963. Uma
tensão amadurecida longamente, pois houve quase dois meses de espera para o
pega de decidiria o campeonato Gaúcho de 1963.
Agora, são 32 minutos
do segundo tempo. O pequeno e veloz ponta de lança, Joãozinho corre pela meia
direita. Ao lado da área, para. Ezequiel hesita na marcação. Joãozinho olha
para o gol, vê Gainete adiantado cobrindo o ângulo esquerdo. E chuta, defeito,
de leve. Gainete pula para trás desesperado. Inútil. A bola faz uma curva,
entra no ângulo direito.
É o Grêmio virada para 2x1, é sua torcida, finalmente explodindo. Nos
quinze minutos restantes, ainda haveria três gols, dois para o Grêmio e um para
o Internacional. As o povão tricolor não parou de gritar. Nem a galera colorada
não parou de sofrer. Afinal, depois daquele chute de Joãozinho, quem seria
capaz de tirar do Grêmo esse título sofrido, meses antas dado como perdido?
Depois e virar o placar da super decisão, como o Grêmio seroa capaz de entregar
o ouro? Tinha razão os gremistas. Só não podiam prever as 50.000 pessoas que
superlotavam o Olímpico que começava ali um longo reinado, os sete anos do
domínio tricolor, a prolongada noite de sofrimento colorado. Estranhas coisas
deviam acontecer, e de fato, ocorreram.
Com o crescimento da fama de bruxo que já o acompanhava Sérgio Moacir
Torres. Esse baixinho que foi goleiro do time tricolor viera, em 1961, do
obscuro Flamengo de Caxias do Sul para comandar o Internacional e leva-lo ao
campeonato interrompendo a série de cinco títulos tricolores. Em 1962,
desentendido com os cartolas colorados, Sérgio está novamente por baixo. Treina
o Cruzeiro, ganha pouco, não tem a menor esperança de ser campeão. Perdido, o
Grêmio recorre ao feiticeiro.
Ele chegou ao clube em 15 de agosto de 1962. O Grêmio corre seis pontos
atrás do Inter. O técnico Ênio Rodrigues, ídolo como jogador, pela classe, pelo
folego e pela fidelidade de ser tricolor, perde a paciência. Junta as coisas e
foi embora. Sérgio chegou com aquele seu jeito: manhoso, muito prudente, falou
– Não tenho compromisso de ganhar o título. Só espero não perder mais nenhum
jogo. E houve coisas terríveis. O Internacional não conseguiu daí por diante
ganhar uma partida do campeonato. O Grêmio vencia todas, menos um, empatou com
o Cruzeiro. E a esperança tricolor era esta: que o time colorado perdesse mais
um jogo, que o acerto de contas ficasse paras o Gre-Nal.
As coisas foram esquentando. Animado o Grêmio. Angustiando o
Internacional. Até hoje, os colorados lamentam, em tom de suspeita, a repentina
decisão de Sérgio Lopes de rescindir seu contrato. O treinador Pedro Figueiró
chiou – Sérgio Lopes não pode sair. É uma das peças básicas do meu time – Mas o
centromédio estava irredutível. Não queria saber da decisão. Dito e repetido
isso, rescindiu o contrato, despertando grilos mil nas cabeças dos colorados. Pois
é: um dia, essas suspeitas iriam crescer. Ano seguinte, Sérgio Lopes voltou ao
Rio Grande do Sul. Para o Grêmio. Em que encruzilhada Sérgio Moacir lançou o
seu feitiço, não se sabe. Sabe-se apenas que o Internacional entrou em crise.
(parte da reportagem de Divino Fonseca para a Revista Placar)
1939 - CAMPEONATO ALAGOANO
CRB 6 x CSA 0
O chamado Jogo da Sofia
JOGO DA SOFIA
O jogo da Sofia chega a ser polemico pelas declarações de
alguns jogadores que participaram da partida disputada no dia 10 de outubro de
1939 pelo segundo turno do campeonato alagoano. A partida foi realizada na Pajuçara
e o juiz foi Artur Reis, ex-jogador do Centro Sportivo Alagoano.
Segundo depoimento do lateral esquerdo do Centro Sportivo
Alagoano, Rui Craveiro (falecido), o resultado da Sofia não foi normal.
Técnicamente, os dois times se equivaliam. Rui afirmou que houve um desastre.
Primeiro, porque os azulinos não concordaram com a arbitragem que era um
azulino que tinha brigado com a diretoria do clube do Mutange. Artur Reis teria
confirmado dois gols irregulares do Clube de Regatas Brasil. Depois, porque o
goleiro azulino, Orlando Gomes de Barros, se descontrolou, e irritado, colocou
duas bolas para dentro do seu próprio gol. Finalmente, Rui Craveiro comentou
que depois do final da partida teve que agüentar a gozação dos alvi rubros na
Praça do Rex que fica perto do campo da Pajuçara.
Para Cláudio Régis, ponta direita do Clube de Regatas
Brasil, e autor de dois gols, o jogo não terminou. Faltava dez minutos quando
os azulinos abandonaram o campo. Para uns, aborrecidos com o juiz. Para Cláudio
Régis (falecido), para evitar um vexame maior. O ponteiro do CRB preferiu não
falar sobre arbitragem. Dizia apenas que o CRB era melhor, e que naquele ano
chegou a conquistar o tri campeonato, provando assim, que realmente, era
melhor. Os 6x0, a maior goleada da história do clássico, ainda nos dias de hoje
é comentada e gozada pelos alvi rubros.
Em virtude dos desencontros nos comentários de alguns
jogadores que participaram do jogo, vamos transcrever, na integra, os
principais trechos da reportagem que saiu no Jornal de Alagoas de dia 12 de
outubro de 1939, comentando o grande clássico alagoano da tarde do último
domingo.
“O Centro Sportivo Alagoano, clube de grandes tradições nos
esportes da cidade, sofreu na tarde de anteontem uma espetacular derrota, a
maior, até hoje registrada na sua história. Esta alta e significativa contagem
foi marcada pela forte e homogênea esquadra do Clube de Regatas Brasil, bicampeão
da cidade, e que já pode ser considerado como detentora pela terceira vez do título
de campeão de Maceió”.
“A vitória apesar de nítida e incontestável, surpreendeu os
próprios vencedores, que não esperavam marcar tão espetacular triunfo, apesar
de acreditar na vitória alvi rubra, mesmo porque, é o CRB um team de grande
classe, manejado pelos conhecimentos excepcionais de um profissional a quem a
diretoria lhe conferiu plenos direitos de agir, o treinador húngaro Franz
Gaspar”.
“O quadro vencedor teve todos os requisitos para um triunfo
espetacular. Do excelente arqueiro Humberto ao ponteiro Ramalho, todos jogando
um ótimo futebol, principalmente, o centro médio Gabino, a grande figura da
cancha. Eram decorridos trinta minutos do primeiro tempo, quando Duda,
oportunamente, abriu a contagem numa cabeçada imprevista e bem dirigida. Dois
minutos depois, ainda Duda numa cerrada carga pela ala canhota, consegue
enganar o arqueiro Orlando, encobrindo-o e enviando a pelota as redes. O CSA
procurou reagir, porém seus dianteiros falhavam. Com a contagem de 2x0 terminou
a primeira fase. Para o segundo tempo, o CSA procurou tirar a diferença. Fazia esforços
titânicos para amenizar a contagem, o que consegue, porém o arbitro anula o gol
por impedimento de Toscano. O CRB volta a carga, e como uma máquina ajustada
envolvia os defensores azulinos que se defendiam leoninamente. Duda, o celebro
do ataque alvi rubro, entregou a bola a Regis que chutou forte. Orlando mergulhou,
porem a bola lhe escapou das mãos e foi para as redes. A desorientação do CSA
foi completa, e o CRB com o entusiasmo muito grande chegou ao marcador de seis,
através de dois gols de Arlindo e um de Ramalho, todos de boa feitura. O juiz
foi Artur Reis com bom desempenho”.
Este artigo retrata o que realmente foi a partida entre CRB
e CSA no famoso clássico da SOFIA.
E porque Sofia?
Segundo o próprio Cláudio Regis, o centro avante do CRB
chamado Arlindo que também, assinalou dois gols, criava uma cabra no campo da
pajuçara, e por ela tinha um cuidado todo especial. Arlindo gostava de cantar
uma modinha que falava nos vinte e cinco bichos do “jogo do bicho” propriamente
dito. E quando chegava no número seis (cabra), ele dava uma paradinha e fazia
alusão a goleada dos 6x0 e a sua cabra. Os jogadores gostaram, passaram para a
torcida e a gozação foi geral. Foi um jogo histórico pela goleada que através
dos anos, nunca se conseguiu outro placar igual.
DETALHES TÉCNICO DO JOGO DA SOFIA
Competição: Segundo Turno do Campeonato Alagoano de 1939
Data: 01Outubro.1939 - CRB 6 x CSA 0
Gols de Arlindo dois. Duda dois. Regis eRamalho.
Juiz: Artur Reis
Local: Pajuçara
CRB (tri campeão) - Humberto. Osvaldo e Bacurau. Ariston. Gabino
e Gilfredo. Cláudio Regis. Ventania. Arlindo. Duda Bocão e Ramalho
CSA - Orlando Gomes de Barros. Nhô e Badica. Fontan.
Pedrinho e Rui Craveiro. Moisés. Maninho. Toscano. Sales e Murilo
1966 - DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA
BANGU 3 x FLAMENGO 0
O time do Bangu que venceu o Flamengo.
Em pé: Mário Tito. Ubirajara. Luis Alberto. Ary Clemente. Fideles e Jaime.
Agachados: Paulo Borges. Cabralzinho. Parada. Ocimar e Aladim.
Na tarde de 18 de dezembro de
1966, o maracanã recebia cento e quarenta mil torcedores para assistirem a
decisão do campeonato carioca daquele ano. Mais de cem mil eram torcedores do
Flamengo. Eles tiveram que assistir em silêncio o barulho que a pequena torcida
do Bangú fazia para comemorar um titulo que perseguia a trinta e três anos. A
torcida do Flamengo estava de bandeiras arriadas, enroladas, sem ânimo sequer
para perceber que a noite caia e já era hora de ir embora. A festa pertencia ao
Bangú. Não importa que não tenha sido uma festa como a torcida queria, sem
manchas, limpa, bonita, resultado normal de noventa minutos de excelente
futebol. Futebol que poucos times sabiam praticar como o Bangú daquele ano.
Entretanto, a história foi bem
diferente. A partida não terminou. Os jogadores brigaram. A torcida brigou.
Cenas de violência e ódio que acabaram por inscrever na história do futebol,
não apenas o jogo decisivo, mas a imagem definitiva de um homem que fez dos
gramados sua praça de guerra, num misto de herói e vilão: Almir, cujo destino
fez com que ele morresse, moço ainda, na porta de um bar, sete anos depois.
Almir foi assassinado a tiros em Copacabana.
Na decisão o jogo foi do Bangú
que chegou a última batalha depois de dezoito jogos, vencendo quinze, empatando
dois e perdendo apenas um. Ubirajara. Fidelis. Mario Tito. Luis Alberto e Ari
Clemente. Jaime e Ocimar. Paulo Borges. Ladeira. Cabralzinho e Aladim foi o
grande time do campeonato carioca de 1966 e muito bem dirigido pelo treinador
Alfredo Gonzalez. O Flamengo na decisão era um time cheio de problemas técnicos
e psicológicos. Valdomiro. Murilo.
Jaime. Itamar e Paulo Henrique. Carlinhos e Nelsinho. Carlos Alberto.
Almir. Silva e Osvaldo.
Aos três minutos do segundo
tempo, a maioria dos torcedores rubros negros estavam calados. O placar de 3x0
para o Bangú era um sinal evidente da derrota, pois, além da diferença nos
números, o adversário dominava o jogo. Os caminhos da reação pareciam fechados.
Vinte e seis minutos e tudo estava na mesma. De repente, o futebol acaba,
cedendo lugar a uma das maiores confusões já registradas no maracanã.
O lateral Paulo Henrique se
preparava para cobrar um lateral quando Ladeira tentou impedir e provocou o
jogador do Flamengo. Paulo respondeu com palavrões e recebeu uma bofetada do
atacante do Bangú. Almir estava ligado na partida e disposto a tudo para não
aumentar a humilhação. Era demais para uma tarde só. Primeiro, os frangos de
Valdomiro, que mais tarde foi acusado pelo próprio Almir de ter se vendido.
Depois, as contusões de Carlos Alves e Nelsinho. Agora, o tapa de Ladeira.
Almir perde inteiramente o controle. Partiu, desesperadamente, na direção a
Ladeira, que prefere correr, mas em direção a zaga do Flamengo. Itamar, um
negro forte de 1,85 e chuteira 43,
pula com os dois pés no peito do
atacante, que cai. Almir que vinha correndo chutou sua cabeça. A esta altura, o
gramado do maracanã já era palco de uma
verdadeira loucura coletiva. Ari Clemente do Bangú, vem por trás de Almir e
agride o pernambuquinho. Imediatamente é cercado por Silva. Itamar e o próprio
Almir. A torcida do Flamengo, até então calada com a derrota, resolve agitar
suas bandeiras, como se cada soco, cada pontapé, valessem como um gol que o
time não conseguiu fazer. E num desabafo começa a gritar – Almir, Almir, Almir.
Ladeira deixa o campo de maca. O
juiz Airton Vieira de Moraes, conversa com o treinador Reganeschi, que consegue
tirar Almir do campo. Mas, quando Almir vai descendo o túnel ouve alguém gritar
– “Volta Almir. Acabe de vez com festa deles”. Foi o suficiente. Ele dá meia
volta e parte novamente para o gramado. É ameaçado pelo goleiro Ubirajara e lhe
dá um soco. É cercado por Ari Clemente, Mario Tito, Luis Alberto e Fideles.
Almir começa a distribuir socos prá todo lado. Bate e apanha. Silva e Itamar
correm em seu socorro. A muito custo, os policiais conseguem dominar Almir e
levá-lo definitivamente para fora do campo. Sua saída lembra um lutador de box
deixando ringue após um combate. Os espectadores se dividem em vaias e
aplausos.
No meio do campo, o juiz Airton
Vieira de Moraes resolve expulsar cinco jogadores do Flamengo: Valdomiro.
Itamar. Paulo Henrique. Almir e Silva. E mais quatro do Bangú: Ubirajara. Luis
Alberto. Ari Clemente e Ladeira. Futebol não teve mais. Os banguenses deram a
volta olímpica com poucos aplausos. A torcidas do Flamengo vaiava e grita o
nome de Almir.
O Bangú construiu sua vitória a
partir dos 24 minutos do primeiro tempo. Ocimar cobrou uma falta de fora da área e marcou 1x0. Três minutos depois o Bangú aumenta para 2x0 através de
Aladim. No intervalo, Almir avisou a todos que estavam nos vestiários do
Flamengo. “Eles não vão ter volta olímpica”. Foi com esta disposição que o
Flamengo voltou para o segundo tempo. E logo aos três minutos Paulo Borges
marcou o terceiro gol. A partir deste gol, o Bangú partiria para uma goleada
histórica. O time estava bem, contrastando com o um Flamengo que mais lembrava
um moribundo. A briga, enfim, somente aquele tumulto poderia transformar o
panorama da partida. E mudou...
(revista placar)
1941 - DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA.
FLUMINENSE 2 X FLAMENGO
2
Primeira parte
Pedro Amorim
Autor do primeiro gol do Fluminense
(Foto do Esporte Ilustrado)
Ao Flu bastava o
empate. O Fla atacava desesperado. É bola na Lagoa! Os tempos eram outros, e a Lagoa Rodrigo de
Freitas, livre ainda dos aterros e da especulação, chegava bem juntinho ao muro
do estádio da Gávea. Um muro baixo, indigno da decisão. E não havia essa
fartura de bolas que se vê hoje em dia. Uma só bastava, de acordo com a regra.
E disso se aproveitou o Fluminense, com apenas dez homens em campo, para
segurar o empate de 2x2 e garantir o título carioca de 1941. A cada ataque
desesperado do Flamengo, a becança tricolor dava um bicão na bola – não para
rápido contra-ataque, mas por cima do muro, para as águas da Lagoa. E a cena
ficou famosa.
Estamos no dia 21
novembro de 1941, um sábado. Mas não um sábado comum. Véspera de Fla-Flu, mas
não um Fla-Flu comum. Este vai decidir o Campeonato Carioca. Há uma semana é o
grande assunto na cidade e os jornais aproveitam para acirrar ânimos e
despertar rivalidades. Os dois clubes chegaram à final na seguinte situação:
para o Flamengo só vale a vitória; O Fluminense lhe tem um ponto de vantagem,
precisando apenas de um empate. O técnico do Flamengo, Flávio Costa resolveu
levar seu time para concentrar na cidade de Lorena, interior de São Paulo, mais
exatamente na Fazenda do Ipê, do conselheiro Dario de Melo Pinto. O Fluminense preferiu
ficar no Rio. O técnico tricolor, Ondino Vieira, não poderia contar com
Spinelli que se machucara no jogo contra o Botafogo. A Federação Metropolitana
de Futebol desmentiu um árbitro argentino e anunciou que o juiz poderia ser
Juca da Praia ou Pereira Peixoto. O Flamengo volta de Lorena nas primeiras
horas do sábado. O Fluminense descansa no palacete das Laranjeiras.
Dia da decisão. Uma
hora da tarde. O estádio da Gávea já não tem lugar vagos. Tudo pronto para
começara decisão. No centro do gramado, o juiz Juca da Praia espera
impacientemente que os remadores do Flamengo, que desfilavam, cheguem até a
tribuna de honra para prestar uma homenagem ao Ministro da Guerra, Eurico de
Gaspar Dutra. O Flamengo foi o primeiro a entrar em campo, tendo à frente o
goleiro Iustrich. Pouco depois foi a vez do Fluminense, liderando a fila o
argentino Renganeschi. As 16 horas e 15, começa o jogo. O Flamengo jogava com Iustrich.
Nilton e Domingos. Biguá. Volante e Jayme. Sá. Zizinho. Pirilo. Reuben e Vevé.
O Fluminense com Batatais. Machado e Renganesachi. Malazzo. Brant e Afonsinho.
Pedro Amorim. Romeu. Ruço. Tim e Carreiro. O Flamengo domina e o estádio prece
balançar de tanta vibração. Mas o Fluminense, aos poucos, vai se impondo.
Aos 20 minutos:
Fluminense 1 a 0. Carreiro bate um escanteio. A bola vem alta, passa por Nilton
e cai no pé de Pedro Amorim. O baiano emenda com força, Iustrich salta atrasado
e a bola vai para o fundo das redes. Aos 25 minutos: Fluminense 2 a 0. Carreiro
dribla Nilton e manda de primeira para a área. Iustrich saiu mal do gol e Ruço
só tem o trabalho de chutar forte, pois a bola veio na medida. A Gávea está em
silêncio. O Flamengo vai todo para o ataque, mas a impressão que se tem é que
nada conseguiria neste primeiro tempo. A defesa adversária está firme. Batatais
fecha o gol. Mas aos 35 minutos, Afonsinho comete uma falta na sua
intermediária. Jaime resolveu lançar a bola sobre a área. Dá certo. Pirilo
salta mais alto que Machado e consegue enfiar a bola no ângulo esquerdo.
Batatais nada pode fazer desta vez. Aí mesmo é que o Flamengo se inflama. Flávio Costa grita
para que todos se lancem à frente; a torcida ajuda com sua empolgação. O gol
não tirou a tranquilidade dos tricolores e o primeiro o primeiro tempo termina
com os 2x1.
(Da revista Placar)
(Continua no sábado)
1941 – DECISÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO
FLUMINENSE 2 x FLAMENGO 2
Pirilo
marcou os dois do Flamengo.
(Foto do Esporte Ilustrado)
(Conclusão)
Segundo tempo. Recomeça
o sofrimento, principalmente da parte do Flamengo, obrigado a fazer missa dois
gols. O Fluminense tendo que manter o placar. E o Flamengo pressiona. Pirilo
desperdiça algumas oportunidades, Flávio Costa não para no banco. Carreiro,
famoso pelas catimbas, resolve esfriar o adversário. Rasgou a própria camisa e
disse ao Juca da Praia que foi Biguá. O juiz, conhecendo suas artimanhas, não
acreditou. Careiro começa a reclamar do juiz. É advertido. Continua reclamando
e é expulso. A torcida do Flamengo vibra. Com dez, os jogadores do Fluminense
se fecham ainda mais na defesa. E o Flamengo pressionado, mas o resultado
parece que não vai mudar.
Aos 40 minutos, porém,
quando alguns torcedores já se sentem dispostos a abandonar suas esperanças,
surge o empate. Reuben dá um chutão em direção ao bolo de jogadores que estão
área do Fluminense. Pirilo toca na bola, desviando-a para fora do alcance e da
visão de Batatais. Cinco minutos para o final. O Flamengo pode decidir esta
partida. Está com um homem a mais que o adversário. Seu volume de jogo era
maior. A torcida está novamente ultra-inflamada, o time disposto a tudo. Mas a
própria geografia do estádio rubro negro marcará a tragédia daquele 21 de
novembro de 1941 – tragédia para o Flamengo. Ondino Vieira, desesperado,
gritava para que seu time faça cera. E não se sabe por ideia de quem, os
jogadores tricolores encontraram a melhor maneira para esfriar o adversário e
cumprir as ordens do seu técnico: bola na lagoa.
A Lagoa Rodrigo de
Freitas estava bem próxima ao campo. A todo instante, os jogadores do
Fluminense chutam a bola para suas águas. A bola é uma só. Sua volta é
demorada, mesmo com os remadores do Flamengo a postos para a devolução. Juca da
Praia desconta o tempo, mas os ânimos rubros negros estão esfriando. Cada vez
que a bola cai na lagoa, o time se impacienta, sente que aquele plano tricolor
não pode ser vencido. A torcida do Flamengo ameaça entrar em campo, mas é
contida pela temível Polícia Especial.
Alguns torcedores tricolores, porém, sofrem agressões. A bola continua caindo na
lagoa. Os jogadores do Fluminense sofrem.
Juca da Praia dá o jogo
por encerrado. Fluminense campeão. O Flamengo sai em silêncio. Os jogadores
estão cabisbaixos, enquanto o Fluminense apesar da alegria, não reúnem coragem
para a volta olímpica. Àquela altura, a torcida rubro negra atirava tudo no
gramado: garrafas, cadeiras, pedras, enfim, tudo que tinha às mãos, incluindo
os foguetes guardados para a vitória.
(parte da reportagem de
Albino Castro Filho para a revista Placar).
1951 - PRIMEIRO JOGO INTERNACIONAL EM ALAGOAS
CSA 1 x Velez
Sasfield (Argentina)
1951 - CSA que enfrentou o Velez da Argentina.
Em pé: Paulo Mendes. Euclides. Bandeira. Carijó. Nivaldo Yang Tay. Zanélio. Zé Maria e Oscarzinho.
Agachados: Bemvindo. Cacau. Cão. Milton Mongôlo. Claudinho. Biu Cabecinha. Dida e Edgar.
(Foto do Roberto Plech)
A temporada de 1951 já
estava terminando. Clubes e jogadores alagoanos já estava pensando nas festas
de fim de ano, quando surgiu a oportunidade de se realizar em Maceió, um jogo
internacional. O primeiro jogo internacional da nossa história. A única
dificuldade seria uma maior divulgação do evento, já que o jogo teria sido
acertado poucos dias antes do Natal. E talvez por isso, o Mutange não recebeu
um grande publico. Outro problema era juntar todos os jogadores para jogar
porque não havia tempo para treinar. Era convocar, escalar o time e botar para
jogar contra os argentinos do Velez Sasfield de uma temporada pelo Nordeste e
estava invicto. Alguns jogadores do Velez jogavam na seleção argentina e isso
cobria de responsabilidade os craques alagoanos.
E
foi na tarde de 23 de dezembro de 1951, no campo do Mutange, que o jogo se
realizou. Foi uma grande partida e que surpreendeu todo mundo, inclusive a
imprensa internacional que não esconderam sua admiração pelo futebol praticado
pelos alagoanos. A partida começou com o CSA jogando timidamente e sofrendo uma
forte pressão do Velez. Mas, a nossa defesa, em tarde inspirada conseguiu
conter a velocidade dos argentinos. O clube azulino contava com alguns reforços
como foi o caso de Bandeira, Cacau. Milton Mongôlo e Claudinho. Com o passar
dos minutos, os alagoanos foram melhorando e a velocidade de Dida. Milton, Géo
e Oscarzinho desnortearam os argentinos. O goleiro Rugillo passou a fazer
grandes defesas.
Aos
28 minutos do primeiro tempo o árbitro marcou um penalti contra o Velez. Milton
Mongôlo cobrou com maestria. Rugillo caiu para um lado e a bola foi para o
outro. No inicio da segunda etapa os jogadores alagoanos começaram a cansar.
Estavam parados, não treinaram e sentiram o esforço dos primeiros 45 minutos. O
time recuou, permitindo com isso que o Velez dominasse a partida. O goleiro
Carijó começou a trabalhar com defesas sensacionais. Quando era maior o domínio
do Velez, o CSA teve a grande oportunidade de ampliar a contagem através de
Milton Mongôlo que chutou forte e cruzado e Rugillo salvou milagrosamente. E
quando tudo parecia que o 1x0 iria permanecer até o final, eis que o zagueiro
Cacau, numa jogada infeliz, encobriu Carijó para desespero da torcida alagoana.
O goleiro saiu e o zagueiro atrasou sem olhar. Tipo do lance de falta de
entrosamento. Carijó era do CSA e Cacau do CRB que estava acostumado a jogar
com Bandeira. No final o empate acabou sem um resultado justo. O futebol
alagoano não perdeu. O Velez continuou invicto, pelo menos até o jogo em que
perdeu para o Vasco da Gama no Rio de Janeiro. Mas, como primeira experiência
internacional, o futebol alagoano estava aprovado.
Data:
23 de dezembro de 1951
Local:
Estádio do Murange
Jogo:
CSA 1 x Velez Sasfield 1
Gols
de Milton Mongôlo (CSA) e Cacau contra
(Velez)
CSA:
Bandeira (Carijó). Paulo Mendes (Cacau). Oscarzinho. Zanélio e Euclides. Milton
Mongôlo. Dida (benvindo). Claudinho. Biu Cabeinha e Edgar (Cão).
Velez:
Rugilo (Adamo). Huss e Alegri (Curuchiel). Serugli (Rodrigues). Ruiz e Ovide.
Napoli. Molegri. Costa. Garcia e Monzi.
1980 - CAMPEONATO BRASILEIRO - TAÇA DE PRATA.
FERROVIÁRIA DE ARARAQUARA O x CSA 1.
CSA que disputou o primeiro jogo em Maceió.
Em pé: Joca. Dick. Ronaldo Alves. Paulinho. Luizinho e Zé Luiz.
Agachados: Cabral. Jorginho. Alberto Carioca. Dentinho.Peu. Gilmar e Castanha
Depois de vencer o primeiro jogo em Maceió, o CSA foi a Araraquara e
voltou a vencer pelo mesmo marcador: 1x0. Era a semifinal da Taça de Prata de
1980. O CSA foi um time raça, garra, fibra, valentia, macho todo para honrar o
nome do futebol nordestino do qual é agora o único representante que resta
neste desfecho do certame nacional.
O jogo foi no Estádio Fonte Luminosa e o resultado de 1x0, deu ao time
alagoano o direito de disputar o titulo de campeão da Taça de Prata contra o
Londrina e, a sua inclusão, no próximo ano, na divisão de elite do futebol
brasileiro.
Para ganhar da Ferroviária o CSA enfrentou muitas adversidades, desde da
pressão desleal da torcida local até a visível parcialidade do juiz que, no
segundo tempo, expulsou Joca e Alberto Lequelé do clube alagoano. Mesmo com uma
ajuda extra, os paulistas não chegaram a meta de Zé Luiz.
No primeiro tempo, a Ferroviária, a rigor, atacou mais que o CSA,
entretanto encontrou uma verdadeira barreira na defesa azulina. O CSA,
cauteloso, somente ia à frente em contra ataques rápidos e perigosos. E foi
assim que aos 39 minutos, Peu lançou para Gilmar que fechava para área e o
craque azulino chutou por cobertura e marcou o gol único da partida.
No segundo tempo, a Ferroviária passou a pressionar na base do desespero
e teve sua grande chance do empate quando Paulo Borges perdeu uma penalidade
máxima. Mesmo com dois jogadores a menos, o CSA continuou como um gigante e
soube garantir a vitória.
Detalhes.
7 de maio de 1980 – Ferroviária 0 x CSA 1.
Gol de Gilmar.
Estádio Fonte Luminosa em Araraquara.
Juiz: Wilson Carlos dos Santos.
Renda: CR$ 435.280,00.
Publico: 5.864 pagantes.
CSA: Zé Luiz. Joca. Paulinho. Dick e Luizinho. Ronaldo Alves. Alberto
Carioca e Peu (Rogério). Jorginho. Dentinho (Alberto Lequelé) e Gilmar.
Araraquara: Tião. Carlos (João Carlos). Sabará. Sérgio Miranda e Zé
Rubens. Nandes. Zé Roberto (Bispo) e
Douglas. Paulo Borges. Toninho e Lavinho.
DECISÃO DO CAMPEONATO
CARIOCA - 1951
FLUMINENSE 2 x BANGU 0
Telê Santana
O Bangú já vinha sendo a grande
sensação do campeonato carioca de 1949. As contratações de jogadores veteranos
como Rafaneli, Djalma, Rui, Zizinho e Nivio, deram ao clube de Moça Bonita, uma
maneira de jogar que agradava a todos aqueles que viam o Bangú atuar.
No campeonato de 1951, o
Fluminense foi a grande equipe da temporada. Começou em primeiro e em primeiro
chegou. Entretanto, o Bangú chegou, em determinadas situações, a dividir a
liderança com o Fluminense. Quando chegou a última rodada, os dois estavam em
igualdade de condições. Foi necessário, então, uma série de melhor de três para
se conhecer o campeão. O Fluminense ganhou os dois jogos e ficou com o titulo.
O primeiro jogo foi tumultuado e
violento. O atacante Didi, do Fluminense, quebrou a perna do zagueiro Mendonça
do Bangú. Os tricolores venceram por 1x0, em uma partida feia e sem muitos
atrativos. O segundo encontro foi disputado em um clima disciplinar bem melhor
que a partida anterior. O Bangú começou dominando o jogo e mantendo o
Fluminense em seu próprio campo. Os tricolores se defendiam muito bem e os banguenses
chutavam muito mal. Pouco a pouco o Fluminense equilibrou as ações e conseguiu
seu primeiro gol. Uma falta próxima a área, um lançamento e uma cabeçada de
Telê Santana para as redes do goleiro Osvaldo. Telê jogou todo o campeonato
como ponta direita. Na decisão entrou como centro avante no lugar de Carlayle.
O treinador Zézé Moreira acreditou em Telê que se tornou o herói da decisão.
No segundo tempo, o Fluminense
procurou explorar as falhas da defesa do Bangú que sentia a falta do seu zagueiro
Mendonça. Djalma, que jogava na ponta direita, foi deslocado para substituir o companheiro
que havia quebrado a perna. Apesar de tudo, muitas oportunidades foram perdidas
pelas duas equipes. Era um jogo igual. Mas, a sorte estava do lado do clube das
Laranjeiras que, na realidade, tinha feito a melhor campanha da temporada. Uma
bela jogada de Robson, o aspirante que entrou no lugar do titular Joel,
encontrou Telê Santana bem colocado, e o Fio de Esperança decidiu a partida
marcando seu segundo gol. Estava selada a sorte do campeonato. O Fluminense era
o novo campeão carioca. Era também, a vitória da marcação por zona de Zézé
Moreira sobre a diagonal de Ondino Vieira.
Vitoria da juventude do Fluminense sobre os veteranos do Bangú.
Jogo foi realizado no dia 20 de
janeiro de 1952 no maracanã.
O juiz foi Mário Vianna.
O Fluminense foi campeão jogando
com Castilho. Píndaro e Pinheiro. Vitor. Edson e Lafaiete. Lino. Didi. Telê
Santana. Orlando e Robson.
O Bangú foi vicecampeão atuando
com Osvaldo. Djalma e Salvador. Irani. Rui e Alaine. Moacir Bueno. Zizinho.
Joel. Décio Esteves e Nívio.
CAMPEONATO BRASILEIRO DE SELEÇÕES - 1954.
ALAGOAS 4 x PARAÍBA 3
Seleção Alagoana.
Almir. Orizon. Dirson. Piolho. Zanélio. Mourão. Helio Miranda. Dida. Bequinho. Tonheiro e Géo.
(Foto do Robrerto Plech).
O torcedor gosta de emoções. Gosta de vibrar com os gols
do seu clube preferido. Muitos já foram os jogos realizados que trouxeram
emoções e gols para a torcida alagoana. Um desses jogos aconteceu pelo
campeonato brasileiro de seleções de 1954, no campo do Mutange, em Alagoas.
Nesta partida aconteceu de tudo um pouco. Teve drama, tristeza, ansiedade,
emoção e muitos gols. O torcedor saiu feliz, principalmente por Alagoas ganhar,
virando o marcador de 1x3 para um sensacional 4x3.
Durante a semana que antecedeu ao jogo, o plantel da
seleção foi sacudido por um caso disciplinar. O zagueiro Dirson não aprovada a
escalação do goleiro Almir. Ele afirmava abertamente que Alagoas precisava
vencer e Almir não tinha a experiência necessária para enfrentar os paraibanos.
O goleiro ideal seria o veterano Epaminondas. O plantel se dividiu. O treinador
Aurélio Munt manteve a escalação de Almir e do zagueiro Dirson que era titular
da posição. Talvez devido aos fatores extracampo, nossa seleção fez um péssimo
primeiro tempo com a defesa alagoana atrapalhada, principalmente o pivô dos
acontecimentos, Dirson. Apesar disso, os primeiros quarenta e cinco minutos
terminou com 1x1. Bequinho fez o gol dos alagoanos e Ruivo para os paraibanos.
No intervalo, a torcida tentou agredir o zagueiro Dirson
que era apontado como culpado pela má atuação da equipe. Foi necessário a
intervenção da policia para proteger o zagueiro. Nervosos, os jogadores
voltaram para o segundo tempo com Bequinho fazendo numero na ponta esquerda.
Ele estava contundido e, na época, não havia substituição. Para piorar a
situação, a seleção paraibana fez mais dois gols através de Alfredinho e
Zezinho.
A partir dos 3x1, aconteceram coisas que somente a raça, a
fibra e a capacidade de reação dos nossos jogadores poderiam proporcionar.
Quando Tonheiro marcou o segundo gol, a torcida se modificou e passou a ajudar
a seleção. Os gritos de incentivo mexeram com os brios de nossos atletas que
começaram a correr em um ritmo alucinante. Dida aparecia como a grande figura
da partida e comandou a reação do time. Dida fez os gols que definiram a
vitória alagoana por 4x3. O gol da vitória foi no embalo da torcida e de
maneira sensacional. Depois de driblar vários paraibanos, ficou sem angulo,
mesmo assim, chutou para vencer o goleiro Harry Carrey e fazer a torcida
explodir de contentamento. Quando o juiz Waldomiro Brêda apitou o final da
partida, o campo foi invadido pelos torcedores que fizeram um verdadeiro
carnaval para comemorar um jogo que estava perdido e se transformou numa das
mais maravilhosas viradas do futebol alagoano. A torcida esqueceu os problemas
acontecidos durante a semana, e até o zagueiro Dirson participou da festa.
Dida, o grande nome do jogo, era o mais festejado. Até o
governador Arnon de Melo esteve no vestiário para abraçar os jogadores,
principalmente o artilheiro Dida. Logo depois, Dida viajaria para o Rio de
Janeiro contratado pelo Flamengo, clube que defendeu por mais de dez anos.
CAMPEONATO CARIOCA - 1948
BOTAFOGO 5 x FLAMENGO 3
Os atacantes do Botafogo contra o Flamengo
Paraguaio. Geninho. Pirilo. Otávio e Braguinha.
(Foto do Esporte Ilustrado)
Somente quem esteve em General Severiano
pode dizer o que realmente aconteceu naquele dia de novembro de 1948. Somente
eles poderão dar um testemunho sincero do espetáculo em sua grandiosidade dramática.
Botafogo e Flamengo jogavam pelo campeonato carioca.
O Flamengo de Luiz Borracha.
Newton e Norival. Biguá. Bria e Jaime. Luizinho. Zizinho. Gringo. Jair da Rosa
Pinto e Durval. O Botafogo de Osvaldo. Gerson e Nilton Santos. Rubinho. Avila e
Juvenal. Paraguaio. Geninho. Pirilo. Otávio e Braguinha. O arbitro foi o inglês
Mr. Devis. Nos primeiros quarenta e cinco minutos, os rubros negros foram
melhores. O Botafogo parecia apático, frio, sem vontade. Uma jogada de Zizinho
para Jair e Jair para Zizinho, um drible prá lá outro prá cá, um passe para
Gringo que deixou Durval livre na frente da meta de Osvaldo. Era o primeiro gol
do Flamengo. Nova saída e outra jogada da dupla Jair e Zizinho e o segundo gol
do Flamengo através de Gringo. A torcida rubro negra começou a balançar lenços
brancos. Certo locutor da época dizia ao microfone de sua emissora: “Esse é o
Flamengo do tri campeonato”. O clube da Gávea continuava jogando bem e sua
torcida antecipava uma vitória sensacional.
De repente, tudo mudou. O Botafogo
surgiu do nada e saiu em busca de uma reação. O Flamengo que não esperava aquela
reação estremeceu. Recuou aguardando o adversário na defensiva. O placar do
primeiro tempo terminou com 2x0 para o Flamengo. Logo no inicio da segunda
etapa, Paraguaio recebeu uma bola em profundidade, driblou o goleiro Luiz
Borracha e marcou o primeiro gol do Botafogo. Um gol no peito e na raça e que
deu mais forças ao clube alvi negro. Sua torcida começou a acreditar no time.
Mas, veio um lance que poderia ter enterrado a reação do Botafogo. O goleiro
Osvaldo chutou a bola para frente que caiu nos pés de Gringo quase no meio do
campo. O atacante do Flamengo devolveu com um chutão enquanto o goleiro voltava
para sua meta e estava de costa para o campo. A torcida do Botafogo e seus
companheiros começaram a gritar
advertindo o goleiro. No desespero, Osvaldo correu, saltou, se abraçou com a
bola e caiu dentro de sua meta. 3x1 para o Flamengo. Mas o Botafogo era bom,
estava em ótima forma e não foi atoa que terminou campeão carioca naquele ano
de 1948.
Mesmo assim, com 3x1 no marcador,
ninguém duvidava da vitória do Flamengo. O Botafogo voltou a engrenar depois da
anulação de um gol de Gringo quando bandeirinha assinalou impedimento
confirmado pelo juiz. E veio o gol de Otávio: Flamengo 3x2. Logo depois, o gol
de Braguinha: 3x3. Pirilo fez Botafogo 4x3 e Paraguaio sacramentou o placar
fazendo Botafogo 5x3. Pelas
circunstâncias que foi obtida era uma vitória inesperada e dramática. Porém,
justa, honrosa e com formas de heroísmo.
Foi uma vitória que se encontra
em lugar de destaque na história do Botafogo.
CAMPEONATO NACIONAL - TAÇA DE PRATA - 1982
CSA
4 x CAMPO GRANDE 3
CSA na Taça de Prata - 1982
Em pé: Joceli. Ademir. Jerônimo. Fernando. Zezinho e Flávio.
Agachados: Américo. Jorginho. Freitas. Romel e Mug.
A decisão da Taça de Prata de 1982 foi entre CSA e Campo Grande do Rio
de Janeiro. A primeira partida foi no Estádio Rei Pelé no dia 11 de abril. Foi
uma das mais sensacionais partidas já realizadas em Maceió. Foi o jogo da
virada. A grande vitória de Romel.
Um jogo cheio de grandes lances e a movimentação do marcador mexeu com
os nervos da torcida azulina. O CSA começou bem, atacando com velocidade e
explorando o lado direito do Campo Grande. Foi assim que o clube azulina chegou
ao primeiro gol. Romel lançou Américo em profundidade que foi derrubado na
entrada da área. O mesmo Romel cobrou de forma sensacional e abriu a contagem.
A partir dos trinta minutos, o Campo Grande passou a dominar a partida e o CSA
ficou sem saber o que fazer. O zagueiro Jerônimo começou a fazer bobagens. Fez
um gol contra aos trinta e oito minutos. Perdeu a bola na entrada da área e
permitiu que o Campo Grande marcasse seu segundo gol, e logo depois os cariocas
ampliaram para três a um. Este foi o marcador do primeiro tempo. Os azulinos
estavam abatidos, dominados e sem nenhuma chance de reagir.
Uma conversa no intervalo, entre o técnico Tadeu e jogadores, permitiu
que todos sentissem vergonha do papelão que estavam fazendo. As dificuldades
eram grandes. Mesmo assim, o CSA voltou animado com o inicio do segundo tempo.
Com técnica, raça e uma atuação excepcional de Romel, as coisas começaram a
clarear. Zé Carlos entrou no lugar de Freitas e Dentinho substituiu Américo.
Duas substituições que mudaram o panorama da partida.
A reação começou aos vinte três minutos. Dentinho sofreu uma falta
perto da área. Romel cobrou com categoria: 3x2. Os azulinos jogavam bem,
dominavam e os cariocas procuravam manter o resultado. Mais cinco minutos e
novamente Dentinho foi derrubado dentro da área. E na área é penalti. O grande
nome do jogo, Romel, perdeu a penalidade máxima. Chutou como não sabia chutar e
o goleiro Ronaldo defendeu. O jogo seguiu com o CSA procurando o empate. E ele
veio numa bola lançada por Zezinho para a área adversária. Romel dominou e com
um leve toque deslocou o goleiro carioca. O Campo Grande achava que o empate
ainda era bom. O CSA queria mais. O tempo passava. As oportunidades surgiam e o
gol da vitória não chegava. Jorginho se contundiu e teve que sair de campo. O
treinador Tadeu José da Costa Lima já tinha feita as duas substituições e o CSA
ficou com menos um. Aos trinta e sete minutos uma falta em Dentinho, na entrada
da área, criou um pequeno tumulto que culminou com a expulsão do zagueiro
Jeronimo. O CSA passava a jogar com nove jogadores. Na cobrança, Ademir tocou
para Romel que chutou na barreira. A bola subiu e quando desceu bateu no
travessão e voltou para onde estava Zé Carlos, que de cabeça, mandou para as
redes do Campo Grande. Estava sacramentada a vitória do CSA. A torcida começou
a fazer o carnaval. Poucos acreditavam no que via. A virada de 1x3 para 4x3
estava estampada no Rei Pelé. Logo depois do gol, Dentinho fez falta violenta e
foi expulso. Com oito jogadores foi um sufoco para garantir o marcador. No
final a festa foi total. Um carnaval em pleno mês de abril. Pelo menos, naquela
tarde, os azulinos se sentiram campeões da Taça de Prata.
DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA - 1948
BOTAFOGO 3 x VASCO 1
Carioca campeão de 1948.
Em pé: Gerson. Osvaldo. Nilton Santos. Rubinho. Avila e Juvenal.
Agachados: Paraguaio. Geninho. Pirilo. Otávio e Braguinha.
(Foto do Esporte Ilustrado)
Mais de meio século depois, esta decisão ainda está na
lembrança de muita gente. Certamente a história guardará todos os
acontecimentos que marcaram aquele jogo, começando pela superstição
materializada em um cachorro chamado Biriba, mascote de grandes vitórias do
Botafogo. Hoje faz parte dos saudosistas. Os vascainos não se conformam com a
derrota e acusam torcedores e dirigentes botafoguenses de toda sorte de tramas
para ganhar o jogo. Desde do pó de mico até as drogas. O Barbosa se coçou o
tempo todo. Ademir se sentia mal, preso, sem energia.
No dia 12 de dezembro de 1948,
mas de cinqüenta mil torcedores se comprimiam no desconfortável estádio de
General Severiano. Botafogo e Vasco iriam decidir o campeonato carioca daquele
ano. A torcida suportava o calor sem reclamar e aguardava a entrada dos times
que demoravam a surgir pelo túnel que ficava em frente às sociais. O Vasco
estava escalado com Barbosa. Augusto e Wilson. Eli. Danilo e Jorge. Friaça.
Ademir. Dimas. Ipojucan e Chico. O treinador Zézé Moreira do Botafogo mandou a
campo Osvaldo. Gerson e Nilton Santos. Rubinho. Avila e Juvenal. Paraguaio.
Geninho. Pirilo. Otávio e Braguinha.
No final do jogo, a vibração e a
surpresa do resultado. O Botafogo dominou o super time do Vasco, impondo-lhe o
inesperado placar de 3x1. O publico deixou o estádio sem entender direito o que
aconteceu. No dia seguinte, através dos jornais e emissoras de rádio, todos
ficaram sabendo que muita coisa estranha havia ocorrido antes do jogo. Fatos
que levaram os vascainos a contestarem a vitória do Botafogo. Jogadores
vascainos reclamaram que foram vitimas de uma chuva de pó de mico, o seu
vestiário fora recém pintado de cal forte, aquele de arder os olhos e prender a
respiração, e o pior, Ademir garantia que alguém colocou droga nas garrafas
térmicas do vasco, terrível doping de ação inversa, que fez a equipe ficar sem
poder correr como devia. Apenas Eli se destacava e pedia mais empenho aos
companheiros. Logo ale que se negara a tomar água nas garrafinhas, tendo se
limitado a chupar uma laranja antes do jogo.
O Vasco era um super time, e
havia conquistado o campeonato sul-americano de clubes em Santiago do Chile. O
Botafogo era um time impulsionado pelas superstições de uma mística criada pelo
presidente Carlito Rocha e materializada na figura simpática de um cachorrinho
chamado Biriba. No primeiro turno, a
diretoria do Vasco baixou uma ordem proibindo a entrada de animais em São
Januário, alusão direta a Biriba, mascote do Botafogo. O presidente Carlito
Rocha se queimou com a história. Colocou o Biriba debaixo do braço e entrou com
ele pelo portão principal do campo do Vasco afirmando que queria ver quem ia
tirar o cachorro de seus braços. O clima, portanto, já era de guerra na
primeira fase do campeonato. Pior aconteceu na decisão em General Severiano.
Os ricos torcedores portugueses
do Vasco compraram cadeiras com números sucessivos para formar um bloco grande
e unido em torno do seu clube. Os homens do Botafogo resolveram espalhá-los
pelo estádio, estragando os planos vascainos. Da noite que antecedeu ao jogo,
até a madrugada do Domingo, o pessoal do
Botafogo remanejou as cadeiras, de modo que um torcedor do Vasco não ficasse ao
lado do outro. O túnel destinado ao Vasco estava com água cortada, sanitário
entupido e o cal na parede. O time vascaino já chegou com roupa trocada, mas
teve que passar por um túnel encoberto com uma tela. Os jogadores afirmaram que
na tela havia pó de mico. Alguns afirmam que no vestiário do clube vascaino
havia um móvel que encobria um buraco por onde pessoas do Botafogo entraram
para contaminar as garrafinhas de água. A delegação do Vasco não ficou muito
tempo no vestiário, mas deixou seus pertencem e um funcionário na porta. Essa a
versão dos vascainos.
Quem viu o jogo atesta que foi um
banho de bola. Os jogadores do Botafogo pareciam movidos por um doping
positivo, enquanto que o Vasco aparentava um estado semiletárgico. O juiz Mário
Viana afirmou que não viu nada de anormal. Para ele, tudo se deve a garra com
que o time do Botafogo se portou, surpreendendo o adversário, que não esperava
toques de bola tão rápidos. Essas são as
várias versões. Verdadeiras ou não, a conclusão é que o Vasco ficou com o jogo
atravessado na garganta.
O Botafogo venceu por 3x1.
Paraguaio marcou o primeiro gol logo aos dois minutos de jogo. Pouco antes de
encerrar o primeiro tempo, Braguinha aumentou para dois. Otávio marcou o
terceiro e minutos depois Ávila fez contra o gol solitário do Vasco. Naquelas
alturas a torcida vascaina parecia sentir a incapacidade de reação do seu time.
Calaram-se, angustiados, contrastando com a festa da pequena torcida do
Botafogo.
CAMPEONATO BRASILEIRO DE SELEÇÕES - 1952
ALAGOAS 3 x SERGIPE 1 – JOGO DOS 163 minutos)
1952 - Seleção Alagoana.
Em pé: Zequito Porto (técnico). Paulo Mendes. Cacau. Bandeira. Dengoso.
Castanha. Cabelão e Dr. Alfrtedo (médico).
Agachados: Milton Mongôlo. Cão. Dida. Laxinha e Claudinho.
(Foto do Roberto Plech)
É
importante recordar os jogos inesquecíveis, porque é sempre bom manter o fogo
deste futebol fabuloso, quer causa briga, desgosta, divide, mas também une e
faz amigos.
Nunca
uma torcida sofreu tanto como aquela que compareceu ao estádio do mutange no
dia 23 de março de 1952. Os sergipanos haviam vencido o primeiro jogo em
Aracajú. Precisavam apenas de um empate para se classificar. Alagoas tinha que
lutar por duas vitórias. Uma no tempo regulamentar e outra na prorrogação.
Impulsionado pela grande e entusiástica torcida os alagoanos pressionavam a
meta sergipana. Entretanto, num rápido contra-ataque os visitantes abriram a
contagem. Bequinho aproveitou um cochilo da defesa alagoana e abriu a contagem
aos treze minutos do primeiro tempo. Atordoados, os alagoanos permitiram que o
jogo ficasse equilibrado. Mas, numa jogada sensacional de Cão pela direita,
veio um cruzamento e uma cabeçada de Laxinha para empatar a partida. Com 1x1
terminou o primeiro tempo.
No
segundo tempo, logo aos quinze minutos, Claudinho aplicou uma maravilhosa
bicicleta. A bola bateu na trave e, no rebote, Dida aproveitou para marcou o
segundo dos alagoanos. A torcida vibrou nas arquibancadas e os jogadores dentro
do campo. Sentindo que poderiam ganhar o jogo, e que seria necessária uma
prorrogação, os alagoanos começaram a se poupar. Com isso, os sergipanos
partiram para o ataque e transformaram o goleiro Bandeira na principal figura
do jogo. Ele demonstrou toda sua habilidade, arrojo, boa colocação e muita
experiência. O tempo regulamentar terminou com Alagoas vencendo por 2x1.
A
primeira prorrogação de trinta minutos terminou em zero a zero. A segunda prorrogação,
também de trinta minutos, outro zero a zero. A terceira prorrogação seria de
quinze minutos, ou quem fizesse o gol, seria o classificado. E foi o que
aconteceu. Aos treze minutos, uma escapada do ponteiro Cão pela direita,
repetiu o lance do primeiro gol alagoano. Cão fez o cruzamento e Laxinha
mergulhou para fazer o gol de ouro. Foi a bola bater nas redes de Zé de Gemi e
o arbitro Luiz Zago terminar a partida. A torcida invadiu o campo para abraçar
seus jogadores que estavam extenuados. Correram 163 minutos e quase não tinham
forças para comemorar. Foi um carnaval
festejado pela torcida. Depois de uma partida cheia de emoções, sofrida em todo
seu transcorrer, não poderia ser diferente o desabafo dos torcedores. Cabe
aqui, também, aplausos aos sergipanos que souberam perder sem usar a violência.
Além do goleiro Bandeira, se destacaram na equipe alagoana Dida e Claudinho.
Detalhes
do jogo.
Dia
23 de março de 1952
Estádio
do mutange
Tempo
regulamentar: Alagoas 2 x Sergipe 1
Gols
de Bequinho (Sergipe). Laxinha e Dida (Alagoas)
Primeira
prorrogação: 0x0
Segunda
prorrogação: 0x0
Terceira
prorrogação: Alagoas 1x0 – gol de Laxinha
Juiz:
Luiz Zago (pernanbucano)
Alagoas:
Bandeira. Cacau e Paulo Mendes. Castanha. Dengoso e Cabelão. Cão. Dida.
Laxinha. Claudinho e Milton Mongôlo.
Sergipe:
Zé de Gemi. Everaldo e ABC. Jaime. Quixabeira e Augusto. Nenem. Dunga.
Bequinho. Walter e Essinho.
DECISÃO DO CAMPEONATO CARIOCA DE 1955 FLAMENGO 4 x AMÉRICA 1
1955 - Flamengo tri campeão carioca.
Em pé: Chamorro. Servilho. Pavão. Tomires. Dequinha e Jordan.
Agachados: Joel. Duca. Evaristo. Dida e Zagalo.
(Foto da Manchete Esportiva)
Para
o Flamengo a vitória valia um tri campeonato. Para o América um titulo que não
conquistava desde de 1935. Neste ano, o Rio de Janeiro tinha duas Ligas. O
Botafogo foi campeão pela Associação Metropolitana de Futebol e o América pela
Liga Carioca de Futebol. Flamengo e América terminaram o campeonato iguais e a
decisão foi através de uma melhor de três partidas. No primeiro jogo, o
Flamengo venceu por 1x0 com um gol de Evaristo no ultimo minuto da partida. O
segundo encontro foi ganho pelo América, e de goleada: 5x1. Parecia o adeus do
tri. Os americanos acharam que o titulo ficou bem mais perto.
A
partir desta goleada, o treinador Fleitas Solich começou a arquitetar um novo
esquema para conquistar o tão sonhado tri campeonato. Um titulo que tinha sido
prometido pelos jogadores ao seu presidente Gilberto Cardoso. Ele morreu antes
do termino do campeonato, depois de assistir a uma vitória do basquetebol do
Flamengo na última cesta da partida. A defesa tinha tomado cinco gols e precisava
de um homem mais duro, mais decidido e mais alto para não deixar Leonidas da
Selva fazer gols de cabeça. Servilho que estava na reserva foi o escolhido. No
ataque, ele queria mais movimentação. Para isso colocou o alagoano Dida que
terminou sendo o herói do jogo assinalando os quatro gols da vitória de 4x1.
Fleitas Solich escalou Chamorro. Tomires e Pavão. Servilho. Dequinha e Jordan.
Joel. Evaristo. Duca. Dida e Zagalo. O América manteve o time com Pompéia.
Rubens e Edson. Ivan. Osvaldinho e Helio. Canário. Romeiro. Leonidas da Selva.
Alarcon e Ferreira. Romeiro fez o gol único dos rubros. O juiz foi Mário Vianna
e o jogo realizado no dia 04 de março de 1956.
Durante
a realização da partida tudo deu certo para o Flamengo. Ainda no primeiro
tempo, uma entrada mais dura de Tomires em Alarcon, o atacante americano deixou
o campo e o clube de Campos Sales ficou com dez jogadores. Dida estava
endiabrado e jogou uma de suas melhores partidas com a camisa do Flamengo. Os
quatro gols que marcou deixou a torcida do Mengão eufórica e fazendo um
carnaval fora de época. Naquela noite, o Rio de Janeiro se vestiu de vermelho e
preto. Depois da partida, jogadores do Flamengo foram ao Cemitério São João
Batista e fizeram sua última homenagem ao presidente Gilberto Cardoso.
DECISÃO DA PRIMEIRA TAÇA BRASIL DE 1959
BAHIA 3 X SANTOS 1
1957 - Bahia campeão da Primeira Taça Brasil.
Em pé: Nadinho. Leone. Henrique. Flávio. Vicente e Beto.
Agachados: Marito. Alencar. Léo. Mário e Biriba.
Contra a falsa malandragem
de Atiê Jorge Cury e a vivacidade de Osório Vilas Boas. Contra o poderio do
time do Santos e a fé no Senhor do Bonfim, a proteção do milagreiro São Judas
Tadeu, as velas acesas em 365 igrejas, o rufo de atabaques de mil Candomblés, a
Bahia em peso se levantou contra o Santos para ganhar a Taça Brasil de 1959.
Era uma questão de honra.
A
primeira Taça Brasil começou para o Bahia em agosto de 1959, quando os baianos
venceram o CSA de Maceió por 5x0. No Nordeste a coisa foi fácil. O tricolor
despachou CSA, Ceará e Sport de Recife. Duro mesmo foi vencer o Vasco da Gama. O
Bahia ganhou o primeiro jogo, no maracanã por 1x0. Em Salvador, o Vasco venceu
por 2x1. A terceira partida, foi também realizada em Salvador. Vitória do Bahia
por 1x0. Agora, somente restava o famoso Santos de Pelé na decisão da primeira
Taça Brasil.
O
Santos achando que o titulo seria decidido em duas partidas programou uma
temporada pelo exterior para logo após a decisão da Taça Brasil. O clube
paulista era poderoso, tinha Pelé, ganhador de muitos títulos e o grande
favorito da competição. Entretanto, já no primeiro jogo realizado na Vila
Belmiro, o Bahia mostrou que pensava seriamente no titulo. O Santos marcou logo
2x0. Foi quando veio a reação que ninguém esperava. O Bahia venceu por 3x2 com
um gol de Alencar assinalado em cima da hora. O segundo jogo foi em Salvador. O
Bahia jogava bem, e os baianos acreditavam que a festa poderia ser mesmo na Boa
Terra. Acontece que neste jogo, Pelé estava num dia de genialidade comum e
esmagou a defesa do Bahia. O Santos venceu por 2x0. A diretoria do Santos não
quis jogar o terceiro jogo em Salvador e exigiu um campo neutro. A CBD atendeu.
A segunda partida deveria ter jogada no dia 30 de dezembro. O Santos argumentou
que não tinha datas disponíveis. A CBD manteve o jogo para a data programada.
Foi então que o presidente do Bahia, Osório Vilas Boas, entrou na jogada.
Psicologicamente, seu time não estava nada bem depois da derrota em Salvador. A
temporada do Santos no exterior iria desgastar a equipe paulista. O Bahia teria
tempo para se refazer. Por isso, concordou com o Santos e fez a CBD aceitar uma
outra data: 29 de março, no maracanã.
Enquanto
o Santos se arrebentava na Europa, jogando um dia sim outro não, o Bahia se
preparava para a decisão. Na volta do clube da Vila Belmiro, Pelé teve que ser
operado das amígdalas e ficou de fora da final. Entre os baianos, o treinador
Geninho teve que retornar ao Rio de Janeiro por problemas particulares. Assumiu
Carlos Volante.
Na
noite de 29 de março de 1960, o maracanã recebe um bom publico, quase todos
torcendo pelo Bahia que entrou em campo com Nadinho. Beto. Henrique. Vicente e
Nezinho. Flavio e Mario. Marito. Alencar. Léo e Biriba. O Santos jogou a final
com Lálá. Getulio. Mauro. Formiga e Zé Carlos. Zito e Mario. Dorval. Pagão.
Coutinho e Pepe. O carioca Frederico Lopes foi o juiz. O início do jogo era
igual, mas foi o Santos quem abriu a contagem através de Coutinho. O Bahia
empatou com Vicente cobrando uma falta da intermediária. Nessas alturas, os
baianos dominavam o jogo e os santistas demonstravam um cansaço com pouca
disposição para disputar as bolas divididas. No primeiro minuto do segundo
tempo, Léo marcou o segundo gol do Bahia. O Santos se desesperou. Coutinho
tentava romper a defensiva dos baianos, mas tinha a marcação de Vicente em
todas as partes do campo. O treinador Lula ainda tentou Tite no lugar de Pagão,
mas não deu certo. Aos 24 minutos o juiz expulsou Getulio. Formiga reclamou
exageradamente e também expulso. Aí o Santos começou a apelar. Aos 32 minutos,
Coutinho agrediu Nezinho e foi colocado para fora. Vicente deu um soco em
Coutinho e também foi obrigado a sair. Perdido por dois, perdido por mil, os
santistas resolveram parar os baianos no pau. A policia entrou em campo e
esfriou os ânimos. O juiz Frederico Lopes expulsou outro santista. Dorval deu
um tapa em Henrique e também saiu mais cedo. Aos 37 minutos, o Bahia
sacramentou o titulo assinalando o terceiro gol. A festa já tinha começado na
Bahia de todos os santos. Era também a vitória da malícia de Osório Vilas Boas
que se impunha contra à pretensão de Atiê Jorge Cury. O dirigente do Santos,
antes da decisão, havia enviado um telegrama ao San Lorenzo de Almagro, da
Argentina, propondo datas e locais para os dois jogos pela Taça libertadora. Só
que o San Lorenzo jogou mesmo foi contra o Esporte Clube Bahia, o campeão da
primeira Taça Brasil. Para ser campeão, o Bahia jogou quatorze vezes. Venceu
nove. Empatou duas e perdeu três.
DECISÃO DO CAMPEONATO
PAULISTA DE 1957.
SÃO PAULO 3 x
CORINTHIANS 1
(Foto da Revista Placar)
O Corinthians era o
favorito, um timaço que fora campeão em 1954 e tinha tudo para ficar com o
título de l957. O São Paulo, que se classificou para a fase final na última
vaga, baseava-se agora em dois estrangeiros: o técnico húngaro Bela Gutman e o
craque carioca Zizinho. Com catimba e classe, o São Paulo venceu o jogo,
levantou o título e arrasou o Corinthians, que viu acabar naquele jogo sua
geração de craques e iniciar-se a grande fase negra. O Corinthians era um time
maduro, com a mesma estrutura desde 1950, acostumados a decidir e ganhar muitos
títulos.
Em oito anos,
praticamente com a mesma equipe, ganhamos mais de vinte títulos. Era um time
com grandes valores individuais – Gilmar, Cláudio, Rafael. Olavo, Luizinho –
com uma estrutura bem definida e uma garra que virou tradição. O Corinthians
era favorito contra qualquer time, em qualquer decisão (Luizinho).
O São Paulo não era
exatamente um fantasma do campeonato, mas era quase. A grande surpresa, sem
dúvida. O campeonato de 1957 foi disputado em duas fases. Dos vinte clubes que
disputaram a etapa inicial, apenas dez se classificaram para a segunda. O São
Paulo entrou na última vaga para disputar a fase final. Mas com sua difícil
classificação veio a transformação.
Para reestruturar este
time o São Paulo já tinha um mestre experimentado e com um profundo
conhecimento de futebol, o técnico húngaro Bela Gutman. Em campo já existia até
mesmo um grande líder, o zagueiro Mauro. Mas faltava ainda um mestre em campo
que orientasse os jogadores, que desse ritmo de jogo, que soubesse dosar suas
energias. De preferência um veterano, com experiência e malícia. Esta pessoa
estava no Rio. O São Paulo foi lá e trouxe Zizinho, emprestado pelo Bangu, é
verdade, mas que daria nova vida ao time. Só depois do campeonato o São Paulo
adquiriu seu passe em definitivo.
Zizinho estreou no São
Paulo perdendo. E perdeu feio para a Portuguesa. Mas o São Paulo não se abateu,
e Zizinho começou a provar que era o homem que faltava ao tricolor. Depois
desta derrota na primeira rodada do campeonato, o São Paulo passou a perseguir
e conquistar as vitórias necessárias para leva-lo à decisão com o Corinthians.
Pior para o Corinthians. Depois de uma série de 35 partidas invicto, faltando
apenas uma semana para enfrentar o São Paulo, o Corinthians foi derrotado pelo
Santos por 1x0. Perdeu a vantagem de dois pontos que tinha sobre o São Paulo e
perdeu muito de sua segurança e time imbatível.
(Continua)
DECISÃO DO CAMPEONATO
PAULISTA DE 1957.
SÃO PAULO 3 x
CORINTHIANS 1
Zizinho. A grande figura do time do São Paulo.
(Conclusão)
Às 6 horas da manhã daquele dia 29 de dezembro
já tinha gente chegando ao Pacaembu. Marmita debaixo do braço, bandeira em
punho, e a grande dúvida atormentava o pensamento e o coração: São Paulo ou
Corinthians. Às 3 horas o Pacaembu estremeceu com o grito das torcidas. O
Corinthians só tem um problema: Benedito entra no lugar de Roberto. Em
compensação sai Paulo e entre Luizinho. Osvaldo Brandão está tranquilo com
Gilmar. Olavo e Oreco. Idário. Valmir e Benedito. Cláudio. Luizinho. Índio.
Rafael e Zague. O problema que preocupou o São Paulo toda semana está
resolvido: Amauri, suspenso pelo TJD, ganhou um recurso no CND e vai jogar. Mas
à última hora surgiu um novo problema que deixa Bela Gutman intranquilo. Dino
Sani está machucado. Ademar, seu reserva natural, estava escalado até a véspera
quando foi acometido de uma disenteria incontrolável. Sem poder contar com
Ademar, Sabará foi escalado. O São Paulo entra em campo com Poy. De Sordi e
Mauro. Sabará. Vitor e Riberto. Maurinho. Amauri. Gino. Zizinho e Canhoteiro.
Todos os detalhes foram
estudados para evitar reclamações e garantir a imparcialidade da arbitragem. A
solução é trazer gente de fora sem ligações em São Paulo. São contratados o
juiz carioca, Alberto da Gama Malcher e os ingleses Lynch e Cross. Poucos
minutos antes do início do jogo, já no gramado, é decidido por sorteio que
Malcher seria o juiz principal e os ingleses seus auxiliares.
O jogo começa como
Corinthians mandando em campo. O primeiro tempo termina com os dois times
jogando bem abertos, tentando o gol com insistência. E o São Paulo aos poucos
impondo sua técnica a garra corintiana. No segundo tempo começa o drama
corintiano. Aos 17 minutos, Zizinho cobra uma falta para Gino, que de cabeça
lança Amauri. Amauri avança livre e, na saída de Gilmar, toca a bola por
cobertura. São Paulo por 1x0. No entusiasmo deste gol o São Paulo marca o
segundo, sem nem dar tempo para o Corinthians recompor. Sabará recupera bola no
meio campo e passa para Zizinho. Zizinho a Amauri que ameaça invadir a área
atraindo a zaga corintiana. O passe sai na medida para Canhoteiro, livre,
chutar e marcar. São Paulo 2x0. O Corinthians, porém, não estava disposto a
cooperar. 22 minutos. Gilmar assiste o jogo sozinho em seu campo. Os outros 21
jogadores estão jogando no campo do adversário. Rafael, dentro da área, de
costas para o gol, puxa a bola, que toma efeito e engana o goleiro Poy. 2x1.
Aquele era o tempo do
Corinthians da garra, da raça. E foi todo para o ataque. Benedito acertou duas
bolas na trave de Poy. O São Paulo se defendia de qualquer maneira. É chutão
para todo lado. E não tem jeito. A bola volta rápido, não sai da área do São
Paulo. Num desses chutões, Maurinho recuado, Olavo avançado, os dois plantados na
altura do meio campo. A bola cai nas costas de ambos, Maurinho ganha de Olavo
na corrida e entra livre. 34 minutos do segundo tempo. São Paulo 3x1. O gol de
Maurinho foi o tiro de misericórdia nas esperanças corintiana. Em campo já não
há mais nada nem ninguém que pudesse evitar o desastre. Mas é só terminar o
jogo para o tempo fechar. Em vez confete e serpentinas tricolores, cai no
gramado uma verdadeira chuva de garrafas, pedras e objetos não identificados,
mas certamente corintianos. É uma briga só, envolvendo todo mundo de torcida
que estava no estádio.
No meio de tanto
barulho o São Paulo nem pensa envolta olímpica. Comemorações, só no vestiário.
Os jogadores mais festejados: Zizinho, o herói do campeonato, e Sabará, o
segundo reserva de Dino Sani e a grande figura do jogo.